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Filme 'Nada a perder' mostra poder crescente dos evangélicos, diz Le Monde


Jornal francês
se referiu ao 'milagre'
 que lotou os cinemas
nas sessões da biografia
do bispo Edir Macedo

por Silvano Mendes
para rfi

A revista M do jornal francês Le Monde traz matéria de página inteira sobre o filme “Nada a Perder”, que conta a história do pastor Edir Macedo. A correspondente no Brasil relata a polêmica sobre o sucesso de bilheteria da trama, apesar de ter sido mal recebida pela crítica.

A reportagem explica que o filme, dirigido por Alexandre Avancini, já registrou mais de 10,5 milhões de espectadores nas salas, apesar da frieza da imprensa brasileira. Ela relata que o jornal O Globo compara o filme a um vídeo de campanha política, enquanto a Folha de S.Paulo vê no projeto uma ferramenta para ampliar a influência cultural da Igreja Universal. Já o jornal El País, citado pelo Le Monde, fala de um filme “condescendente e cansativo”.

Mas a jornalista Claire Gatinois se interessa principalmente pelo fato de que, ao tentar assistir ao filme nos cinemas, constatou que todas as sessões estavam completas. 

Segundo ela, um funcionário da bilheteria explicou que há semanas todos os ingressos eram comprados por Edir Macedo. “Um batalhão de pastores, preocupados em iluminar seus rebanhos carentes, teria desembolsado milhares de reais para comprar os ingressos e, em seguidas, distribui-los gratuitamente durante os cultos”, conta a correspondente, tentando explicar o “milagre de ‘Nada a Perder’”.


A revista relata que a igreja nega as acusações, mas afirma que “os fiéis se mobilizaram para que o maior número de pessoas fosse ver o filme”. 

Para a Igreja Universal, a imprensa brasileira estaria apenas desconfortável com o sucesso do projeto e com a oportunidade que ele representa de “mostrar a verdadeira história de Edir Macedo”, cita a revista.

O texto lembra que o fundador da Igreja Universal é controverso: a imprensa o vê como um “bilionário acusado de lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, fraudes e evasão fiscal”, enquanto a Igreja Universal o apresenta como um semideus que deseja apenas salvar almas. “Obra de arte para os crentes, fisco para os cinéfilos e máquina de lavar dinheiro sujo para os mais desconfiados”, resume a jornalista.

“Mas uma coisa é certa”, continua o texto. “‘Nada a Perder’ ilustra o poder crescente dos cultos evangélicos no Brasil, que passou de 5% de fieis nos anos 1970 para 22% atualmente”, pontua. 

Além disso, “o projeto mostra os esforços da Igreja Universal do Reino de Deus, que já tem um canal de televisão, novelas e até um prefeito (do Rio de Janeiro) para se promover”, finaliza a revista M do jornal francês Le Monde.


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