'Policiais da mídia social' impede que um visitante do museu veja uma pintura com nus |
[opinião]
Agentes de turismo de Flandres (região norte da Bélgica) [mapa abaixo] produziram um vídeo [abaixo] de humor onde agentes do "Fbi" (policiais do Facebook) proíbem visitantes de museus a verem determinadas pinturas.
É uma paródia à censura do algoritmo do Facebook que tem deletado posts com programas de turismo com reprodução de pinturas barrocas onde aparecem nus e mulheres voluptuosas.
Uma das pinturas deletada foi a de Jesus nu sendo retirado da cruz, de Peter Paul Rubens (1612-1614).
Para o algoritmo, trata-se de uma "indecência" que não pode ser difundida naquela rede social.
O Facebook prometeu aos museus encontrar uma solução.
Se fosse de verdade, a “polícia de mídia social” teria o total apoio das milícias religiosas brasileiras, porque elas também agem para censurar obras tidas como ofensivas à moral, família e cristianismo. Corpo nu não pode.
O vídeo do "Fbi" é uma brincadeira para mostrar o ridículo do algoritmo de Mark Zuckerberg, mas no Brasil tem havido gravação de manifestações que não têm nada de engraçadas e são uma afronta à liberdade de expressão.
Em setembro de 2017, por exemplo, um sujeito gravou um vídeo [ver abaixo] acusando o Santander de promover “sacanagem” e “putaria” ao patrocinar em Porto Alegre a exposição “Queermuseu”, onde havia referências "desrespeitosas" ao cristianismo.
O Santander se acovardou e cancelou a exposição.
O algoritmo do Facebook pode ser aperfeiçoado, fazendo-o reconhecer as obras de arte, mas a cabeça deste pessoal das milícias religiosas não vai mudar nunca.
Assim, o que tem de ser feito, no Brasil, é haver respeito pelas leis, como a que estabelece direito à liberdade de opinião, e punição para quem achar que pode impor seus dogmas à sociedade.
Milícia evangélica quer censurar desenhos de genitálias em Bíblia
Milícias religiosas agem até contra exposição em escola
Artistas reagem à onda de censura de religiosos à arte
MP e Justiça impõem duas derrotas às milícias cristãs da moralidade
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
Comentários
Postar um comentário