Serviço alemão de inteligência diz que crianças não estão sendo preparadas para aceitar a pluriparidade |
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Crianças que crescem em famílias islâmicas na Alemanha representam uma "ameaça potencial considerável", afirmou no dia 6 de agosto de 2018 o presidente do Departamento de Proteção à Constituição da Alemanha (BfV, na sigla em alemão), Hans-Georg Maassen.
Um novo relatório do BfV, divulgado por jornais do grupo de mídia Funke, alertou haver sinais de que a "radicalização de menores e jovens adultos" está se tornando mais comum e ocorrendo cada vez mais rápido e mais cedo.
As crianças em algumas dessas famílias são "educadas desde o nascimento com uma visão de mundo extremista que legitima a violência contra outros e deprecia aqueles que não fazem parte de seu grupo", segundo as conclusões do serviço de inteligência alemão.
Os especialistas acreditam que, na Alemanha, haja um "número de três dígitos" de famílias islâmicas radicalizadas com várias centenas de crianças.
O relatório do BfV aponta ainda que a ameaça parte não só de famílias que viajaram para zonas em guerra no Oriente Médio, mas também daquelas que permanecem na Alemanha.
Em entrevista ao Funke, Maassen advertiu que o que ele descreveu como socialização jihadista das crianças em curso no país é "alarmante" e pode representar um desafio significativo para as autoridades nos próximos anos.
As conclusões do BfV levaram políticos da União Democrata Cristã (CDU), partido da chanceler federal alemã, Angela Merkel, a pressionarem por uma nova redução da idade mínima para a vigilância de crianças – em 2016, o limite caiu de 16 para 14 anos.
"Não se trata de criminalizar menores de 14 anos, mas de evitar ameaças significativas ao nosso país, como o terrorismo islâmico, que também tem crianças como alvo", afirmou o deputado Patrick Sensburg, da CDU, ao grupo Funke.
A organização humanitária alemã Humanist Union (HU) disse ser irracional considerar crianças uma ameaça à ordem constitucional democrática, uma vez que "suas ideias e opiniões ainda não estão totalmente desenvolvidas e estão sujeitas a mudanças".
"Colocar crianças sob vigilância é, portanto, uma violação maciça de seus direitos fundamentais", afirmou Martin Kutscha, membro do conselho da HU, à DW.
De acordo com o BfV, mais de 950 radicais islâmicos partiram da Alemanha para a Síria e o Iraque até o final do ano passado. Um quinto deles seriam mulheres, e 5% menores de idade, informou o órgão, acrescentando que por volta de um terço desses radicalizados já teria retornado ao país.
Em dezembro de 2017, o serviço secreto doméstico alemão calculava haver na Alemanha um total de 1.870 radicais islâmicos violentos.
O título do texto é de autoria de Paulopes.
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