[opinião]
Os advogados de Adélio Bispo de Oliveira (foto abaixo) afirmam que ele deu uma facada no abdômen de Jair Bolsonaro (PSL) porque o seu cliente é portador de insanidade mental.
Uma prova disso, segundo eles, é que Adélio disse ter agido a “mando de Deus”.
O estaqueador confesso pode até sofrer de algum transtorno mental, mas não por ter atacado o candidato em nome de Deus.
Se assim fosse, milhões de brasileiros são insanos porque eles acham que falam com Deus, pela oração, e agem para agradá-lo, inclusive fazendo caridade.
O próprio Bolsonaro diz estar em missão divina.
Em alguns casos, é verdade, o que separa a religiosidade extremada, o fanatismo religioso, da insanidade mental é um fiapo, não se sabendo onde começa uma coisa e termina outra.
Mas esse não parece ser o exemplo de Adélio — o qual eu suponho que seja um fanático de esquerda e da religião. Ele sofre de dois males com a mesma raiz.
A procuradora da República Zani Cajueiro, do Ministério Público Federal de Juiz de Fora (MG), colheu um depoimento do Adélio e concluiu que se trata de uma pessoa lúcida, com “coesão” de pensamento [vídeo abaixo].
Há uma semelhança entre Adélio e Bolsonaro, com sinal invertido na ideologia política.
Bolsonaro é um fanático de direita e, como é comum em perfil como o dele, se pauta pelo fundamentalismo religioso. Também é lúcido e coeso em seu extremismo.
Para os advogados de defesa, o argumento de insanidade mental é o melhor que eles têm, porque, afinal, somente um desequilibrado tentaria matar alguém por motivos políticos e religiosos.
Mas não é assim, como se sabe.
Desde sempre, em nome do radicalismo, das “verdades absolutas”, muita gente “lúcida e coesa” comete variados tipos de agressão, incluindo a discriminação, e entre as vítimas mais frequentes estão mulheres, velhos, crianças, religiosos, ateus, homossexuais e negros.
Médicos salvam a vida de Bolsonaro, e Malafaia afirma que foi 'milagre'
Bolsonaro diz que colocará no Supremo um ‘verdadeiro cristão’. Um pentecostal?
Silas Malafaia começa a fazer campanha para Bolsonaro
Fundamentalismo político e o religioso atolaram a sociedade no radicalismo
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
por Paulo Lopes
Uma prova disso, segundo eles, é que Adélio disse ter agido a “mando de Deus”.
O estaqueador confesso pode até sofrer de algum transtorno mental, mas não por ter atacado o candidato em nome de Deus.
Se assim fosse, milhões de brasileiros são insanos porque eles acham que falam com Deus, pela oração, e agem para agradá-lo, inclusive fazendo caridade.
Agressor agiu a "mando de Deus" como milhões de outras pessoas |
O próprio Bolsonaro diz estar em missão divina.
Em alguns casos, é verdade, o que separa a religiosidade extremada, o fanatismo religioso, da insanidade mental é um fiapo, não se sabendo onde começa uma coisa e termina outra.
Mas esse não parece ser o exemplo de Adélio — o qual eu suponho que seja um fanático de esquerda e da religião. Ele sofre de dois males com a mesma raiz.
A procuradora da República Zani Cajueiro, do Ministério Público Federal de Juiz de Fora (MG), colheu um depoimento do Adélio e concluiu que se trata de uma pessoa lúcida, com “coesão” de pensamento [vídeo abaixo].
Há uma semelhança entre Adélio e Bolsonaro, com sinal invertido na ideologia política.
Bolsonaro é um fanático de direita e, como é comum em perfil como o dele, se pauta pelo fundamentalismo religioso. Também é lúcido e coeso em seu extremismo.
Para os advogados de defesa, o argumento de insanidade mental é o melhor que eles têm, porque, afinal, somente um desequilibrado tentaria matar alguém por motivos políticos e religiosos.
Mas não é assim, como se sabe.
Desde sempre, em nome do radicalismo, das “verdades absolutas”, muita gente “lúcida e coesa” comete variados tipos de agressão, incluindo a discriminação, e entre as vítimas mais frequentes estão mulheres, velhos, crianças, religiosos, ateus, homossexuais e negros.
Adélio e Bolsonaro são da mesma laia.
Médicos salvam a vida de Bolsonaro, e Malafaia afirma que foi 'milagre'
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