[opinião]
Ao ler que 26% dos ateus manifestaram intenção de votar em um candidato que se alinha ao fundamentalismo religioso, o Jair Bolsonaro, eu só não digo que agora acredito em tudo porque sou um cético por princípio e não acredito quase em nada.
Eu poderia argumentar que esses ateus consultados pelo Datafolha não são “verdadeiros ateus”, assim como evangélicos afirmam que pastores pedófilos não são “evangélicos verdadeiros”. Até porque, poderia acrescentar, não sei dos critérios do instituto para considerar quem é ateu.
Nos Estados Unidos, saiu uma pesquisa dizendo que há ateus que acreditam em entes sobrenaturais, e eu admito humildemente não ter alcance intelectual para entender isso, a não ser haver algo de errado no levantamento do perfil das pessoas.
No Brasil, além do mais, o panorama político está tão confuso que quem diz ter certeza de alguma coisa é porque está mal informado.
No caso de ateus que pretendem votar em Bolsonaro — vou fazer uma suposição, e não conclusão —, a explicação talvez seja de que esses eleitores se sensibilizam com o discurso do candidato quando ele promete mais segurança, quando diz que vai prender e arrebentar, quando alude aos tempos da ditadura militar. No Brasil é assim: tem gente que sente saudades de tempos terríveis os quais não viveu.
Eu não acho que ateus devam votar só em ateus, até porque só há candidatos crentes.
Mas admito que saber que um expressivo percentual de ateus pretende votar em candidato apoiado por fundamentalistas evangélicos reforça o meu ceticismo e desencanto em relação às pessoas, das quais eu gostaria que apresentassem um mínimo de coerência.
Com informação do Datafolha. A ilustração reproduz uma colagem de Sidney Peterson.
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Adélio é insano por que deu facada em Bolsonaro em nome de Deus? Não
Adélio é insano por que deu facada em Bolsonaro em nome de Deus? Não
Fundamentalismo político e o religioso atolaram a sociedade no radicalismo
Jair Bolsonaro afirma a evangélicos que está em missão divina
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
por Paulo Lopes
Ateus seduzidos pelo canto fundamentalista cristão |
Eu poderia argumentar que esses ateus consultados pelo Datafolha não são “verdadeiros ateus”, assim como evangélicos afirmam que pastores pedófilos não são “evangélicos verdadeiros”. Até porque, poderia acrescentar, não sei dos critérios do instituto para considerar quem é ateu.
Nos Estados Unidos, saiu uma pesquisa dizendo que há ateus que acreditam em entes sobrenaturais, e eu admito humildemente não ter alcance intelectual para entender isso, a não ser haver algo de errado no levantamento do perfil das pessoas.
No Brasil, além do mais, o panorama político está tão confuso que quem diz ter certeza de alguma coisa é porque está mal informado.
No caso de ateus que pretendem votar em Bolsonaro — vou fazer uma suposição, e não conclusão —, a explicação talvez seja de que esses eleitores se sensibilizam com o discurso do candidato quando ele promete mais segurança, quando diz que vai prender e arrebentar, quando alude aos tempos da ditadura militar. No Brasil é assim: tem gente que sente saudades de tempos terríveis os quais não viveu.
Eu não acho que ateus devam votar só em ateus, até porque só há candidatos crentes.
Mas admito que saber que um expressivo percentual de ateus pretende votar em candidato apoiado por fundamentalistas evangélicos reforça o meu ceticismo e desencanto em relação às pessoas, das quais eu gostaria que apresentassem um mínimo de coerência.
Com informação do Datafolha. A ilustração reproduz uma colagem de Sidney Peterson.
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Adélio é insano por que deu facada em Bolsonaro em nome de Deus? Não
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Comentários
Bolsonaro será minha segunda opção. E sim, sou ateu de não acreditar em nada além do caos, da aleatoriedade absoluta, do acaso.
Dentre as opções disponíveis, votarei no que acredito ser menos pior no primeiro turno (João Amoêdo), mas é provável que no segundo turno vote no Bolsonaro, já que o Amoêdo parece ter poucas chances pro segundo turno (se tiver lá, manterei meu voto nele).
A esquerda tomou conta do Brasil por quase 30 anos (os últimos sendo "controlado" pelo PT) e trazendo junto o ideal do comunismo transvestido da solução mágica do mal que eles mesmo alimentaram (não digo criaram, pois é tão antigo que sabe se lá quando surgiu ou quem criou). Diziam que um Estado deveria fazer tudo por todos, ampliavam ele e no final, o Estado não fazia nada de eficiente. Custa cada vez mais caro, e nos entregam cada vez menos. Em TODAS as áreas que ele atua.
Não concordo com tudo que o Jair Bolsonaro diz, seria doentio concordar com qualquer pessoa em sua totalidade (daí temos os Bolsomínions e as ovelhas do Lulismo). Apoio boa parte das ideias dele, mas infelizmente há algumas vitais que eu discordo plenamente.
Quanto alguns aspectos do seu artigo:
1. Assume que a tal "Ditadura Militar" foi ruim para todo mundo, e ignora a "Ditadura Comunista" que estavam tentando levantar - hoje os próprios participantes assumem abertamente isso. Houve vítimas? Muitas. Acabaram com direitos básicos? Com certeza. Mas hoje em dia acontece tudo isso de uma forma mascarada;
2. Assume que o Bolsonaro irá aplicar uma Ditadura Militar, mas ignora a Ditadura Comunista Venezuelana, de partidos de esquerda apoiadas pelo nosso governo e integrantes da esquerda brasileira, cujo não são militaristas "à lá Bolsonaro" (mas usam da força militar de qualquer forma);
3. Assume que para ser ateu não se pode ter um candidato cristão (mas concorda que temos poucas opções que fogem desta regra), pois assim deixariam de ser "verdadeiramente ateus". O que leva a crer que em sua visão para ser "verdadeiramente ateu" não se pode ter um cristão como uma referência de pessoa do que quer que seja, ignorando que um ateu verdadeiro se apoia em ideias, e não em pessoas;
Tenho que concordar, entretanto, que o Bolsonaro teve muitas e muitas falas ruins/péssimas durante seus discursos (e não estou dizendo que "não é bem assim"). Quando tratou de dizer que o Brasil é um país cristão e que ateus são minorias, e que a maioria é quem manda, foi uma frase infeliz.
Por fim, sou uma pessoa que não consigo me considerar de esquerda e nem de direita (sou a favor do porte de armas, e da legalização das drogas por motivos de saúde e economia). Ao escolher Amoêdo ou Bolsonaro como opção, tenho que deixar a questão das drogas de lado (respectivamente, um avaliará a possiblidade -será?- e o outro a restringe totalmente), por acreditar que nossa segurança é mais importante no momento.
Não podemos ter tudo, infelizmente.
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