[opinião]
É compreensível. Um canal 24 horas de notícias é redundante por sua natureza, porque não há furos ou informação nova o tempo todo, mesmo na conturbada realidade brasileira.
Se não fosse o Camarotti a dizer mais do mesmo seria outro jornalista a fazê-lo, como às vezes, aliás, ocorre.
Talvez, admito, o problema seja o meu, o de assistir demais a Globo News.
Já o problema de Camarotti é quando ele deixa de ser jornalista e se assume como porta-voz oficioso do papa Francisco.
A Igreja Católica está passando por uma profunda crise, com uma debandada geral de fiéis em países desenvolvidos por causa principalmente de padres e bispos pedófilos e do avanço da secularização.
Dentro do Vaticano, há uma guerra entre conservadores e progressistas, estes como apoiadores de Francisco, e sobram acusações de acobertamento de abuso sexual de criancinhas para boa parte deles, indistintamente.
Aqui perto, no Chile, toda a cúpula da Igreja é suspeita de acobertar predadores sexuais, algo grave, gravíssimo.
No Brasil, as igrejas evangélicas crescem, enquanto a CNBB se envolve em política partidária.
E Camarotti paira sobre isso tudo, como um zepelim, sem se aprofundar em nada.
O jornalista comporta-se como um coroinha de Francisco, derramando-se em elogios ao “papa que está mudando a Igreja”.
Os Marinhos, donos do Grupo Globo e católicos praticantes, devem dizer coisa do tipo: “Esse é o nosso garoto!".
Religião é um tabu na imprensa brasileira, embora o assunto seja de interesse geral e tenha profundas implicações na política e na administração do país.
É por isso e outras coisas que o Estado laico brasileiro não é levado a sério sequer por instâncias judiciais.
Camarotti tem direito, claro, de expor o seu fervor religioso e sua devoção a Francisco.
Mas isso não deveria ser apresentado como jornalismo.
Com foto de divulgação.
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