[opinião]
Nos últimos anos, pela porta aberta por Lula, pastores se introduziram na política, acrescentando promessas de benefícios públicos na pregação ao seu rebanho.
Mais recentemente, os candidatos a cargos eletivos passaram buscar o apoio dessas lideranças evangélicas e agora os próprios políticos se comportam como pastores.
Houve uma confessionalização da política e o já frágil Estado laico brasileiro tende a desaparecer, embora inscrito na Constituição, se a sociedade e o Supremo Tribunal Federal não fizerem nada para impedir.
O mais expressivo exemplo de político que aderiu à pregação religiosa é o presidente Bolsonaro, que até agora, em seus pronunciamentos, faz mais referências a Deus do que às medidas governamentais.
Bolsonaro é um católico que teve a maioria dos votos dos evangélicos, que representam 30% da população brasileira e continuam em ascensão.
Politicamente, Bolsonaro é muito mais esperto do que dá a entender o seu discurso tosco, tanto que chegou ao Palácio do Planalto.
Ele se aproximou dos evangélicos quando decidiu candidatar-se, quatro antes de oficializar sua pretensão à presidência. O seu conservadorismo ajudou essa junção.
Em 2016, ele recebeu a bênção do Pastor Everaldo no rio Jordão, na Palestina, o que se revelou, como se sabe agora, uma jogada que se converteu em muitos votos.
A pesquisadora Christina Vital, docente na Universidade Federal Fluminense, alerta que a confessionalização da política vai setorizar cadar vez mais o atendimento das demandas sociais, privilegiando os religiosos mais conservadores, e já contamina as pautas públicas mais amplas que envolvem costumes.
Programa de combate à homofobia nas escolas passa a ser visto como incentivo à homossexualidade, por exemplo.
Vital avalia que a desfiguração da laicidade do Estado brasileiro afasta o Brasil até mesmo do modelo dos Estados Unidos, onde é permitida a representação da religião na esfera pública, mas a divisão entre Estado e Igreja é bem demarcada.
No Brasil, a linha dessa divisão está cada vez mais tênue, dando a impressão de que pode desaparecer com um sopro.
Aviso de novo post por e-mail
Bolsonaro logo vai descobrir que orações não resolverão os problemas do Brasil
O que pode ocorrer com ateus em um país em que 'Deus está acima de tudo'?
Bancada evangélica sobe de 71 congressistas para 91
Bolsonaro e assessores agem como fundamentalistas religiosos, diz Hatoum
A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
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Mais recentemente, os candidatos a cargos eletivos passaram buscar o apoio dessas lideranças evangélicas e agora os próprios políticos se comportam como pastores.
Houve uma confessionalização da política e o já frágil Estado laico brasileiro tende a desaparecer, embora inscrito na Constituição, se a sociedade e o Supremo Tribunal Federal não fizerem nada para impedir.
O mais expressivo exemplo de político que aderiu à pregação religiosa é o presidente Bolsonaro, que até agora, em seus pronunciamentos, faz mais referências a Deus do que às medidas governamentais.
Bolsonaro é um católico que teve a maioria dos votos dos evangélicos, que representam 30% da população brasileira e continuam em ascensão.
Politicamente, Bolsonaro é muito mais esperto do que dá a entender o seu discurso tosco, tanto que chegou ao Palácio do Planalto.
Ele se aproximou dos evangélicos quando decidiu candidatar-se, quatro antes de oficializar sua pretensão à presidência. O seu conservadorismo ajudou essa junção.
Batismo de Bolsonaro, que tem "Messias" no nome |
Em 2016, ele recebeu a bênção do Pastor Everaldo no rio Jordão, na Palestina, o que se revelou, como se sabe agora, uma jogada que se converteu em muitos votos.
A pesquisadora Christina Vital, docente na Universidade Federal Fluminense, alerta que a confessionalização da política vai setorizar cadar vez mais o atendimento das demandas sociais, privilegiando os religiosos mais conservadores, e já contamina as pautas públicas mais amplas que envolvem costumes.
Programa de combate à homofobia nas escolas passa a ser visto como incentivo à homossexualidade, por exemplo.
Vital avalia que a desfiguração da laicidade do Estado brasileiro afasta o Brasil até mesmo do modelo dos Estados Unidos, onde é permitida a representação da religião na esfera pública, mas a divisão entre Estado e Igreja é bem demarcada.
No Brasil, a linha dessa divisão está cada vez mais tênue, dando a impressão de que pode desaparecer com um sopro.
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