Pular para o conteúdo principal

Não há diferença entre Damares e fundamentalistas islâmicos, diz sociólogo

Ao pregar que “a igreja deve governar”, a ministra Damares Alves (foto abaixo), dos Direitos Humanos do Governo Bolsonaro, mostra que não há diferenças essenciais entre ela e “fundamentalistas islâmicos que governam a Arábia Saudita, Irã, Sudão e Faixa de Gaza”.

A afirmação é do sociólogo e comentarista da Folha Demétrio Magnoli.

Ele alerta que o Governo Bolsonaro, com Damares, “desafia o Estado laico”, “brincando com fósforos entre tambores de substâncias inflamáveis”.

Seita de Damares vê
 o seu cristianismo
 como a fé verdadeira

Demétrio escreve que quando a igreja substitui o partido é o fim da democracia porque ela se julga portadora da Verdade absoluta e não aceitará deixar o poder.

“No Ocidente medieval, a Igreja Católica exercia um poder absoluto sobre as sociedades: o papado legitimava os reis. Um paralelo apropriado é com os totalitarismos do século 20: os partidos de Stalin e Hitler identificavam-se com o Estado”, escreve ele, que compara a religião ao partido comunista.

“Nas democracias, contudo, partidos e igrejas ocupam lugares radicalmente diferentes. Os primeiros almejam governar; as segundas só podem almejar a liberdade de pregar uma fé.”
“O governo do partido pode ser mudado; o ‘governo da igreja’ é, por definição, imutável.”


A Esse tipo governo, inclusive, é o pior que pode ocorrer para as próprias religiões, diz Demétrio.

“A seita de Damares vê, no cristianismo, a fé verdadeira exclusiva. O seu "governo da igreja" começaria proscrevendo as "religiões demoníacas" (ou seja, todas as não cristãs), mas não pararia por aí.’

Porque “tanto quanto as outras, a seita de Damares enxerga a si mesma como a única perfeita tradução da fé cristã. Depois de eliminar as "religiões demoníacas", seu "governo da igreja" proscreveria as igrejas cristãs concorrentes. Todo o poder para Damares tem, como implicação lógica, a guerra de religião, primeiro contra os "infiéis" e, na sequência, contra os "falsos fiéis".

É por isso que, agora mais do que nunca, escreve o sociólogo, há necessidade de “examinar as relações entre igreja, partido e governo para redescobrir o valor universal do princípio do Estado laico”.

Com informação da Folha e foto de divulgação.



Aviso de novo post por e-mail

Maioria dos convertidos ao Islã no Rio é de ex-evangélicos

Fanatismo evangélico ameaça a democracia no Brasil, diz reverendo

Evangélicos querem se impor como os islâmicos, diz jornal




Damares quer Bíblia nas escolas, mas não alusão a religiões de matriz africana


A responsabilidade dos comentários é de seus autores.

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Estado laico coloca a religião na esfera privada e impede que ela seja usada pelo governo

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Pai de vocalista dos Mamonas processa Feliciano por dizer que morte foi por ordem de Deus

O que houve com as entidades de defesa do Estado laico? Evaporou pelo Bule de Russell?

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução

Malafaia diz ter só R$ 6 milhões e que vai ‘ferrar’ a Forbes

Revista avaliou o patrimônio do pastor em R$ 300 milhões O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse ter um patrimônio avaliado em R$ 6 milhões e que, por isso, vai “ferrar” a revista Forbes por ter publicado que a fortuna dele está avaliada em R$ 300 milhões (US$ 150 milhões). "Vou ferrar esses caras (da Forbes)", disse ele à Folha de S.Paulo, referindo-se a sua intenção de mover uma ação contra a revista americana. "Vivo de renda voluntária, e eles me prejudicaram. [O fiel] vê aquilo e pensa, 'ih, não vou [dar o dízimo], tá me roubando." A revista estimou que Malafaia é o terceiro mais rico pastor do Brasil, ficando abaixo de Edir Macedo (com fortuna de R$ 1,9 bilhão), da Universal, e Valdemiro Santiago (R$ 440 milhões), da Mundial. Em quarto lugar está R.R. Soares (R$ 250 milhões), da Igreja Internacional da Graça, e em quinto, Estevam Hernandes Filho (R$ 130 milhões), da Renascer. Forbes informou que sua estima...

Malafaia rejeita guerra contra PT porque é 'a favor do Estado laico'

Malafaia disse que evangélicos não  aceitam o 'lixo moral' defendido pelo PT O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, publicou nota em seu site onde diz que os evangélicos não estão em "guerra" com nenhum partido. Isto porque “somos a favor do Estado laico, das garantias individuais e de ampla liberdade de imprensa.” Afirmou que não estava falando em nome de todos os evangélicos, mas interpretando a opinião da maioria deles. A nota foi uma resposta ao ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), que no dia 17 disse que o partido tem de disputar com os líderes evangélicos a influência nas classes emergentes. “Não demonizo partido político nenhum”, disse o pastor. “Já votei em Fernando Henrique, Lula e Serra. Voto em pessoas e não em partidos, porque todos eles possuem ideologias que, ao serem confrontadas com a nossa fé, ficam devendo.” O problema, segundo ele, é que os “ideólogos” do PT, entre ...

Estudo aponta que homofóbicos são homossexuais enrustidos

Cinco deuses filhos de virgens morreram e ressuscitam. E nenhum deles é Jesus

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores