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Itamaraty corre o risco de virar uma plataforma de proselitismo cristão

[opinião]

O Ministério Público Federal e as (poucas) entidades de defesa do Estado laico têm de ficar de olho em Ernesto Araújo (foto abaixo), chanceler de Jair Bolsonaro.

Católico fundamentalista, Araújo pode transformar o Itamaraty em uma plataforma de divulgação de valores cristãos para o mundo.

O maluco Araújo acha
 que o cristianismo
 pode salvar o mundo

É uma maluquice, porque o cara não faz distinção em política (ou pragmatismo diplomático) e religião. Sob esse aspecto, ele é um islâmico.

Araújo promete fazer uma limpeza ideológica no Itamaraty, deslocando petistas e esquerdistas dos postos chaves.

É fato que o PT instrumentalizou o Itamaraty para ter influência em países da América Latina e da África. Mas não se pode substituir a religião do esquerdismo pela religião da direita cristã.

Antes de ser escolhido por Bolsonaro, Ernesto Araújo escreveu em seu blog coisas como esta: “A fé em Cristo significa, hoje, lutar contra o globalismo, cujo objetivo último é romper a conexão entre Deus e o homem, tornado o homem escravo e Deus irrelevante.”

Para o Itamaraty, Deus é, de fato, irrelevante, porque o Brasil é um Estado laico.

Araújo, obviamente, tem o direito de seguir a religião que quiser, a Constituição lhe garante isso, mas ele não pode usar o Itamaraty para proselitismo religioso.

Com foto de Walter Campanato, da Agência Brasil.



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