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Novo caso reforça suspeita de que ong de Damares sequestrou vários índios

Revista publica informações
 que implicam a pastora em
 retiradas de jovens de aldeias

Ação impetrada pelo MPF (Ministério Público Federa) que tramita na Justiça do Rio acusa a ong Atini de ter sequestrado em setembro de 2011 o bebê da índia Arã, da etnia sateré-mawé, da Amazônia.

Em duas semanas, é o segundo caso que a revista Época destaca de suspeita de irregularidades na guarda de indígena por parte da ong criada pela pastora Damares Alves (na ilustração), atual ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos.

O primeiro caso é o da Kajutiti Lulu.

A revista informa que o caso do bebê de Arã é apenas uma das várias disputas judiciais envolvendo a Atini.

Como a ong informa ter abrigado 51 crianças indígenas em sua sede em Brasília, a revista, com base em um conjunto de apurações do Ministério Público, considera a possibilidade de ter havido vários sequestros.

O Ministério Público tem uma versão da história de Arã que contradiz justificativas da ong evangélica.

De acordo com relatório reservado do MPF, a adolescente, então com 14 anos, ficou grávida na sede a Atini de um jovem de outra etnia. A ong diz que a jovem chegou lá já grávida.




A adolescente queria ficar com o bebê, ao qual daria o nome de Mariana. Mas quatro dias após o parto a ong entregou a criança a Marcos e Angélica, irmão e à cunhada de um de seus dirigentes. A filha de Arã foi batizada com um nome que começa com “E”.

A Atini diz que a jovem, quando criança, sofreu estupros coletivos na tribo e que ela, por ter problemas mentais por causa dos maus-tratos, não tinha condições de cuidar do bebê.

Mas o MPF acrescentou ao processo um laudo médico que diz “em letras garrafais” que Arã não apresenta qualquer sintoma de transtorno metal.

Por isso, o órgão concluiu que “inexiste qualquer comprovação de que a adolescente tenha sido rejeitada pelos pais por apresentar problemas mentais”, diferentemente do que a ong alega.

Em 2013, uma perita se encontrou com Arã, que estava em um abrigo em Duque de Caxias (RJ), e lhe mostrou uma foto da filha.

Ao saber que poderia ter de volta o seu bebê, Arã disse: “Eu quero, eu quero! Eu tenho direito? Então eu quero minha filha!”.

Uma argumentação recorrente da ong é que ela “resgata” crianças indígenas para salvá-las da cultura indígena o infanticídio.

Mas no caso de Arã, segundo o MPF, não há qualquer “comprovação etnográfica” de que na atualidade os saterés-mawés” cometam matança de bebês.

“A afirmativa [da ong] de que Arã seria ‘maltratada com frequência e usada sexualmente por vários membros da tribo’ não explicita quem era o autor dos maus-tratos”.

Procuradores foram à aldeia e não contataram qualquer indício de que a menina tenha sofrido violência sexual. Atualmente, a jovem vive na aldeia.

Uma avaliação obtida pelo MPF do antropólogo Walter Coutinho Jr. considera ter havido um preconceito religioso da ong em relação aos índios.

“Qual é, afinal, a fonte ou o fundamento de tantas afirmações peremptórias sobre a jovem, seus familiares e o povo indígena ao qual pertencem?”, pergunta o perito.

Ele mesmo aponta que há apena uma fonte de julgamento de juízo, a dos próprios integrantes da Atini.

A ong rebate as acusações dizendo que sofre “perseguições em virtude de sua postura intransigente na defesa dos direitos humanos universais, não admitindo quaisquer tentativas de relativização de tais direitos”.

Damares contestou a versão da Época citando uma entrevista exclusiva que a linguista Márcia Suzuki, ex-dirigente da Atini, deu ao site “Agora Paraná”.

Márcia está envolvida nos casos de Arã, de Lulu e de outros jovens indígenas que passaram pela entidade.

Ela defende na entrevista a versão de que a jovem foi vítima de estupro, que possui transtornos mentais e que chegou grávida à ong.

Para Época, com base nas investigações ainda em curso do MPF, Damares e Márcia precisam esclarecer os casos de outras crianças e adolescentes retirados de suas aldeias, como o de Harandi, Hakani, Anuhari, Inikiru, Xagani, Sumawani e Amalé.

Com informação de Vinicius Sassine e Natália Portinari, da Época, e de outras fontes, com ilustração do Blog da Cidadania.





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