Não somente uma. Mas duas denúncias de assédio sexual foram apresentados pelo Ministério Público de Paris, nesta segunda feira (18/02/2019) contra o núncio apostólico na França, Luigi Ventura, de 74 anos. O arcebispo italiano Ventura é núncio apostólico (função de embaixador do Vaticano) desde 2009, tendo sido nomeado por Bento Bento 16.
Agora, o funcionário da municipalidade de Paris — identificado como Benjamin G, de 39 anos —informou monsenhor Luigi Ventura também fez-lhe "ataques sexuais", na mesma cerimônia oficial do dia 17 de janeiro no Hotel de Ville (Prefeitura).
O Le Monde já havia noticiado que o MP de Paris abrira inquérito no dia 24 de janeiro para apurar acusação feita por um funcionário público municipal — este sem codinome ou identificação —
sob alegação de ter sido assediado pelo Núncio no dia em que a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, recebe diplomatas do mundo todo no salão do Hotel de Ville. Emmanuel Macron, o p´residente, já havia recebido o mesmo corpo diplomático a 4 de janeiro (ver foto).
Núncio Luigi Ventura, investigado pela Polícia,
em evento de 4 de janeiro, com o presidente
francês Emmanuel Macron
Mão Boba
O Le Monde relata que Benjamin G teria tido as nádegas apalpadas pelo núncio apostólico. A vítima contou ao jornal que durante uma cerimônia o núncio apostólico Luigi Ventura o apalpou e em seguida que sorriu “como se fosse algo normal”.
De acordo com Benjamin G, monsenhor Ventura colocou a mão esquerda em seu ombro e com a direita apertou-lhe as nádegas e com um sorriso descontraído, como se fosse algo normal. "Eu congelei, estávamos em plena cerimônia, saí dali", relatou.
A denúncia é muito parecida com a da primeira acusação. Na primeira, Ventura “acariciou de maneira insistente e repetida as nádegas do jovem durante a cerimônia. Ele colocou as mãos em suas nádegas várias vezes”, conforme informou uma autoridade da prefeitura, sob anonimatoo.
"Ele acariciou e acariciou suas nádegas várias vezes diante de testemunhas", disse um porta-voz da Prefeitura aos jornalistas. "Nosso funcionário ficou muito surpreso e não sabia o que fazer."
De acordo com esse porta-voz, Luigi Ventura tocou o empregado três vezes durante um período de cerca de uma hora antes de o rapaz sair da cerimônia, depois de relatar os incidentes a seus superiores. O porta-voz disse ainda que Ventura não se desculpou.
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"Ele acariciou e acariciou suas nádegas várias vezes diante de testemunhas", disse um porta-voz da Prefeitura aos jornalistas. "Nosso funcionário ficou muito surpreso e não sabia o que fazer."
De acordo com esse porta-voz, Luigi Ventura tocou o empregado três vezes durante um período de cerca de uma hora antes de o rapaz sair da cerimônia, depois de relatar os incidentes a seus superiores. O porta-voz disse ainda que Ventura não se desculpou.
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Papa em Paris
O diretor interino da assessoria de imprensa do Vaticano, Alessandro Gisotti, disse aos jornalistas: "A Santa Sé soube da imprensa que uma investigação foi lançada pelas autoridades francesas a Monsenhor Luigi Ventura, núncio apostólico em Paris.
O caso assume delicadeza diplomática, pois além de serem agora duas as acusações, é revelado na mesma semana em que o papa Francisco realizará uma cúpula no Vaticano para debater os casos de abusos sexuais cometidos dentro da Igreja Católica.
Ventura letrado
Ordenado em 1969, aos 25 anos de idade, para a diocese italiana de Brescia, Lombardia, região de onde é natural, nascido em Borgosattolo, Luigi Ventura foi nomeado para a Nunciatura Apostólica pelo papa anterior, Bento 16. Em 1978, ele foi convocado a trabalhar para o serviço diplomático da Santa Sé, onde estudou na Pontifícia Academia Eclesiástica. O papa João Paulo 2º o nomeou arcebispo em 25 de março de 1995. Antes da Franca, serviu em Costa do Marfim, Burkina Faso e Níger (África) e Chile e Canadá (América).
O arcebispo tem doutorado em Letras Modernas e é formado em Direito Canônico. Além do italiano, fala inglês, francês e espanhol e compreende bem o português.
Com informações de: Le Monde, Agência Ansa, Expresso e National Post
Rede de prostituição operava dentro do Vaticano, diz jornal
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