Um ex-seminarista e hoje estudante, que preferiu que seu nome fosse divulgado pela imprensa, afirma ser uma das vítimas do padre supostamente pedófilo Pedro Leandro Ricardo, da Diocese de Limeira (SP). No seminário, o jovem foi assediado por várias padres.
Naquele dia, enquanto me ajudava a colocar a túnica, começou a deslizar muito as mãos pelo meu corpo: alisou minhas costas, cintura e as coxas. Eu fiquei travado, muito assustado. Ele gostava que a gente colocasse as vestes nele, mas eu nunca colocava. Ficava travado. Eu era uma criança muito quieta, retraída.
Outras vezes, me acariciava quando me dava carona no carro. Ao trocar a marcha, encostava na minha coxa quando eu estava no banco do carona. Como ele percebeu que eu relutava, passou a me excluir de tudo. Não me levava para passear como com os outros garotos. Ia todo mundo para casa paroquial comer pizza, eles iam para viagens também e ganhavam presentes, como sapatos e roupas. O padre chegava a pegar um ônibus que a prefeitura cedia e levava os coroinhas ao parque Hopi Hari. Eu nunca fui.
Eu resistia, mas ficava numa luta interna porque também queria ter aquelas regalias. E então, quando cheguei ao seminário, vieram um monte de padres me cantar. Alguns ligavam e chamavam para eu fazer alguma celebração para eles. No começo eu relutava, mas como passava necessidade eu vi que precisava fazer aquilo para me manter. Eu não queria voltar para pobreza.
Então, eu fui com o primeiro padre que ligou. Ele me levou para fazer uma celebração. Depois comemos pizza e começamos a beber cerveja. Aí chegou à casa paroquial e começou com umas conversas. Ele começou a me passar a mão. E eu tive que deixar.
Não queria voltar para pobreza e passava necessidade. A primeira vez que me relacionei com um desses padres cheguei em casa com tanto nojo que vomitei. Fiquei muito mal. Só melhores uma vez eu me abri com uma psicóloga do seminário. Disse que não estava bem. E ela me aconselhou a sair. Assim foi feito."
Seu relato.
"Aos 10 anos eu e meus familiares frequentávamos a igreja comunidade Nossa Senhora das Graças, bem próxima de onde eu morava na época. O padre Leandro ia lá uma vez por semana celebrar missa, já que era o pároco da igreja São Francisco de Assis, que fica a uns dois quilômetros de distância de onde eu residia.
Como eu participava de todas atividades da igreja, o padre acabou percebendo e me chamou para ser coroinha na paróquia dele. Eu achava longe, mas ele disse que poderia me levar e buscar. Aceitei.
Eu ainda era muito novo, mas eu percebia um negócio diferente. Quando acabava a missa, vários meninos iam na casa dele. E eu não. Porque eu percebia que ele me olhava com desejo. Ficava retraído. Sempre que falava comigo ficava acariciando meus rosto e meus braços. Em 2008, quando já estava mais crescido aos 15 anos, o padre Leandro quis colocar a batina de acólito em mim, o que não tinha o costume de fazer.
"Aos 10 anos eu e meus familiares frequentávamos a igreja comunidade Nossa Senhora das Graças, bem próxima de onde eu morava na época. O padre Leandro ia lá uma vez por semana celebrar missa, já que era o pároco da igreja São Francisco de Assis, que fica a uns dois quilômetros de distância de onde eu residia.
Como eu participava de todas atividades da igreja, o padre acabou percebendo e me chamou para ser coroinha na paróquia dele. Eu achava longe, mas ele disse que poderia me levar e buscar. Aceitei.
Eu ainda era muito novo, mas eu percebia um negócio diferente. Quando acabava a missa, vários meninos iam na casa dele. E eu não. Porque eu percebia que ele me olhava com desejo. Ficava retraído. Sempre que falava comigo ficava acariciando meus rosto e meus braços. Em 2008, quando já estava mais crescido aos 15 anos, o padre Leandro quis colocar a batina de acólito em mim, o que não tinha o costume de fazer.
"Quando cheguei ao seminário, veio um monte de padres me cantar" |
Naquele dia, enquanto me ajudava a colocar a túnica, começou a deslizar muito as mãos pelo meu corpo: alisou minhas costas, cintura e as coxas. Eu fiquei travado, muito assustado. Ele gostava que a gente colocasse as vestes nele, mas eu nunca colocava. Ficava travado. Eu era uma criança muito quieta, retraída.
Outras vezes, me acariciava quando me dava carona no carro. Ao trocar a marcha, encostava na minha coxa quando eu estava no banco do carona. Como ele percebeu que eu relutava, passou a me excluir de tudo. Não me levava para passear como com os outros garotos. Ia todo mundo para casa paroquial comer pizza, eles iam para viagens também e ganhavam presentes, como sapatos e roupas. O padre chegava a pegar um ônibus que a prefeitura cedia e levava os coroinhas ao parque Hopi Hari. Eu nunca fui.
Eu resistia, mas ficava numa luta interna porque também queria ter aquelas regalias. E então, quando cheguei ao seminário, vieram um monte de padres me cantar. Alguns ligavam e chamavam para eu fazer alguma celebração para eles. No começo eu relutava, mas como passava necessidade eu vi que precisava fazer aquilo para me manter. Eu não queria voltar para pobreza.
Então, eu fui com o primeiro padre que ligou. Ele me levou para fazer uma celebração. Depois comemos pizza e começamos a beber cerveja. Aí chegou à casa paroquial e começou com umas conversas. Ele começou a me passar a mão. E eu tive que deixar.
Não queria voltar para pobreza e passava necessidade. A primeira vez que me relacionei com um desses padres cheguei em casa com tanto nojo que vomitei. Fiquei muito mal. Só melhores uma vez eu me abri com uma psicóloga do seminário. Disse que não estava bem. E ela me aconselhou a sair. Assim foi feito."
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