Pular para o conteúdo principal

Ex-seminarista: 'Padre Pedro Ricardo alisou minhas costas, cintura e coxas'

Um ex-seminarista e hoje estudante, que preferiu que seu nome fosse divulgado pela imprensa, afirma ser uma das vítimas do padre supostamente pedófilo Pedro Leandro Ricardo, da Diocese de Limeira (SP). No seminário, o jovem foi assediado por várias padres.

Seu relato.

"Aos 10 anos eu e meus familiares frequentávamos a igreja comunidade Nossa Senhora das Graças, bem próxima de onde eu morava na época. O padre Leandro ia lá uma vez por semana celebrar missa, já que era o pároco da igreja São Francisco de Assis, que fica a uns dois quilômetros de distância de onde eu residia.

Como eu participava de todas atividades da igreja, o padre acabou percebendo e me chamou para ser coroinha na paróquia dele. Eu achava longe, mas ele disse que poderia me levar e buscar. Aceitei.

Eu ainda era muito novo, mas eu percebia um negócio diferente. Quando acabava a missa, vários meninos iam na casa dele. E eu não. Porque eu percebia que ele me olhava com desejo. Ficava retraído. Sempre que falava comigo ficava acariciando meus rosto e meus braços. Em 2008, quando já estava mais crescido aos 15 anos, o padre Leandro quis colocar a batina de acólito em mim, o que não tinha o costume de fazer.

"Quando cheguei ao
 seminário, veio um monte
de padres me cantar"

Naquele dia, enquanto me ajudava a colocar a túnica, começou a deslizar muito as mãos pelo meu corpo: alisou minhas costas, cintura e as coxas. Eu fiquei travado, muito assustado. Ele gostava que a gente colocasse as vestes nele, mas eu nunca colocava. Ficava travado. Eu era uma criança muito quieta, retraída.

Outras vezes, me acariciava quando me dava carona no carro. Ao trocar a marcha, encostava na minha coxa quando eu estava no banco do carona. Como ele percebeu que eu relutava, passou a me excluir de tudo. Não me levava para passear como com os outros garotos. Ia todo mundo para casa paroquial comer pizza, eles iam para viagens também e ganhavam presentes, como sapatos e roupas. O padre chegava a pegar um ônibus que a prefeitura cedia e levava os coroinhas ao parque Hopi Hari. Eu nunca fui.

Eu resistia, mas ficava numa luta interna porque também queria ter aquelas regalias. E então, quando cheguei ao seminário, vieram um monte de padres me cantar. Alguns ligavam e chamavam para eu fazer alguma celebração para eles. No começo eu relutava, mas como passava necessidade eu vi que precisava fazer aquilo para me manter. Eu não queria voltar para pobreza. 

Então, eu fui com o primeiro padre que ligou. Ele me levou para fazer uma celebração. Depois comemos pizza e começamos a beber cerveja. Aí chegou à casa paroquial e começou com umas conversas. Ele começou a me passar a mão. E eu tive que deixar.

Não queria voltar para pobreza e passava necessidade. A primeira vez que me relacionei com um desses padres cheguei em casa com tanto nojo que vomitei. Fiquei muito mal. Só melhores uma vez eu me abri com uma psicóloga do seminário. Disse que não estava bem. E ela me aconselhou a sair. Assim foi feito."

Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Onde Deus estava quando houve o massacre nos EUA?

Deixe a sua opinião aí embaixo, no espaço de comentários.

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Papa afirma que casamento gay ameaça o futuro da humanidade

Bento 16 disse que as crianças precisam de "ambiente adequado" O papa Bento 16 (na caricatura) disse que o casamento homossexual ameaça “o futuro da humanidade” porque as crianças precisam viver em "ambientes" adequados”, que são a “família baseada no casamento de um homem com uma mulher". Trata-se da manifestação mais contundente de Bento 16 contra a união homossexual. Ela foi feita ontem (9) durante um pronunciamento de ano novo a diplomatas no Vaticano. "Essa não é uma simples convenção social", disse o papa. "[Porque] as políticas que afetam a família ameaçam a dignidade humana.” O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) ficou indignado com a declaração de Bento 16, que é, segundo ele, suspeito de ser simpático ao nazismo. "Ameaça ao futuro da humanidade são o fascismo, as guerras religiosas, a pedofilia e o abusos sexuais praticados por membros da Igreja e acobertados por ele mesmo", disse. Tweet Com informação

Pastor mirim canta que gay vai para o inferno; fiéis aplaudem

Garoto tem 4 anos Caiu na internet dos Estados Unidos um vídeo onde, durante um culto, um menino de quatro anos canta aos fiéis mais ou menos assim: “Eu sei bem a Bíblia,/Há algo de errado em alguém,/Nenhum gay vai para o céu”. Até mais surpreendente do que a pregação homofóbica do garotinho foi a reação dos fiéis, que aplaudiram de pé, em delírio. Em uma versão mais longa do vídeo, o pai, orgulhoso, disse algo como: “Esse é o meu garoto”. A igreja é a Apostólica do Tabernáculo, do pastor Jeff Sangl, de Greensburg, Indiana. Fanático religioso de amanhã Íntegra do vídeo. Com informação da CBS . Pais não deveriam impor uma religião aos filhos, afirma Dawkins. julho de 2009 Intolerância religiosa no Brasil

Cristãos xingam aluna que obteve decisão contra oração

Jessica sofre hostilidades desde meados de 2011 Uma jovem mandou pelo Twitter uma mensagem para Jessica Ahlquist (foto): “Qual é a sensação de ser a pessoa mais odiada do Estado? Você é uma desgraça para a raça humana.”  Outra pessoa escreveu: “Espero que haja muitos banners [de oração] no inferno quando você lá estiver apodrecendo, ateia filha da puta!” Jessica, 16, uma americana de Cranston, cidade de 80 mil habitantes de maioria católica do Estado de Rhode Island, tem recebido esse tipo de mensagem desde meados de 2011, quando recorreu à Justiça para que a escola pública onde estuda retirasse uma oração de um mural bem visível, por onde passam os alunos. Ela é uma ateia determinada e leva a sério a Constituição americana, que estabelece a separação entre o Estado e a religião. Os ataques e ameaças a Jessica aumentaram de tom quando um juiz lhe deu ganho de causa e determinou a retirada da oração. Nos momentos mais tensos, ela teve de ir à escola sob a proteção da

Anglicano apoia união gay e diz que Davi gostava de Jônatas

Dom Lima citou   trechos da Bíblia Dom Ricardo Loriete de Lima (foto), arcebispo da Igreja Anglicana do Brasil, disse que apoia a união entre casais do mesmo sexo e lembrou que textos bíblicos citam que o rei Davi dizia preferir o amor do filho do rei Saul ao amor das mulheres. A data de nascimento de Davi teria sido 1.040 a.C. Ele foi o escolhido por Deus para ser o segundo monarca de Israel, de acordo com os livros sagrados hebraicos. Apaixonado por Jônatas, ele é tido como o único personagem homossexual da Bíblia. Um dos trechos os quais dom Lima se referiu é I Samuel 18:1: “E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como a sua própria alma”. Outro trecho, em Samuel 20:41: “E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais”. Em II Samuel 1:26, fica claro p

Adventista obtém direito de faltar às aulas na sexta e sábado

Quielze já estava faltando e poderia ser reprovada Quielze Apolinario Miranda (foto), 19, obteve do juiz Marcelo Zandavali, da 3ª Vara Federal de Bauru (SP), o direito de faltar às aulas às sextas-feiras à noite e aos sábados. Ela é fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia, religião que prega o recolhimento nesses períodos. A estudante faz o 1º ano do curso de relações internacionais da USC (Universidade Sagrado Coração), que é uma instituição fundada por freiras na década de 50. Quielze corria o risco de ser reprovada porque já não vinha comparecendo às aulas naqueles dias. Ela se prontificou com a direção da universidade em apresentar trabalhos escolares para compensar a sua ausência. A USC, contudo, não aceitou com a alegação de que não existe base legal para isso. Pela decisão do juiz, a base legal está expressa nos artigos 5º e 9º da Constituição Federal e na lei paulista nº 12.142/2005, que asseguram aos cidadãos a liberdade de religião. Zandavali determinou

Na última entrevista, Hitchens falou da relação Igreja-nazismo

Hitchens (direita) concedeu  a última entrevista de  sua vida a Dawkins da  New Statesman Em sua edição deste mês [dezembro de 2011], a revista britânica "New Statesman" traz a última entrevista do jornalista, escritor e crítico literário inglês Christopher Hitchens, morto no dia 15 [de dezembro de 2011] em decorrência de um câncer no esôfago.