por Christa Pongratz-Lippitt
Uma reforma relacionada que também é urgente, acrescentou, é fazer com que aqueles que ocupam cargos de responsabilidade prestem contas “de cima a baixo”. Além disso, deve haver um documento para estabelecer e proteger os direitos básicos dos fiéis batizados, disse.
Ele observou que Paulo VI havia feito propostas nessa direção, mas, “quando os detentores do poder perceberam que qualquer um desses planos chegaria até a raiz”, as medidas foram “enterradas” pelo Papa São João Paulo II.
Ordenado ao sacerdócio em 1977, Schüller é uma voz credível sobre a questão dos abusos e da reforma da Igreja.
Ex-chefe da Cáritas Áustria, ele foi vigário geral do cardeal Christoph Schönborn de 1995 a 1999 e chefe da ouvidoria da Arquidiocese de Viena para ajudar as vítimas de abuso sexual clerical de 1996 até 2005, quando ele pressionou para que um leigo assumisse essa posição.
Durante a coletiva de imprensa, Schüller reiterou que o problema básico por trás do “fenômeno dos abusos” reside no desequilíbrio existente na Igreja.
“Os católicos se resignaram a viver em dois mundos – no mundo exterior, que na Europa costuma ser um mundo democrático; e dentro da Igreja, onde, assim que atravessam o limiar da Igreja, são servos em uma monarquia absoluta”, disse.
Ele assinalou que os fiéis batizados durante muito tempo não desfrutavam de qualquer direito e estavam completamente isolados se, por exemplo, fossem agredidos por clérigos.
O padre da Arquidiocese de Viena também avaliou a cúpula sobre os abusos que ocorreu entre os dias 21 e 24 de fevereiro em Roma, com a participação do papa e de representantes de todos os bispos do mundo, ordens religiosas e vítimas de abuso.
“A cúpula vaticana deve desencadear rapidamente as mudanças concretas do sistema. O papa Francisco tem uma oportunidade única de converter a Igreja em uma comunidade dotada de uma constituição básica, e ele próprio deve liderar o caminho”, disse Schüller.
Íntegra da reportagem. A tradução é de Moisés Sbardelotto para IHU Online.
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A responsabilidade dos comentários é de seus autores.
para La Croix International
Um dos padres católicos reformistas mais renomado do mundo alertou que o tempo está se esgotando para que a Igreja Católica faça grandes mudanças estruturais se suas lideranças quiserem salvá-la do colapso.
“Se a Igreja não realizar uma mudança de rota nos próximos quatro ou cinco anos, então ela acabou”, disse o padre Helmut Schüller, ex-vigário geral da Arquidiocese de Viena, em uma coletiva de imprensa no dia 27 de fevereiro de 2019 na capital da Áustria.
O clérigo de 66 anos, cofundador em 2006 da Iniciativa dos Párocos Austríacos, disse que a atual crise dos abusos sexuais deve impelir a Igreja Católica a repensar (überdenken) sua constituição, a dar mais direitos aos leigos católicos e a introduzir mecanismos de controle para aqueles que estão em posições de poder.
Falando aos repórteres durante uma reunião dos movimentos de reforma da Igreja austríaca, Schüller disse que uma das reformas mais necessárias é “dessacralizar” o sacerdócio.
“Devemos voltar a ver o sacerdócio como um serviço, e não como um ofício que dá poder ao portador, porque isso pode levar ao abuso”, disse.
Um dos padres católicos reformistas mais renomado do mundo alertou que o tempo está se esgotando para que a Igreja Católica faça grandes mudanças estruturais se suas lideranças quiserem salvá-la do colapso.
“Se a Igreja não realizar uma mudança de rota nos próximos quatro ou cinco anos, então ela acabou”, disse o padre Helmut Schüller, ex-vigário geral da Arquidiocese de Viena, em uma coletiva de imprensa no dia 27 de fevereiro de 2019 na capital da Áustria.
O clérigo de 66 anos, cofundador em 2006 da Iniciativa dos Párocos Austríacos, disse que a atual crise dos abusos sexuais deve impelir a Igreja Católica a repensar (überdenken) sua constituição, a dar mais direitos aos leigos católicos e a introduzir mecanismos de controle para aqueles que estão em posições de poder.
Falando aos repórteres durante uma reunião dos movimentos de reforma da Igreja austríaca, Schüller disse que uma das reformas mais necessárias é “dessacralizar” o sacerdócio.
“Devemos voltar a ver o sacerdócio como um serviço, e não como um ofício que dá poder ao portador, porque isso pode levar ao abuso”, disse.
Uma reforma relacionada que também é urgente, acrescentou, é fazer com que aqueles que ocupam cargos de responsabilidade prestem contas “de cima a baixo”. Além disso, deve haver um documento para estabelecer e proteger os direitos básicos dos fiéis batizados, disse.
Ele observou que Paulo VI havia feito propostas nessa direção, mas, “quando os detentores do poder perceberam que qualquer um desses planos chegaria até a raiz”, as medidas foram “enterradas” pelo Papa São João Paulo II.
Ordenado ao sacerdócio em 1977, Schüller é uma voz credível sobre a questão dos abusos e da reforma da Igreja.
Ex-chefe da Cáritas Áustria, ele foi vigário geral do cardeal Christoph Schönborn de 1995 a 1999 e chefe da ouvidoria da Arquidiocese de Viena para ajudar as vítimas de abuso sexual clerical de 1996 até 2005, quando ele pressionou para que um leigo assumisse essa posição.
Durante a coletiva de imprensa, Schüller reiterou que o problema básico por trás do “fenômeno dos abusos” reside no desequilíbrio existente na Igreja.
“Os católicos se resignaram a viver em dois mundos – no mundo exterior, que na Europa costuma ser um mundo democrático; e dentro da Igreja, onde, assim que atravessam o limiar da Igreja, são servos em uma monarquia absoluta”, disse.
Ele assinalou que os fiéis batizados durante muito tempo não desfrutavam de qualquer direito e estavam completamente isolados se, por exemplo, fossem agredidos por clérigos.
O padre da Arquidiocese de Viena também avaliou a cúpula sobre os abusos que ocorreu entre os dias 21 e 24 de fevereiro em Roma, com a participação do papa e de representantes de todos os bispos do mundo, ordens religiosas e vítimas de abuso.
“A cúpula vaticana deve desencadear rapidamente as mudanças concretas do sistema. O papa Francisco tem uma oportunidade única de converter a Igreja em uma comunidade dotada de uma constituição básica, e ele próprio deve liderar o caminho”, disse Schüller.
Templo em escombros é a melhor metáfora para Igreja Católica |
Íntegra da reportagem. A tradução é de Moisés Sbardelotto para IHU Online.
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