por Deutsche Welle
As páginas, das quais algumas são desconhecidas, incluem reflexões pessoais e científicas, e muitas delas foram escritas entre 1944 e 1948.
"O notável é que realmente nos mostram como funcionava sua mente criativa", disse o físico Hanoch Gutfreund, diretor dos Arquivos de Einstein na Universidade Hebraica.
Entre elas há cartas de Einstein a seu amigo Michele Besso e a seu filho Hans Albert. Elas refletem as impressões e reflexões do físico sobre o clima político na Europa.
Numa carta de 1935, escrita no Estados Unidos para Hans Albert, que vivia na Suíça, Einstein expressa preocupação com a ascensão ao poder do partido nazista na Alemanha.
Os documentos também incluem um apêndice manuscrito de um artigo científico sobre uma teoria do campo unificado que Einstein, vencedor do Nobel de Física de 1921, apresentou à Academia de Ciências da Prússia em 1930.
Gutfreund afirmou que as oito páginas da teoria nunca foram publicadas, mas que existem cópias dela em circulação. Porém, nas cópias faltava uma página, que está no apêndice.
Até a sua morte, em 1955, Einstein tentou criar uma teoria que não só explicasse os fenômenos eletromagnéticos como também os unificasse com a gravitação. Ou seja, ambos seriam manifestações de um mesmo campo.
"Os papéis [agora tornados públicos] refletem a maneira como Einstein pensava e trabalhava. Muitos deles, em sua letra de mão, são cálculos matemáticos com muito pouco texto", disse Gutfreund.
"Sempre que alguma coisa lhe vinha à mente, uma nova ideia, ele sentava imediatamente e a rabiscava."
Einstein deixou a Alemanha pouco antes de Adolf Hitler chegar ao poder e abriu mão da cidadania alemã. Ele se mudou para os Estados Unidos, onde obteve a cidadania americana em 1940.
Einstein legou seus escritos pessoais e científicos à Universidade Hebraica de Jerusalém, o que levou à fundação dos Arquivos Albert Einstein, com mais de 80 mil manuscritos, cartas, fotografias e outros documentos, tanto privados como científicos.
Os novos manuscritos foram comprados pela fundação da família Crown-Goodman, em Chicago, de um colecionador privado na Carolina do Norte e doados à universidade israelense.
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