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Busca do satélite PLATO por 'outras Terras' tem a contribuição de brasileiros

por Júlio Bernardes
para Jornal da USP

A Agência Espacial Europeia (ESA) informou que recebeu os primeiros detectores de luz para os telescópios do satélite que irá rastrear sistemas solares “gêmeos” do sistema solar.

Conhecido como PLATO, sigla em inglês para Planetary Transits and Oscillation of Stars (transito planetário e oscilação das estrelas), o satélite deverá ser lançado em 2026.

O projeto, coordenado pela ESA, tem a contribuição de cientistas e engenheiros de dez instituições de ensino e pesquisa brasileiras, entre elas a USP.

O professor Eduardo Janot Pacheco, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas (IAG), que coordena a participação brasileira no projeto, explica que o satélite irá identificar planetas por meio de seu trânsito pelas estrelas que orbitam. 

“Quando o planeta passa em frente da estrela, ele projeta uma sombra, fazendo um eclipse”, diz. 

“Como os planetas rochosos, semelhantes à Terra e que se encontram dentro da zona habitável, são extremamente pequenos em relação às estrelas, é preciso ter uma precisão muito grande para detectá-los.”

O PLATO terá um conjunto de 26 telescópios, e cada um deles receberá quatro unidades de detectores de luz, conhecidos como Charge Coupled Devices (CCDs). 

“Esses dispositivos são utilizados em câmeras digitais e estarão presentes no satélite numa versão mais avançada”, diz, “capaz de detectar com altíssima precisão qualquer mudança no brilho das estrelas causado por um ou mais planetas se movendo à sua frente”.

“Todo o sistema foi desenvolvido para assegurar a descoberta de planetas similares à Terra na zona habitável, ou seja, que possuam água líquida na superfície”, destaca o professor.

Por meio dos dados obtidos pelo PLATO, também serão estudadas as propriedades das estrelas que os planetas orbitam, além da realização de cálculos de massa, tamanho e idades planetárias.







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