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Muito da dor que as Testemunhas de Jeová causam foi acentuda por Jaracz

Theodore Jaracz,
Ted Jaracz fortaleceu a
 política das cTestemunhas
 de Jeová de acobertamento
 da pedofilia 


por Barbara Anderson
para Watchtower Docoments

Pouco se sabe da juventude deste homem. Em 1991, foi-me dito por um membro do pessoal do Departamento de Redação (sede mundial nos EUA) que Ted Jaracz foi criado por três tias solteironas. O meu informante não sabia onde, mas foi sugerido na Internet que ele foi criado no sul de Illinois.

A brochura do Memorial dedicada à vida de Theodore Jaracz, e distribuída antes do seu funeral ter início em Brooklyn, NY, dizia que ele nasceu em Pike County, no Kentucky. 

Além da sua esposa, Jaracz deixou uma irmã e sobrinhos e sobrinhas. Foi novidade para mim saber que ele tinha uma irmã ainda viva. Gostaria de poder localizá-la e sentar e conversar sobre o seu irmão – um verdadeiro enigma.

Porque iria eu querer saber mais sobre este homem? O que fez ele para merecer uma análise mais rigorosa? 

O fato é que diretamente responsável por um montante incalculável e imensurável de dor ou pior, para um número incalculável, mas, certamente, enorme de pessoas durante ou até mesmo antes do seu reinado como membro do Corpo Governante. 

A sua firme e inabalável aderência a certas noções da Torre de Vigia ou opiniões que ele alegou serem tomadas a partir das Escrituras, resultou em prejuízo para muitos seguidores, e por obrigar inúmeras testemunhas a abandonar a sua religião, e, para alguns, até mesmo renunciar a sua crença em Deus.

As seguintes informações sobre Ted Jaracz são baseadas em fatos que eu, pessoalmente, observei e vivi, ou ouviu falar da boca de informantes confiáveis. Algumas histórias pessoais guardei para mim mesma por muitos anos, tal como solicitado por pessoas que não queriam ser identificadas por Jaracz como fonte de informações delicadas e, consequentemente, ser desassociadas. 

Ele certamente tinha o poder de ordenar um inquérito sobre vazamento de informação, como fez em 2001, quando ele enviou uma betelita [voluntária que se dedica à pregação] dos Estados Unidos para o Reino Unido de modo a procurar fontes de vazamentos numa época em que alguns da referida sucursal estariam enviando material confidencial para "apóstatas".

Em 1945, Ted Jaracz, na idade de 20 anos, participou da sétima turma da Escola Bíblica de Gileade, da Torre de Vigia, em South Lansing, Nova Iorque. Lorraine Wallen (nome de casada) foi uma das suas colegas. 

Depois de se graduar no curso que durou cinco meses, Lorraine foi enviada para as Filipinas. Jaracz foi enviado para Cleveland, Ohio, como superintendente de circuito. 

Algum tempo antes de 1951, quando ele estava no trabalho de circuito, ele encontrou uma atraente testemunha canadense, uma esteticista de profissão, Melita Lasko, numa convenção nos Estados Unidos (Lorraine acabou por casar com Robert (Bob), Wallen em algum momento após 1959. 

Foi quando meu marido, Joe, deixou o Betel para se casar comigo, depois de ficar lá por três anos. 

Naquela época Bob, então um membro de longa data da família de Betel em Brooklyn, ainda não era casado. Muitos anos depois, Bob Wallen seria secretário-executivo de Ted Jaracz, e também "assistente do Corpo Governante”. 

Em 1º de setembro de 2005 Jaracz tornou-se vice-presidente da Sociedade Torre de Vigia de Bíblias e de Tratados da Pensilvania).

Em 1951, Jaracz foi enviado para a Austrália para se tornar superintendente da sucursal, e ao mesmo tempo, Lorena Wallen disse-me que ele era o homem mais jovem segurando uma posição tão importante.

Segundo a família, Melita definhava por ele e decidiu voar até Austrália para “persegui-lo”. 

Ela foi avisada que poderia entrar em um monte de problemas “perseguindo” um homem como ela estava fazendo, mas ela fez isso de qualquer maneira e acabou por conquistar o seu homem, casando-se com ele em 1956, assim que ele chegou de volta aos Estados Unidos. 

Sua remoção como superintendente sucursal na Austrália, nublada pelo segredo, teve lugar depois de apenas cinco anos nessa alta posição. Seis meses depois, os Jaraczs estavam no trabalho de circuito, na Califórnia. Então, no início dos anos 1960, Ted Jaracz tornou-se o superintendente de distrito para todo o Estado da Califórnia. Naquela época, um superintendente de circuito da Califórnia e sua esposa disseram ao meu marido e a mim que ambos, "Melita e Ted", eram rudes, sabem-tudo, inóspitos e ásperos.

Segundo relatos, por volta de 1968, na Califórnia, Jaracz questionou muitos dos que professavam ser o ungidos, perguntando: "Como você sabe quando Deus está chamando você para ser deste grupo? O que é sentir-se chamado?”

 Uma testemunha ungida disse-me ter respondido a ele: “Se você fosse ungido, você não teria que perguntar.”

 O superintendente de circuito com o nome de Wetzler, que presenciou a conversa, comentou mais tarde que, aparentemente, Jaracz queria participar [dos emblemas].

E por volta de 1969-70, Jaracz supostamente foi transferido para o Arizona para ser superintendente de distrito, e em 1971, Jaracz participava [dos emblemas] até mesmo à luz do ensinamento da Torre de Vigia de que em 1935, a porta para o céu fora fechada porque o número de ungidos escolhidos por Deus estava completo, embora as Testemunhas de Jeová acreditassem que, ao longo do tempo, uma substituição seria necessária, se alguém caía fora. Mas não parece que Jaracz tenha sido escolhido para preencher imediatamente as botas de alguém que caiu fora em 1968, já que ele não começou a participar ainda por outros três anos depois de começar a fazer perguntas.

A "Sentinela" de 1º de janeiro de 1977 dizia:

“Para atender à demanda adicional de expansão, foi resolvido em 1971 aumentar o número de"anciãos", servindo como membros do Corpo Governante das Testemunhas de Jeová, de sete (os diretores da Sociedade Torre de Vigia) para um total de onze membros. 

Uma expansão adicional, para dezoito membros, teve lugar no final de 1974.” [...] “E foi durante o ano seguinte de 1975, reajustes mais significativos da organização, na história moderna de 100 anos das testemunhas de Jeová, veio a ser considerado. 

Depois de discussões que continuaram durante a maior parte do ano, a reorganização foi aprovada em 4 de dezembro de 1975, pelo voto unânime dos dezessete membros do Corpo Governante. E entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 1976.”

A decisão de Jaracz de participar [dos emblemas] foi oportuna, não é, porque por volta do início de 1974, ele foi convidado para fazer parte da família de Betel, com um convite no final de 1974, para ser membro do Corpo Governante. E para ser membro do Corpo Governante teria de ser “ungido”.

Eu não me surpreenderia ao descobrir que Ted Jaracz foi informado pelo seu amigo pessoal, Nathan Knorr, antes de 1971 que, durante 1971, o número do Corpo Governante iria ser aumentado, ainda que Jaracz não se tornasse membro a não ser em 1974, mas ele tinha esperanças e preparava-se para o caso de ser convidado; daí, ele alegar ter ouvido a chamada para o reino celestial e ter começado a participar dos emblemas.

Este não é um palpite desprovido de conhecimento, já que me foi dito por um escritor, alto funcionário de Betel, que foi Knorr o responsável por convidar para servir em Betel um Jaracz dado a intrigas e fanático, com a intenção de designá-lo posteriormente como um dos membros do Corpo Governante ou mesmo estar entre os “diretores” que mais tarde poderiam até tirá-lo do seu trono”. Afinal, Knorr sabia exatamente o que Jaracz havia feito na filial australiana que o levou a ser removido, e sabia muito bem do que ele era capaz.

Jaracz tornou-se um membro no final de 1974 e quando decorria o janeiro de 1976, ele provavelmente foi responsável por grande parte dos “reajustes mais significativos da organização, na história moderna de 100 anos das testemunhas de Jeová...” que lhe deram poderes que um homem como ele só poderia sonhar vir a ter, especialmente quando ele foi instalado em duas das mais poderosas comissões do Corpo Governante, Serviço e Ensino, onde as decisões tomadas afetariam as vidas de milhões de pessoas.

Não é de admirar que uma ex-Testemunha de Jeová da California, conhecido de Jaracz, disse que ele era um “impostor”.

Em relação ao motivo desconhecido pelo qual Jaracz foi removido do cargo de supervisor da filial na Austrália, uma vez um betelita (no Betel de Brooklyn) foi ouvido dizer a um alto membro da família de Betel que Ted estava fazendo tudo para não estragar as coisas outra vez, referindo-se ao seu problema na Austrália.

Outra antiga Testemunha de Jeová e por longo tempo ancião, Frank Kavelin, recentemente escreveu:
“Barbara Anderson descreveu Ted Jaracz como “gentil e agradável aos estranhos nas congregações, mas “ruim como ninguém” para o típico trabalhador betelita, às vezes parecendo duas pessoas em um só corpo.” Eu acho que é uma avaliação justa com base no que eu havia observado ao longo dos anos. Enquanto eu era um objeto de sua afeição eu podia ver o medo dele em muitos dos trabalhadores, colegas meus em Betel.”

Por quase onze anos vivi e trabalhei em estreita proximidade com Ted Jaracz. Ao longo dos anos, notei que ele parecia amar a sua esposa, parecia que gostava especialmente de certas pessoas, como um casal de amigos muito próximos, do Texas, que, ao visitar Betel eram até convidados para os aposentos de Jaracz, para uma refeição. Quando Jaracz era superintendente de distrito, este casal intimamente se relacionara com “Ted e Melita” em trabalhos de organização, pré-congressos, ano após ano.

Jaracz parecia ser sem graça, mas alguns betelitas foram testemunhas oculares da diversão que tinha correndo com a sua esposa pelas escadas acima dos oito andares, cada um usando escadas em extremos opostos do edifício, desde da sala de jantar até aos seus aposentos no edifício Tower's. Era a sua pequena brincadeira na parte da manhã, e quando chegavam à porta dos aposentos, eles riam e continuavam como recém-casados. Esse foi um lado deles que eu nunca vi.

“Ted e Melita” eram conhecidos por serem muito ativos no serviço de campo e, muitas vezes vistos no trabalho de rua. Esta foi a única coisa positiva que posso lembrar que outros falaram sobre eles em Betel.

Vimos a emoção no rosto Jaracz e ouvimos sua voz engasgar-se quando no café da manhã falou uma hora sobre os números, na casa dos milhares, disse ele, de gente lá fora, em partes remotas do mundo, que estavam se convertendo à religião das Testemunhas de Jeová.

Durante esse episódio, na nossa mesa de jantar, um jovem betelita disse: “Eu não sabia que esse homem tinha sentimentos.”

Em uma formatura de Gileade, no Salão da Assembleia da bela cidade de Jersey, Jaracz apresentou slides à platéia de milhares de pessoas na Polónia se congregando pela primeira vez em um congresso. Sua voz expressava tanta emoção que o público se sentia desconfortável. Pensávamos que ele estava chorando.

Posteriormente, alguns observaram que ele não conhecia uma alma em toda aquela gente polaca, mas emocionara-se apenas ao vê-los em um congresso. 

No entanto, através de suas ações, era óbvio que ele não se comovia e não apreciava aqueles que vinham para Betel para oferecer seus serviços, mas se emocionava com pessoas que ele nunca conheceria somente porque eles se haviam tornado Testemunhas de Jeová.

Um domingo, Ted Jaracz visitou o nosso Salão do Reino em Brooklyn para fazer um discurso. Ele demonstrou bondade incomum para aqueles que lhe foram apresentados, na sua maioria pessoas das ilhas do Caribe. Fiquei pasmada! Ao voltarmos para o Betel, após a reunião, nós conversamos amigavelmente sobre o trabalho do Reino até que meu marido nos deixou na porta da frente do Edifício Tower's, onde morávamos.

Quando Jaracz e eu atravessamos a porta da frente, a sua mudança de atitude foi dramática. Ele não disse boa noite para mim, antes agiu como se nunca me tivesse visto antes em sua vida, e quanto às pessoas ignorou os que o saudaram quando ele atravessou o hall de entrada.

Outras lembranças para ajudar a ilustrar a intrigante faceta de “duas pessoas diferentes no mesmo corpo”.

Nos quatro anos que servi no Departamento de Redação, eu nunca o vi lá uma única vez. Durante o tempo em que eu estava fazendo pesquisa para o livro Proclamadores, eu tinha acesso livre para o arquivo da filial, no piso do Gabinete Executivo (onde Jaracz tinha o seu gabinete), somente quando ele estava fora da cidade porque o rapaz que estava sentado na mesa da frente tinha medo de ter problemas caso deixasse-me entrar e Jaracz me visse lá, mesmo eu tendo permissão de outros homens de alto nível para estar na sala de arquivo. 
Ele estava claramente com medo da ira do “Irmão Jaracz”.
Durante os últimos dois anos em que eu trabalhei no Departamento de Redação, o espírito de mente fechada de Jaracz sobre a questão do abuso sexual infantil e a terapia para saúde mental, entre outros temas, trouxe dias de ansiedade e estresse aos membros compassivos do departamento. Um escritor bem respeitado, Lee Watters, disse diretamente a mim que Ted Jaracz era louco. Ele disse: “Olhe nos olhos dele quando ele está falando, e você verá que não é normal.”

Em conversas com os outros, Jaracz era descrito como sendo “frio e calculista”, “insolente”, “cáustico e de língua afiada”, “dissimulado” e “desonesto”. Ouvi histórias das muitas vezes que Jaracz impunha os seus pareceres negativos sobre membros mais fracos do Corpo Governante através do seu forte caráter.

No início de 1990, a sua dissimulação o levou quase a perder a sua posição. Foi após a dissolução da União Soviética, que foi caracterizada por muitas das Repúblicas Socialistas Soviéticas declarando independência, desde o início de 1990 até o final de 1991.

 Após as repúblicas afirmarem a sua independência, o Corpo Governante decidiu que era o momento oportuno para realizar um congresso em St. Petersburg e enviar Jaracz para região a fim de fazer os arranjos. 

No entanto, ele secretamente dirigira muitas reuniões que se realizaram em países anteriormente sob o controle da União Soviética. Quando isso veio à tona depois de muitas reuniões realmente terem acontecido sem o conhecimento do restante do Corpo Governante, para aplacar um corpo muito irritado, ele desculpou-se arrependido e prometeu nunca mais fazer uma coisa dessas de novo.

Nosso sujeito tinha tanto poder que impediu a nomeação de Harry Peloyan para ser “assistente do Corpo Governante” por causa da perseverança e determinação de Harry em estabalecer que molestadores (pedófilos) não mais pudessem ocupar posições de autoridade dentro da organização. Aliás, Jaracz era tão detestado por alguns membros do Corpo Governante que a esposa de um deles me disse que seu marido, Daniel Sydlik, não iria a alguma reunião social se Jaracz estivesse lá.

Enquanto o Dateline (programa de TV nos EUA que apresentou documentário sobre os casos de pedofilia acobertados pela liderança das Testemunhas de Jeová nos EUA), estava sendo preparado em 2001, em algum momento no final do verão, um amigo próximo de Jaracz (que mais tarde deixou a organização) foi jantar com ele. Jaracz estava de bom humor e durante a conversa, ele levantou a questão da consciência cristã.

Jaracz disse que apenas o Corpo Governante pode afirmar o que é a consciência cristã! Ele não tinha mudado neste ponto desde o momento em que o Corpo Governante estava discutindo um serviço (militar) alternativo em 1978, quando disse: “Nós devemos ter uma posição unida em todo o mundo. Devemos ser decisivos nesta matéria.... Se fôssemos permitir essa decisão aos irmãos teríamos problemas.... Os irmãos precisam ter a consciência educada.” – Crise de Consciência, página 139. Claro, isso significa consciências manipuladas pelo Corpo Governante.

Outro ponto que Jaracz sublinhou durante a refeição foi este: Ele disse que o Corpo Governante tinha estado preparando-se por muito mais tempo do que qualquer um poderia supor para um ataque dos apóstatas. Ele disse: “Esmagarem-nos no chão vai trazer o Armagedom. A Sociedade Torre de Vigia é material e, quando ela desaparecer, os apóstatas não poderão destruir o espiritual. Ele mencionou um artigo na revista A "Sentinela", escrito por Fred Franz muitos anos antes, sobre o que aconteceria quando “Ariel”, ou a organização Torre de Vigia, for pisada no chão – trará o Armagedom. (Isaías 29:7).

 Jaracz observou que por causa da pisada “apóstata”, que segundo ele que já estaria para ocorrer naquele verão, que o Armagedom tinha começado.

Quando o produtor do programa Dateline contatou a Torre de Vigia durante meados de 2001, solicitando uma entrevista para o próximo programa, explicou ao porta-voz da Sociedade Torre de Vigia, J.R. Brown, sobre o que seria o programa e quem ia aparecer no mesmo. 

No início de setembro, uma fonte na Torre de Vigia secretamente estendeu a mão a um amigo meu para que ele soubesse que o Departamento de Serviços e o Departamento Jurídico estavam discutindo sobre mim. 

O departamento de Serviço quis imediatamente a minha desassociação, mas o conselho do Departamento Jurídico não foi a favor de fazê-lo. Será que o Departamento de Serviço atuou sozinho, sem ordens do alto? Claro que não! A ordem veio do chefe de serviço, Ted Jaracz, mas o Departamento Jurídico prevaleceu dessa vez. No entanto, assim que os líderes da Torre de Vigia foram informados da data em que o programa iria para o ar, eu fui realmente desassociada.

A fonte da Torre de Vigia conversando com meu amigo enviou uma mensagem verbal para ser passada a mim, que era esta: “Você está sendo vigiada em suas amizades.” 

Além disso, o mensageiro expressou palavras muito gentis sobre o meu caráter. No entanto, devido aos acontecimentos terríveis de 11 de setembro de 2001 (atentado ao Word Trade Center, em Nova Iorque) o programa Dateline não foi para o ar em novembro de 2001 como tinha sido programado, mas foi empurrado para a frente, para uma data indeterminada. Por conseguinte, Jaracz começou a sua campanha de promoção de medo entre os seus associados, de que o Armagedom estava próximo e que os “apóstatas” tinham que ser punidos.

Outro informante interno em Betel relatou que durante o verão de 2001, Jaracz e cinco outros membros do corpo directivo foram para a França e Jaracz verbalmente “expulsou o diabo” na liderança da filial. 

Eles foram acusados de ter tido um namorico com Ray Franz e de que poderiam ser apóstatas. 

Além disso, ele disse que a filial do Reino Unido estava descontente com Brooklyn e que eles e a liderança na filial australiana, estavam fazendo com que Brooklyn fosse examinado e que a política de duas testemunhas (para confirmar numa comissão judicativa desvios graves eventualmente praticados por Testemunhas de Jeová, como a pedofilia, por exemplo) fosse abandonada.

No entanto, a preservação da “organização de Deus” estava em segundo lugar para Jaracz e o ensino da Bíblia em primeiro. Foi também explicado que Jaracz estava pessoalmente contra a reorganização corporativa do ano de 2000, e contra o novo arranjo da comissão. Qual o motivo desta oposição, eu nunca ouvi falar.

Eu gostaria de explicar o que queria dizer quando eu escrevi que “a preservação da organização de Deus” estava em segundo lugar para Jaracz, e o ensino da Bíblia em primeiro.” Geralmente, Jaracz é identificado como sendo um homem que colocava a organização sempre em primeiro lugar. Olhando de perto o contexto, no entanto, é possível entender o que realmente ele queria dizer:
As duas filiais estavam infelizes e queriam que Brooklyn revisasse e “abandonasse a política de duas testemunhas.”

Era a política baseada na Bíblia que eles queriam que Brooklyn abandonasse e para Jaracz esse ensino da Bíblia vinha em primeiro lugar , ou melhor, “a interpretação em que ele acreditava” dessa passagem da Bíblia. Para a liderança das duas filiais, a utilização dessa passagem da Bíblia em acusações de abuso sexual estava causando problemas. No entanto, para Jaracz, esse ensino da Bíblia estava em primeiro lugar, embora isso significasse que a “organização” ou seja, as filiais no Reino Unido e Austrália “ficassem descontentes, mas estas eram de interesse secundário para ele”.

Em 18 de julho, o mesmo informante interno disse que o Departamento de Assuntos Públicos estava sendo desativado devido à atitude liberal de muitos nele. Isso precipitou uma disputa interna entre liberais e os de linha dura (radicais). Os liberais, alguns dos quais eram as forças vivas em Brooklyn, decidiram que uma mudança era necessária sobre o sangue e o abuso infantil. Ambas as questões foram analisadas, mas a resistência era Jaracz e sua visão de certas passagens das Escrituras impediu a mudança. 

Ele e outros radicais insistiram que a mudança não podia ser vista como vindo de fora.
Onde é que o Departamento Jurídico ficava em tudo isso? O Supervisor do Departamento Jurídico, Philip Brumley, não era amado, mas era um pragmático, um realista e ele aliou-se aos mais fortes. (De qualquer jeito, Brumley veio com o acordo da doação [de orgãos?].)

A atmosfera geral no Betel, no verão de 2001 era de um lugar muito infeliz. O Corpo Governante culpou os superintendentes de circuito pelos problemas e eles culparam os anciãos. Veteranos rabugentos estavam ansiosos e prontos para ir atrás dos radicais os quais eles diziam estavam conduzindo a organização para a ruína, mas obviamente, Jaracz e seu grupo ganhou, porque nada mudou. E por essa altura, quando o Dateline exibiu o programa em maio de 2002, eu já tinha sido desassociada.

A reputação de Jaracz como tirano era bem conhecida. Poucos tinham boas palavras a dizer dele, exceto alguns de seus colegas que arranjavam desculpas para ele. Uma história repetida muitas vezes em volta de Betel era sobre as suas palavras ofensivas que disse a uma jovem mulher que usava jeans, apesar de ser um fim de semana e ela estar indo fazer compras. 

Em outra ocasião, em um dos elevadores no edifício Towers, ele repreendeu inadequadamente uma betelita jovem que estava usando jeans quando ia para sua tarefa de limpeza, a tal ponto que a levou às lágrimas. Seu marido relatou o incidente a outros membros do Corpo Governante e Klein foi enviado para repreender Jaracz sobre sua atitude, mas Jaracz nunca mudou de opinião sobre o assunto.

Foi Jaracz, cujas opiniões sobre o que vestir foram postas em prática no Departamento de Arte. Nas fotos ou ilustrações vistas na literatura da Torre de Vigia, testemunhas mulheres ou meninas nunca deveriam ser mostradas vestindo calças ou terno. Testemunhas homens, e os meninos ainda jovens, se possível, tinham que vestir um terno, uma camisa ou gravata e vestidos com calças em todas as fotos. 

Era como se ele ainda estivesse vivendo em 1950, na era do “Leave it to Beaver” (Programa de TV).
Depois houve a questão das mulheres vestindo terninhos no Salão do Reino e, em particular no serviço de campo durante o inverno. Uma fonte disse que, enquanto estava vivo, Jaracz isso nunca seria permitido porque Jaracz governou a Torre de Vigia com um punho de ferro e esse punho se fez sentir em toda a organização.

Agora, o “punho de ferro”, Theodore Jaracz, desapareceu. Vamos esperar para ver se haverá medidas tomadas para demonstrar que o Corpo Governante atual das Testemunhas de Jeová realmente se preocupa com o seu rebanho, eliminando as políticas organizacionais nocivas que um radical como Jaracz apoiou ou manobrou para que fossem instituídas, que lentamente foram destruindo a organização que ele veio a controlar, e ele fez tudo isso em nome de Deus.


Barbara Anderson

Barbara Anderson (foto) doi membro das Testemunhas de Jeová de 1954 a 1997. Ela trabalhou na sede da Watchtower (Torre de Vigia) em Brooklyn, NY, de 1982 a 1992, onde durante seus últimos três anos lá, ela pesquisou a história oficial do movimento (publicada em 1993 no livro “Testemunhas de Jeová – Proclamadores do Reino) e fez pesquisas, assim como escreveu uma série de artigos para a revista Despertai!. Fez uma extensa pesquisa sobre questões relacionadas ao abuso sexual infantil na religião, levando a entrevistas em programas de TV e rádio como uma crítica pública das políticas de abuso sexual das Testemunhas de Jeová.




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Comentários

Anônimo disse…
A pressão pra essas ideias revolucionárias entras no meio da organização é forte. Gente fraca e sem fé.
Emerson Santos disse…
Ao contrario .. fracos são as pessoas que aceitam as ideologias loucas dessa seita cheia de pedófilos e fanáticos ... Parabéns a todos que abrem os olhos e saem desse grupo de malucos ...
Sebastião Ramos disse…
"Gente fraca e sem fé", a mesma conversa mole que ouvi, de 1983 a 2006. Anônimo: seu discurso, além de estreito e ultrapassado, parece ser bolsonarista, heim... Sabe como é, posicionamento político gera DESASSOCIAÇÃO, portanto, cuidado! Kkkk

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