Luciano e Mariângela, donos da loja, afirmam que manifestaram a sua opinião |
O banner faz um convite de entrada na loja às pessoas, incluindo aquelas que não consideram a obra de Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e Edir Macedo uma “vergonha para a humanidade”.
O convite também se estendia aos racistas, machistas e homofóbicos, com o argumento de que os livros poderiam ajudá-los.
O banner ficou exposto defronte à loja por algum tempo em 2017 e se tornou viral na época das eleições de 2018.
Luciano Gonçalves e Mariângela, donos do sebo “Gregas e Troianas”, retiraram o banner diante de um pedido extrajudicial da Igreja Universal.
Mesmo assim Edir Macedo deu entrada na Justiça a uma ação contra a Mariângela, que é juridicamente a dona do sebo.
O bispo pede que a loja faça uma nota se retratando da discriminação religiosa, que ele entende ter havido no banner, e uma indenização de R$ 25 mil por danos morais.
O casal nega que tenha preconceito contra qualquer religião, tanto que seu estabelecimento está aberto a todos e ali há livros sobre variados assuntos.
Luciano disse à BBC Brasil que a proposta do banner era apresentar algo divertido.
"A gente acha que um sebo é diferente de uma farmácia ou outra loja que simplesmente vende produtos. Trabalhamos com ideias. E algumas delas a gente gostaria de ver multiplicadas mais que outras."
A assessoria de imprensa de Edir Macedo reafirmou que se trata de um caso de preconceito religioso.
"Supõe-se que [o sebo] seja administrado por pessoas esclarecidas, que sabem que não há mais espaço no Brasil para o preconceito e o ódio religioso", diz a assessoria em nota.
"Trata-se de algo que não pode ser tolerado pela sociedade, nem por parte de grandes redes de lojas, tampouco em comerciantes locais."
Luciano argumenta que apenas exerceu o seu direito de liberdade de expressão e não houve nenhuma discriminação, nenhuma intenção de excluir seguidores de determinada religião, “muito pelo contrário, [porque] convidamos as pessoas a entrarem”.
“Em nenhum momento citamos a religião no banner", diz.
"Minha crítica é à obra dele [Edir], uma opinião que tenho todo o direito de ter. Não estou xingando a pessoa dele nem falando mal da religião."
Com informação da BBC Brasil e foto de arquivo pessoal.
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“Todo homem tem direito à liberdade de pensamento, consciência e religião; este direito inclui a liberdade de mudar de religião ou crença e a liberdade de manifestar essa religião ou crença, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pela observância, isolada ou coletivamente, em público ou em particular”. (Artigo 18 da Declaração Universal dos Direitos Humanos –DUDH - ONU).
“Todo homem tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferências, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras”.
O direito à liberdade de pensamento no Brasil é um direito constitucional do povo brasileiro, assegurado pela CF. de 1988 em seus artigos 5º e 220º e, no mundo, é um direito que está presente na XIX da Declaração Universal dos Direitos Humanos, segundo o artigo: "Todo ser humano tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de, sem interferência, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por quaisquer meios e independentemente de fronteiras."
Quanto mais liberdade (não confundir com libertinagem) as pessoas usufruírem, mais rico, bonito, belo e cheio de significado será o mundo.
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