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MPF pede à Universal R$ 100 milhões para indenizar pastores esterilizados

Igreja de Edir Macedo
 diz que as condenações
 são "exceções"

MPF (Ministério Público Federal) do Trabalho no Rio de Janeiro entrou com ação civil pública contra a Igreja Universal para que ela pague R$ 100 milhões de indenização a pastores obrigados a fazerem vasectomia.

Em tribunais do Trabalho de diferentes regiões do país pastores acusam ou já acusaram a Universal de impedi-los de ter filhos para não ter maior gasto com a família deles.

Em decisão de 25 de abril de 2019, o TRT-2 (Tribunal Regional do Trabalho de São Paulo, por exemplo, condenou a Igreja a pagar R$ 115 mil por danos materiais e morais a Clarindo de Oliveira.

Em primeira instância, a sentença tinha sido desfavorável ao ex-pastor, que conseguiu reverter a decisão no Tribunal. Ele pregou na Universal por 16 anos, até 2010.

A relatora do caso no Tribunal foi a desembargadora Silvana Ariano.

Na sentença, ela lavrou que a Universal cometeu uma “grave violação ao direito do trabalhador ao livre controle sobre seu corpo e em indevida intromissão do empregador na vida do trabalhador”.

Não se esgotaram todos os recursos judiciais desse caso. A Igreja quer que o TRT-2 esclareça procedimentos do julgamento, mas o mérito da condenação não mais pode ser questionado nesta Corte.

Em Portugal e Angola, a Universal também é acusada de mandar esterilizar seus pastores e quem não fizer, de acordo com denúncias, são preteridos para os melhores templos, de boa arrecadação de dízimos.

A Igreja tem negado nos tribunais que imponha a vasectomia aos sacerdotes e reconhece que os orienta a fazerem planejamento familiar.

Os advogados da Igreja argumentam que a acusação é falsa, porque ela pode provar que seus pastores e bispos têm filhos naturais.

Afirmaram à Folha de S.Paulo os julgamentos nos quais a Universal foi condenada são exceções.

A acusação à Universal de que obriga seus pastores a não terem filhos ou a tentar evitá-los tem sido recorrente nos tribunais há anos.

O TST (Tribunal Superior do Trabalho), por exemplo, condenou a Igreja a pagar uma indenização em 2014 ao um pastor. Se esterilização não ocorresse, o religioso não seria promovido a bispo, de acordo com os autos.

Em 2014, o TST (Tribunal Superior do Trabalho) já havia condenado a Universal a indenizar um religioso que se submeteu a vasectomia com a promessa de ser promovido a bispo.

Em 2015, a 5ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo confirmou uma condenação de primeira instância sobre a mesma questão.

O ex-pastor, nesse caso, pediu uma indenização de R$ 1,5 milhão, mas o valor foi reduzido para R$ 150 mil pelo desembargador Ericksson Gavazza Marques.

Pela Justiça tem passado ações que atribuem à Universal envolvimento em outras irregularidades, como fixar metas de arrecadação de dízimo aos pastores e de explorar fiéis, ficando com bens de pessoas em extrema pobreza, além de pagar uma ajuda de custo justo aos seus colaboradores.

No vídeo abaixo, o ex-bispo Alfredo Paulo afirma que os pastores são proibidos de ter filhos e,  qualquer algum desobedece, há represália.


Comentários

Andre Bomfim disse…
Isso não merece uma indicação ao Darwin Awards?
Emerson Santos disse…
Em um pais serio de verdade essa empresa da fé seria extinta ... mas no curral Brasil ... tem mais que prosperar ... Que tirem bastante dinheiro do gado !!!

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