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Em 10 anos, Igreja Católica alemã perde 6 milhões de fiéis; e a fuga continua

Só em 2018, mais de
200 mil alemães se
desvincularam da
 Igreja Católica

por Anne-Bénédicte Hoffner
para La Croix International

Há uma ansiedade generalizada após a publicação das estatísticas anuais da Igreja Católica alemã de 2018. A Conferência dos Bispos da Alemanha (DBK) não está nem tentando esconder a sua preocupação.

De acordo com uma breve reportagem publicada no site da DBK em 19 de julho de 2019, os católicos somavam pouco mais de 23 milhões no fim do ano passado, representando 27,7% da população total da Alemanha.

Portanto, eles estão apenas levemente à frente dos protestantes, que somam 21,1 milhões como membros da Igreja Evangélica (Luterana).

Entretanto, o número continua caindo. Em 2018, 216.078 fiéis católicos decidiram “abandonar a Igreja”, deixando de pagar o imposto da Igreja: 18.000 nas dioceses de Friburgo e Colônia e até 22.000 na diocese de Munique.

Os números de cada um dos Länder (Estados) são igualmente impressionantes. O Estado tradicionalmente católico da Baviera, onde a participação na missa dominical caiu para 11,5%, perdeu 64 mil católicos de um total de 6,3 milhões — ou 1% — em um único ano. A capital, Berlim, perdeu 2% de seus 320 mil fiéis.

A taxa de “abandonos da Igreja” está aumentando de ano em ano. A queda foi de “apenas” 162.000 em 2016. Depois, aumentou para 167.000 em 2017. Nada parece parar essa avalanche.

Dos seus 27,4 milhões de fiéis em 1997, a Igreja alemã já perdeu mais de 6 milhões no espaço de dez anos. E, em um país que escolheu um sistema fiscal eclesiástico, com os Länder cobrando entre 8% e 9%, as consequências também são financeiras.

“Não há nada para embelezar nesses números: eles confirmam uma tendência significativa na Igreja nos últimos anos”, diz a DBK. “Por essa razão, queremos ser mais autocríticos e construtivos.”

O secretário-geral da DBK, o padre jesuíta Hans Langendörfer, expressou seu “pesar” diante do fato de tantas pessoas estarem se afastando da Igreja Católica.

Ele reconheceu que alguns fiéis podem se sentir “alienados” da Igreja ou estar “perdendo a confiança” nela.

“Nas dioceses, a grande questão é como dar esperança e oferecer uma perspectiva de fé às pessoas, como lhes dar um lugar na Igreja, até mesmo para aqueles que foram embora e que desejam retomar a conversa”, escreveu.

Ele citou “iniciativas como a Maria 2.0” — uma greve liderada em meados de maio por mulheres alemãs engajadas na Igreja — que “nos mostram que as pessoas querem mudanças”, embora a operação tenha sido muito criticada por vários bispos.

“O processo sinodal, que queremos acompanhar juntos, também deve considerar essas críticas”, disse.

Em março, durante a sua Assembleia Plenária em Lingen, a DBK anunciou sua intenção de “empreender uma jornada sinodal vinculante para a Igreja na Alemanha”, abrindo o debate em particular sobre o celibato sacerdotal, discutindo o ensinamento da Igreja sobre a moral sexual e adotando medidas para reduzir o poder eclesial.

Em sua “Carta ao Povo de Deus que está a caminho na Alemanha”, publicada em 29 de junho de 2019, o papa Francisco procurou encorajar os católicos alemães, ao mesmo tempo em que alertou contra “a busca de resultados imediatos que gerem consequências rápidas e midiáticas, efêmeras”.

Com exceção do matrimônio, todos os outros sacramentos estão em “leve declínio”.

A Igreja tem um total de 13.285 padres (em comparação com 13.560 no ano anterior), incluindo 6,6 72 padres diocesanos. Também tem 3.327 diáconos permanentes (19 a mais do que em 2017), 3.273 assistentes pastorais – quase tantas mulheres quanto homens – e 4.537 assistentes comunitários, a grande maioria dos quais são mulheres.

Com tradução de Moisés Sbardelotto para IHU-Online.




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