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Afrouxamento fiscal facilita uso de igrejas para lavagem de dinheiro

Pacote pró-igrejas cria
 condições para haver centrais
de lavagem de dinheiro
do tráfico e da corrupção

Sob forte pressão de lideranças evangélicas, o presidente Bolsonaro determinou ao ministro Paulo Guedes (Economia) que em dois meses anuncie um pacote tributário para afrouxar as obrigações fiscais de igrejas.

As medidas vão cancelar dívidas — só a Internacional da Graça deve R$ 111,1 milhões — e desburocratizar procedimentos, criando brechas para que as igrejas sejam usadas como centrais de lavagem de dinheiro.

Uma das medidas eleva o piso de arrecadação para informe à Receita de R$ 1,2 milhão para R$ 4,8 milhões.

Lideranças evangélicas já conseguiram do Governo Bolsonaro o fim da obrigação de igrejas menores se inscreverem no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ).

A bancada evangélica quer também a liberação de algumas demonstrações contábeis, tornando a caixa preta das contas das igrejas não só impenetráveis, mas também quase invisíveis.

O afrouxamento das obrigações fiscais vai incentivar bandidos a criarem pequenas igrejas para “esquentar” dinheiro, além de utilizarem algumas das existentes, o que já ocorre.

A dívida de entidades religiosas à Receita é de R$ 453,3 milhões. Desse total, R$ 12,5 milhões se referem a multas por descumprimento de obrigações, como Escrituração Contábil Digital e Declaração de Débitos e Créditos de Tributos Federais.




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