Agrônomo Romero Rodrigues sanciona lei obscurantista |
Mesmo assim, para agradar às lideranças evangélicas, ele sancionou uma lei que impõe a leitura da Bíblia nas escolas públicas e privadas, com o propósito de ensinar ciência, geografia e cultura, de acordo com o projeto de lei aprovado pela Câmara Municipal.
O jornalista Hélio Schwartsman, da Folha de S.Paulo, chamou a atenção para o que o prefeito e os vereadores Campina Grande deveriam saber, já que eles aprovaram uma lei como se fossem conhecedores da Bíblia ou, no mínimo, leitores atentos do livro sagrado dos cristãos.
Schwartsman citou um exemplo sobre o ensinamento científico da Bíblia.
“De acordo, com Josué 10:12, Deus parou o Sol para que os israelitas pudessem massacrar os amorreus sem pressa, à luz do dia. Os astrofísicos ímpios, porém, não só dizem que é difícil interromper o movimento de rotação da Terra como ainda que, se Deus, em sua onipotência, fizesse isso, provocaria uma série de cataclismos que deixariam o grande dilúvio no chinelo.
Sobre geografia, a Bíblia “ensina” que a Terra tem 5.779 anos, na contagem dos rabinos,
“A geologia increia, porém, sustenta que são 4,5 bilhões e que não é preciso procurar muito para encontrar fósseis com idades substancialmente maiores que os seis milênios.”
Tampouco a Bíblia serve de padrão de moralidade, porque ali o repertório de depredação da condição humana é imenso.
Escreve o jornalista: “Os fiéis gostam de pensar que as Escrituras, inspiradas pelo próprio Criador, são a fonte da moral e que os ensinamentos que ela traz nessa área são incontestáveis. Filósofos heréticos, entretanto, apontam problemas no fato de o “bom livro” autorizar coisas que a turma do politicamente correto acha feias, como vender as filhas como escravas (Êxodo 21:7), assassinar parentes que abracem outras religiões (Deuteronômio 13:7), além de matar gays (Levítico 20:13).”
Quando pessoas suspostamente letrada, como Romero Rodrigues, formado na Universidade Federal da Paraíba, sanciona o obscurantismo para agradar fundamentalistas religiosos, todos perdemos, a começar pelas crianças, que é o caso agora.
A esperança é que o Ministério Público da Paraíba imponha em Campina Grande um mínimo de racionalidade e acione a Justiça para o cumprimento da laicidade de Estado.
Com informação da Folha de S.Paulo e foto de divulgação.
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