O Tribunal de Milão (Itália) condenou o fotógrafo Oliviero Toscani a pagar multa de 4 mil euros por crime de blasfêmia.
Em 2014, em entrevista a uma emissora de rádio, Toscani comparou o templo da Igreja Católica a um clube de masoquismo.
"Imagine um alienígena que acaba de desembarcar na Itália. Ele entra em uma bela igreja católica, sem saber nada sobre religião. Ele vê um homem ensanguentado pendurado e pregado a uma cruz, um altar com bebês nus voando, São Bernardo [na verdade, São Bartolomeu ] sem pele. Um clube de masoquismo não seria tão perturbador."
Toscani também falou, na entrevista, que a Igreja Católica é um clube para homens porque coloca as mulheres em segundo plano.
Libertário, ele não gostou de ser equiparado pela Justiça a um pregador fundamentalista muçulmano.
O fotógrafo afirmou que tinha feito apenas uma crítica estética e que não teve intenção de manifestar desprezo pela religião e aos papas.
Contou que, quando criança, foi molestado por um padre e que tem a sua própria religiosidade.
Oliviero Toscani vai recorrer da sentença |
Informou que não batizou nenhum de seus seis filhos e que, por isso, a sua família foi discriminada na aldeia em que morava, há 50 anos.
Organizações de humanistas criticaram a Justiça da Itália por aplicar uma lei, a da blasfêmia, que não faz sentido em uma sociedade que preza pela liberdade de expressão.
Toscani vai reagir.
"Nós na Itália ainda não somos um país secular. Na verdade, recuamos décadas. Mas não desisto: recorrerei ao Tribunal Constitucional e ao Tribunal Europeu."
Como informação do jornal La Repubblica e de outras fontes, com fotos de divulgação.
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