Bild Zeitung teve acesso a informações de que Bento 16 e seu secretário particular, Georg Gänswein, encobertaram o padre pedófilo Christoph Kühn |
por Paolo Valentino
para o Corriere della Sera
Quem formula a grave acusação é o popular jornal Bild Zeitung que, contudo, foi um forte apoiador do pontificado de Joseph Ratzinger.
O padre em questão se chama Christoph Kühn e, em 2005, estava encarregado do gabinete da Alemanha na Secretaria de Estado do Vaticano.
Um padre, também alemão, acusa-o de tê-lo assediado por um longo tempo, fornecendo dados precisos sobre lugares e circunstâncias.
O monsenhor o teria beijado várias vezes de língua e agarrado seus órgãos genitais com uma mão, enquanto com a outra apertava a garganta.
A vítima agora recorreu à Procuradoria de Ingolstadt, que confirmou ter aberto uma investigação, embora ainda não seja formal, mas uma "investigação preliminar".
De acordo com uma declaração juramentada feita pelo padre ao magistrado, de posse do Bild, Gänswein teria tido conhecimento e se calado sobre os abusos por 7 anos.
De acordo com uma declaração juramentada feita pelo padre ao magistrado, de posse do Bild, Gänswein teria tido conhecimento e se calado sobre os abusos por 7 anos.
O jornal cita um e-mail de 2012, no qual o secretário do papa escreve à vítima: "Não raiva, mas surpresa ... espero que esse jogo não dure muito".
Gänswein confirmou ao Bild que havia recebido informações escritas sobre os abusos em 2013, mas quis agir de maneira "responsável", informando o então chefe de gabinete do papa. Este, contatado pelo jornal, disse que não conseguia se lembrar.
De qualquer forma, nenhuma medida punitiva foi tomada contra Kühn, que foi primeiro transferido para a nunciatura de Viena e depois enviado de volta à diocese (Eichstätt) de origem na Baviera.
O bispo local disse ao Bild que o prelado é um "supergay agressivo". Segundo o jornalista Nikolaus Harbusch, que assinou a matéria, o motivo da cobertura dada por Bento XVI e por seu alter ego Gaenswein a Kühn, poderia estar no papel que ele desempenhou na véspera do Conclave de 2005, aquele que elegeu Ratzinger.
Efetivamente, Kühn tornou público, revelando-o a um jornalista da revista Welt, o encontro secreto (pré-conclave e, portanto, proibida) entre um grupo de cardeais progressistas, decididos a levar já na época Bergoglio à cátedra de Pedro. Uma manobra que fez fracassar a tentativa, abrindo caminho para a eleição do papa alemão.
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