Ravi Kumar acrescentou ao final de seu nome a palavra 'Ateu' |
Ravi Kumar Ateu se negou a devolver o documento e agora está recorrendo ao Governo e à Suprema Corte para que seja reconhecida a condição de não crer em deuses.
Ele tem 33 anos, abandonou a faculdade, é pintor de parede e mora em Tohana, a 250 km de Deli, a capital.
Nos antebraços tatuou "ateu", o que, em um país de fortíssima tradição religiosa, pode ser considerado um ato de coragem ou de coerência com o que pensa ou ainda de fanatismo na descrença, dependendo do ângulo que se observa.
O fato é que ele se considera ateu desde sete anos.
Ele lembra que quando era criança o seu pai rezava para a deusa Lakshmi ganhar na loteria, mas nunca foi atendido.
Uma vez o próprio Ravi rezou para o Senhor Krishna, quando apanhava de quatro garotos.
De nada adiantou a oração e ele continuou levando pontapés e socos.
"Ninguém foi capaz de provar a existência de Deus" porque não existe Deus. Deus é criação do homem. Deus não existe. É apenas uma palavra".
Ravi Kumar já entrou com recurso no Supremo Tribunal de Punjab e Haryana, que rejeitou pedido de reconhecimento do documento de ateu.
O Supremo local comunicou que de fato não há requisitos legais para emissão de uma comprovação desse tipo.
Ravi não aceita essa a validade jurídica dessa argumentação porque, raciocina ele, o Estado emite documentação de crentes a quem pleiteia benefício destinados às castas mais baixas. Na Índia, o sobrenome da pessoa e a sua religião são determinantes na classificação do sistema de castas.
Agora Ravi vai apelar à Suprema Corte da Índia e já apresentou a sua reivindicação ao presidente Ram Nath Kovind.
"Quando o governo emite certificados de religião ou de casta para as pessoas, eu também tenho o direito de ter um certificado que me identifique como ateu. Também sou cidadão deste país."
Com 1,3 bilhão de pessoas, só existem 33.000 ateus na Índia.
Ravi Kumar Ateu pode não conseguir a validação do seu certificado de descrente, mas talvez ele já tenha obtido algo maior: a divulgação na imprensa internacional do seu caso mostra a discriminação aos ateus, que certamente são mais do que registram as estatísticas oficiais, e coloca em destaque o absurdo e desumano sistema de casta associado à religião.
Ravi não aceita essa a validade jurídica dessa argumentação porque, raciocina ele, o Estado emite documentação de crentes a quem pleiteia benefício destinados às castas mais baixas. Na Índia, o sobrenome da pessoa e a sua religião são determinantes na classificação do sistema de castas.
Agora Ravi vai apelar à Suprema Corte da Índia e já apresentou a sua reivindicação ao presidente Ram Nath Kovind.
"Quando o governo emite certificados de religião ou de casta para as pessoas, eu também tenho o direito de ter um certificado que me identifique como ateu. Também sou cidadão deste país."
Com 1,3 bilhão de pessoas, só existem 33.000 ateus na Índia.
Ravi Kumar Ateu pode não conseguir a validação do seu certificado de descrente, mas talvez ele já tenha obtido algo maior: a divulgação na imprensa internacional do seu caso mostra a discriminação aos ateus, que certamente são mais do que registram as estatísticas oficiais, e coloca em destaque o absurdo e desumano sistema de casta associado à religião.
Atestado de ateu que foi revogado |
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