Presidente do STF e do CNJ, Dias Toffoli deveria dar exemplo de que respeita a separação entre Estado e Igreja |
Foi uma cerimônia vergonhosa.
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, também preside do CNJ, cujo objetivo é, entre outros, assegurar que os juízes tomem decisões à luz da Constituição, com imparcialidade.
Como alguém poderá recorrer ao CNJ nos casos em que a Justiça não respeita a separação entre Estado e Igreja se o próprio conselho se envolve com atividades religiosas?
O único livro que deve ser lido por integrantes do CNJ, em suas funções, é a Constituição, e não a Bíblia.
A missa da posse dos conselheiros Luiz Fernando Kepper e Mário Guerreiro foi celebrada pelo padre cantor Reginaldo Manzotti, uma celebridade do mundo católico.
Ele foi auxiliado pelo diácono Alcides Martins, que vem a ser o subprocurador-geral da República.
Celebrada no salão nobre do STF, a missa foi completa, com mais de uma hora de duração.
Dias Toffoli foi o terceiro a tomar a hóstia, após o padre e o diácono.
Toffoli tentou justificar o injustificável: disse que o Estado laico deve estar atento ao lado transcendental das pessoas, como se, para isso, não houvesse as religiões com milhares de templos, uma em cada esquina, em determinadas cidades.
"[...] muitas pessoas não compreendem o fato de estar celebrando e agradecendo a Deus num momento como esse dentro de um tribunal, mas é nesse momento que eu penso também que nos fazemos humanos e iguais, porque diante de Deus não há nenhuma distinção. Todos nós somos iguais."
O que Toffoli deveria dizer é que "todos somos iguais" perante a lei, não a Deus, porque cada um tem seu deus, além de haver pessoas que não creem em divindades.
Mas nem tudo está perdido, porque Toffoli foi o único entre os ministros a receber a hóstia sagrada, o que pode ser um indicativo de que houve ali magistrados que dão o merecido respeito ao Estado laico.
Com informação de Época e foto de divulgação.
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