Pannuzio foi condenado por ter feito comentários a uma reportagem da TV portuguesa de que bispos teriam adotado ilegalmente crianças |
Segunda instância da Justiça condenou o jornalista Fábio Pannunzio (foto) a indenizar o bispo Edir Macedo em R$ 20 mil e a Igreja Universal em igual quantia sob a acusação de 'graves acusação' e danos morais.
Ao final de 2017 e durante o ano seguinte, Pannunzio divulgou em seu blog e rede social os dez episódios da reportagem da emissora portuguesa TVI segundo a qual bispos da Universal, na década de 90, teriam adotado ilegalmente crianças de um internato que a Igreja mantinha em Lisboa.
Netos do próprio Edir Macedo teriam sido adotados ilegalmente.
As jornalistas Alexandra Borges e Judite França, autoras da reportagem, afirmaram, na época, que tinham consultado cerca de 10 mil documentos e ouviram mães que entregaram seus filhos ao internato da Universal e os perderam.
"Essas mães literalmente foram roubadas de seus filhos, de quem não sabiam há mais de 20 anos”, disse Borges a um jornal da TVI.
Uma das fontes das jornalistas teria sido Alfredo Paulo Filho, bispo que foi expulso da Universal por ter "condutas impróprias".
A Universal sempre negou as acusações, argumentando de que se trata de difamação e perseguição religiosa.
Ela entrou na Justiça portuguesa, que determinou à emissora que desse à Igreja direito de resposta, e, no judiciário do Brasil, contra Pannunzio.
Pela argumentação da Universal, o jornalista brasileiro, além de reproduzir os vídeos da reportagem da TVI, publicou comentários lamentado que por ser ateu não poderia se confortar "com a crença de que Edir Macedo arderia no inferno para o resto da eternidade”.
Advogados da igreja também destacaram que Pannunzio qualificou familiares do bispo como “pusilânimes, dissimulados, perversos, desumanos, sem coração”, entre outros adjetivos.
Agora, no dia 11 de dezembro de 2019, a 5ª Câmara de Direito Privado do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) anunciou a condenação do brasileiro.
A desembargadora Fernanda Gomes Camacho, relatora do processo, julgou que Pannunzio reproduziu supostas informações sem confirmá-las, com a extrapolação do "direito de manifestação, atingindo o nome e honra dos autores (Edir Macedo e Universal)".
Site da Universal publicou que a"farsa da TVI desmoronou". A emissora mantém a reportagem "O Segredo dos Deuses" em seu canal no Youtube (abaixo o primeiro episódio).
Cabe recurso a Pannunzio, que ainda não se manifestou sobre a condenação.
O voto da ministra Cármen Lúcia se destacou por ela ter dito que "o cala a boca já morreu".
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