Pular para o conteúdo principal

Tradicionalistas católicos declaram guerra ao papa reformista Francisco

Tradicionalistas, principalmente
do clero dos EUA, utilizam
 métodos da direita alt-right para
 atacar as reformas do papa
 jesuíta e latino-americano

por Lucas Ferraz



Após o mais recente escândalo financeiro no Vaticano, referente aos investimentos milionários realizados pela Santa Sé em imóveis em Londres que estão sendo investigados por suspeita de corrupção, o papa Francisco nomeou, em novembro, um novo responsável para a secretaria da Economia, um dos cargos mais importantes na cúpula da Igreja.

O escolhido foi o padre jesuíta (mesma ordem religiosa do pontífice) Antonio Guerrero Alves, um espanhol que substitui o cardeal George Pell, que, nomeado por Francisco, já estava afastado do cargo por enfrentar na Justiça da Austrália um processo por abuso sexual de menores.

Conhecido entre os pares como um padre simples e obediente, Guerrero (o primeiro a assumir o cargo sem ter um título de arcebispo) será um homem de confiança do papa, conforme se leu na maior parte da imprensa católica. O objetivo é tentar sanar uma das áreas mais sensíveis, origem de inúmeros escândalos envolvendo o dinheiro da Igreja.

Para uma parte minoritária da mídia especializada, a indicação feita por Jorge Mario Bergoglio diz muito mais. O site norte-americano LifeSiteNews, um dos estandartes da ala conservadora católica, escreveu no início de dezembro que a escolha de Guerrero era mais um movimento dos jesuítas num possível golpe em andamento dentro do Vaticano – que seria promovido pelos aliados de Bergoglio.

Em tom conspiratório e citando o que chamou de passado tirano da ordem religiosa, o site não apresentou prova ou documento, fiando-se unicamente nos jesuítas que ascenderam a cargos no pontificado do argentino (nunca os membros da ordem ocuparam tantos cargos de comando na estrutura da Santa Sé).

O texto, assinado pela sua correspondente em Roma, é exemplar da postura agressiva da mídia opositora, afinada com a ala tradicionalista, que vem aumentando o tom nos últimos anos (recorrendo a técnicas da direita populista) e passou claramente a incomodar Francisco e seu círculo direto.

Essa oposição existe desde a escolha de Bergoglio como papa, em março de 2013, e é majoritariamente ligada ao clero norte-americano, mas há adeptos na Itália, em países do Leste Europeu e na América Latina.

A abertura da Igreja com
povos indígenas durante o
Sínodo da Amazônia foi criticada
por opositores do pontífice

“Antes não tínhamos essa situação de liberdade, ela existe também porque o papa Francisco a criou. Temos que nos acostumar com essa ideia, pois abriu um capítulo novo na história da Igreja”, afirmou à Agência Pública Massimo Faggioli, professor de teologia histórica da Universidade Villanova, nos Estados Unidos.

Frequente colaborador de revistas católicas liberais, Faggioli lembra que a mídia especializada conservadora começou uma campanha contra o Santo Padre três ou quatro meses depois de sua posse. Os motivos, ressalta, eram pueris: o fato de o papa ser jesuíta e latino-americano, dois ineditismos em mais de 2 mil anos de história da instituição. O professor diz que a crítica aberta de cardeais e bispos começou após o movimento da mídia.

“Todos os papas desde o Concílio Vaticano II vêm sendo atacados pelos tradicionalistas, mas a ferocidade e intensidade da oposição contra Francisco é uma das características mais notáveis do seu pontificado”, afirma o jornalista e escritor inglês Austen Ivereigh.

Autor de dois livros sobre Francisco e seu papado (uma biografia publicada em 2015 e outro, que saiu há menos de dois meses, sobre a agenda reformista e as dificuldades encontradas pelo argentino na condução da Igreja), Ivereigh é alvo frequente dos grupos e jornalistas tradicionalistas por ser considerado simpático ao argentino.

“O modus operandi é muito parecido com a mídia alt-right, como Breitbart [site de notícias de extrema direita dos EUA], para alimentar a indignação, retratando implacavelmente quase tudo o que o papa faz como rendição ao liberalismo e à modernidade. O objetivo é escandalizar. Tudo é lido através do mesmo filtro, e os princípios tradicionais do jornalismo, da apuração, não se aplicam. A única coisa que importa é fornecer uma narrativa para alimentar o medo e o preconceito.”

O medo e o preconceito estiveram presentes na cobertura do Sínodo da Amazônia, que, encerrado no final de outubro, entre outras considerações, propôs a ordenação de homens casados como sacerdotes nos lugares mais remotos da floresta – a decisão final caberá ao papa, mas a proposta acendeu inúmeras polêmicas entre os tradicionalistas, que consideraram a medida uma ameaça à existência do celibato.

Um dos pontos questionados pela mídia conservadora foi a proposta – repetida por Bergoglio várias vezes durante o evento – de dar um “rosto amazônico à Igreja”, abrindo-a à cultura e aos costumes dos índios. Também causou repulsa nesses grupos o uso de imagens indígenas durante o evento, o que gerou acusações de paganismo. Pequenas estátuas de madeiras que representavam uma indígena nua e grávida passaram a ser atacadas e chamadas pelos tradicionalistas de Pachamama (que significa Mãe Terra, uma figura indígena andina, mas os objetos que estavam em Roma foram produzidos por um artista de Manaus).

O tom preconceituoso de alguns jornalistas com os indígenas (menções a infanticídios e outras coisas do gênero) gerou embates abertos entre as alas conservadora e progressista durante os briefings diários realizados pela Sala de Imprensa do Vaticano. Um dos repórteres, o inglês Christopher Lamb, correspondente em Roma da revista semanal inglesa The Tablet, especializada no mundo católico, fez um pedido público de desculpa aos índios amazônicos pelos “comentários racistas e humilhantes por parte da mídia católica”.

As estátuas foram usadas numa cerimônia nos jardins do Vaticano, na presença do papa, e depois expostas numa igreja ao lado da basílica de São Pedro, de onde elas foram roubadas e jogadas no rio Tibre, que corta a capital italiana, por católicos tradicionalistas. A ação foi elogiada por veículos conservadores – um site italiano chegou a escrever que “justiça foi feita”. Algumas das estátuas foram recuperadas, e o Vaticano condenou a ação no seu site de notícias, classificando o gesto de “violento e intolerante”.

“Em nome da tradição e da doutrina foi jogada fora, com desprezo, uma efígie da maternidade e da sacralidade da vida.” O texto, assinado por Andrea Tornielli, diretor editorial do Dicastério (similar a ministério) da Comunicação da Santa Sé, criticou também “o ódio espalhado pelas redes sociais”.

Dias depois, um dos responsáveis pela ação se apresentou – também na rede: era o austríaco Alexander Tschugguel, um católico tradicionalista de 26 anos. Ele estava em Roma participando de eventos contra o sínodo e admitiu ter roubado as imagens porque elas eram pagãs e afrontavam os católicos. Tschugguel foi depois defendido pelos opositores de Francisco.

Após a confissão, o austríaco viajou para os Estados Unidos para participar de eventos realizados pela ala tradicionalista, como a TFP (Tradição, Família e Propriedade), o site LifeSiteNews e o acadêmico Taylor Marshall, um ex-protestante convertido ao catolicismo que bajula o presidente dos EUA, Donald Trump, na mesma medida em que ataca Francisco. No encontro com Tschugguel no mês passado, os dois apareceram no Texas segurando um rifle em protesto ao pedido de maior controle sobre armas por setores progressistas da Igreja americana.

Marshall é autor de um livro intitulado Infiltração: o plano de destruir a Igreja por dentro, em que cita teorias da conspiração entre comunistas, liberais e até a máfia para subverter a Igreja Católica por dentro. A obra foi publicada por uma editora que pertence à gigante americana EWTN, sigla de Eternal Word Television Network, a maior emissora católica do mundo e principal representante do conservadorismo cristão. Sua programação é retransmitida para mais de 6 mil afiliadas em 145 países e inclui jornais, rádios e sites.

Fundada no Alabama em 1981 por uma religiosa conhecida como Mãe Angélica, já falecida, a EWTN é considerada nos EUA a “Fox News” do mundo católico. Defensora de bandeiras pró-vida (contra o aborto e o feminismo, por exemplo), a rede apoia Trump desde a campanha presidencial de 2016.

Além de receber doações do clero norte-americano, a EWTN é a principal fonte de informação para mais de 60% de seus bispos, segundo pesquisa feita pelo episcopado local. A maior parte das doações recebidas pelo grupo vem de milionários e de grupos que apoiam pautas conservadoras, conforme mostrou neste ano uma série de reportagens do site National Catholic Reporter, publicação americana de viés progressista.
   
Geopolítica apocalíptica

Em 2017, a revista jesuíta La Civiltà Cattolica, editada pelo padre italiano Antonio Spadaro, considerado um confidente do papa Francisco, publicou um duro artigo – Spadaro era coautor – contra os católicos ultraconservadores dos EUA, acusando-os de uma aliança de “ódio” com Steve Bannon, ex-estrategista de Trump, apontado na publicação como o “defensor de uma geopolítica apocalíptica”. O papa, como já ficou claro na atuação de políticos próximos a Bannon (um ex-coroinha), como o presidente brasileiro Jair Bolsonaro e o italiano Matteo Salvini, é alvo dessa agenda.

Antonio Spadaro é um
 padre jesuíta e diretor da
 revista La Civiltà Cattolica

Procurado, Spadaro não quis comentar o assunto. O artigo afirmava que os católicos radicais se baseavam numa interpretação literal da Bíblia que não os deixava “muito longe” dos jihadistas e que o objetivo era levar “influência religiosa para a esfera política”. Exemplos nos Estados Unidos não faltam: um desses sites, Church Militant, tem um braço de operação de base católica, intitulada “Resistance”, que se apresenta em luta contra as “heresias e abusos” que se infiltraram na igreja.

“Houve uma aliança informal. É um grupo misto, com diferenças nos detalhes, mas a mesma finalidade: são contrários a Francisco e tentam deslegitimá-lo”, afirma o professor Massimo Faggioli. “Nos Estados Unidos, essa crítica é fruto de uma Igreja doente, trata-se de uma expressão de ódio. Não é uma questão de liberdade de expressão.”

Na Itália, cuja relação umbilical com o Vaticano a tornou conhecidamente internamente como “o jardim da igreja”, também há uma profusão de sites, blogs e jornais especializados contrários ao papa, embora todos sejam modestos em comparação à EWTN. Há muitos apoiadores, como o jornal Avvenire, que, editado pela Conferência Episcopal Italiana (CEI), endossa abertamente a agenda do pontífice em temas como imigração e a defesa do meio ambiente.

“O Vaticano parece preocupado, pois essa força na internet provoca impacto na opinião pública”, afirma Roberto de Mattei, presidente da Fondazione Lepanto e protagonista do ultraconservadorismo italiano. Responsável pela agência de notícias Corrispondenza Romana, De Mattei reconhece o “óbvio” paralelo entre o mundo político e religioso.´

Para Massimo Faggioli, professor
 de teologia histórica da Universidade
 Villanova (EUA), há uma aliança
 informal entre os grupos de direita
 para deslegitimar Francisco

O italiano Giuseppe Rusconi, jornalista vaticanista responsável pelo blog Rosso Porpora, é outro crítico da agenda de Bergoglio. Durante o sínodo, ele questionou a abertura da Igreja com os povos indígenas, já que algumas etnias ainda praticariam infanticídio em casos específicos.

“Não sou um crítico prejudicial. Há uma crítica hostil, que não considera Bergoglio um verdadeiro papa, sem condições para o cargo”, diz Rusconi. “Não é o meu caso. Eu o critico pela maneira de comunicar; ele é um que fala de qualquer assunto e muitas vezes se expõe demais. É um papa que reage por instinto.”

A divisão central no papado de Francisco, e que vaticanistas ressaltam como fundamental para entender a fratura atual na Igreja Católica, remonta ao Concílio Vaticano II, que, realizado na primeira metade da década de 1960, ainda hoje não foi completamente implementado.

Seu objetivo era modernizar a Igreja, aposentando velhos ritos e abrindo o catolicismo para o diálogo com outras religiões e para a inculturação, que pode ser definida como o esforço da Igreja para fazer penetrar sua mensagem em determinado meio, desde que conciliável com o Evangelho. Como se viu no Sínodo da Amazônia, há uma ala que vê com ressalvas e até rejeita propostas de inculturação (indígenas e outros povos) como as propostas desde o concílio. Os críticos de Bergoglio afirmam que ele dá muita importância a aspectos do Concílio Vaticano II que não ganharam a mesma atenção de antecessores como Bento XVI e João Paulo II.

O temor dos tradicionalistas, particularmente forte no clero dos Estados Unidos, é de a Igreja se abrir demasiado ao mundo (como deseja o papa) e perder sua essência. Por isso, muitos o acusam de desvirtuar a doutrina católica.

Para Agostino Giovagnoli, professor de história contemporânea da Universidade Católica do Sacro Cuore, o tradicionalismo católico demonstra uma “contradição clamorosa” por ser uma oposição frágil, sem substância. Para ele, os verdadeiros opositores do papa estão fora, e não dentro da Igreja. “Na Itália, hoje, o principal expoente contra Francisco é Matteo Salvini, não há nenhum cardeal ou padre nessa posição. Ocorre o mesmo nos Estados Unidos: o opositor é Trump.”

Direita populista na América Latina

A atuação da mídia conservadora, ou anticonciliar, como muitos se referem a ela em Roma, vem ganhando terreno também na América Latina – e parte dela recorre às mesmas táticas da direita populista.

O golpe na Bolívia contra Evo Morales, em novembro, evidenciou o ódio de católicos tradicionalistas (e evangélicos) contra a Pachamama, figura reconhecida na Constituição elaborada pelo primeiro indígena a presidir o país. Um dos líderes do golpe boliviano é o empresário Luis Fernando Camacho, expoente local do conservadorismo católico e com conexões latino-americanas. No Brasil, a presença do debate religioso – sobretudo nas redes sociais – ganhou projeção sob o governo Bolsonaro. Alguns dos protagonistas tiveram relevância com o bolsonarismo, como é o caso de Bernardo Küster, um youtuber que fez campanha contra o Sínodo da Amazônia. Ele esteve em Roma durante o evento, credenciado pelo Centro Dom Bosco, uma instituição do Rio de Janeiro que promove cursos na internet.

Além de municiar os repórteres norte-americanos com supostas informações sobre o “comunismo” no Brasil e o financiamento de organizações internacionais consideradas “esquerdistas”, ele se dedicou a questionar o sínodo, alegando ser parte de uma conspiração “socialista” promovida por defensores da Teologia da Libertação, como o cardeal brasileiro dom Claudio Hummes, bispo emérito de São Paulo e relator da assembleia.

Na internet, vídeos do Centro Dom Bosco exibem depoimentos como o de um ex-evangélico que conta ter se convertido ao catolicismo graças a Olavo de Carvalho, ideólogo do bolsonarismo, ou mesmo do padre Paulo Ricardo, vigário de Cuiabá (MT) e apoiador declarado do governo (no início do ano, o sacerdote gravou um vídeo defendendo o direito da população de adquirir armas).

O tom é o mesmo de instituições como a TFP (fundada no Brasil e apoiadora do golpe de 1964, que depois criou braços na Europa e nos Estados Unidos) e do instituto que leva o nome de seu fundador, Plínio Corrêa de Oliveira. A TFP tem organizado atos e palestras contra Francisco e atrai bolsonaristas.

A gigante norte-americana EWTN tem um pé no Brasil por meio da ACI Digital, versão brasileira do grupo peruano ACI Prensa, presente na Europa, na África e nos Estados Unidos e dirigida pelo jornalista peruano Alejandro Bermúdez.

Baseado em Denver, no Colorado, Bermúdez, um laico consagrado (que não tem as funções de padre, mas vive como tal, inclusive adotando o celibato) há 29 anos, é membro do Sodalício de Vida Cristã, grupo católico conservador que sofreu intervenção do Vaticano após uma série de denúncias de abusos sexuais e morais contra seus integrantes. Comentarista da EWTN, que incorporou a ACI Prensa em 2014, Bermúdez faz questão de se distanciar dos sites radicais (como LifeSiteNews e Church Militant) e de agitadores como Küster.

'A ferocidade e intensidade da
 oposição contra Francisco é uma
das características mais notáveis
do seu pontificado', diz o jornalista
 e escritor inglês Austen Ivereigh

Ele condenou os abusos cometidos no Sodalício e disse que desde 2015 é o único membro da organização que trabalha na ACI Prensa, ressaltando que as duas não têm nenhuma relação. Para o peruano, o LifeSiteNews “não produz jornalismo”, além de ser “profundamente carente de profissionalismo”. Sobre as grandes doações recebidas pela EWTN, Bermúdez diz que não responde por ela, mas observa que a soma das doações é menor que as destinadas pelo megainvestidor George Soros e sua Open Society para instituições liberais ou progressistas.

“Falar em mídia que está contra o papa é algo simplista e incorreto. Os que são mais favoráveis ao papa provavelmente dizem que minha agência o ataca. Não é verdade. Somos uma agência católica, logo papista”, conta.

Bermúdez reconhece ser crítico de alguns burocratas da Santa Sé. “Essa dicotomia [no debate] é impulsionada por aqueles que dizem representar Francisco e inclusive por alguns dicastérios do Vaticano. É uma divisão que terá influência no futuro da Igreja.”

Como o Sodalício de Vida Cristã, outro grupo ultraconservador alvo de intervenção do Vaticano é o brasileiro Arautos do Evangelho, que, fundado há vinte anos pelo monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, chegou a reunir mais de 3 mil pessoas. Os arautos foram alvo recente de investigação – também jornalística – por abuso sexual e maus-tratos contra os seguidores. Vídeos divulgados mostram até um dos integrantes pregando num culto a morte de Bergoglio. O grupo conta com o apoio de veículos especializados como a Gaudium Press, que reivindica ser a primeira agência de notícias católicas do Brasil.

O jornalista Austen Ivereigh lembra que uma das praxes da mídia conservadora é “identificar linhas-duras na hierarquia da Igreja, mesmo que eles sejam obscuros”, e transformá-los em guardiões da doutrina e da tradição católica. Alguns dos religiosos que atuam abertamente contra o papa – caso dos cardeais Raymond Burke, norte-americano, e Walter Brandmüller, alemão, além do bispo Athanasius Schneider, do Cazaquistão, mas ordenado sacerdote no Brasil – são figuras constantes na programação das redes oposicionistas.

“Eles criam uma espécie de magistério paralelo para combater o do papa”, acrescenta Ivereigh. Segundo ele, esses grupos são barulhentos e bem financiados e não podem ser superestimados, já que o objetivo é “criar escândalos e confusão”.

A Sala de Imprensa do Vaticano não quis comentar o assunto, pois ele “pede uma leitura da situação que vai além da nossa competência”.

Esse texto foi publicado originalmente no site da Agência Pública com o título Fake news e escândalos: a mídia católica de direita ataca Francisco. Os créditos da fotos são, de cima para baixo, Vatican News, Wikimedia Commons, reprodução do Facebook e de divulgação.




Papa Francisco reconhece que a sociedade ocidental está deixando de ser cristã

Arcebispo acusa papa Francisco de acobertar cardeal americano pedófilo

Papa Francisco não consegue deter a secularização da Itália

Vaticano mantém intervenção na seita de fanáticos Arautos do Evangelho




Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Roger tenta anular 1ª união para se casar com Larissa Sacco

Médico é acusado de ter estuprado pacientes Roger Abdelmassih (foto), 66, médico que está preso sob a acusação de ter estuprado 56 pacientes, solicitou à Justiça autorização  para comparecer ao Tribunal Eclesiástico da Arquidiocese de São Paulo de modo a apresentar pedido de anulação religiosa do seu primeiro casamento. Sônia, a sua segunda mulher, morreu de câncer em agosto de 2008. Antes dessa união de 40 anos, Abdelmassih já tinha sido casado no cartório e no religioso com mulher cujo nome ele nunca menciona. Esse casamento durou pouco. Agora, o médico quer anular o primeiro casamento  para que possa se casar na Igreja Católica com a sua noiva Larissa Maria Sacco (foto abaixo), procuradora afastada do Ministério Público Federal. Médico acusado de estupro vai se casar com procuradora de Justiça 28 de janeiro de 2010 Pelo Tribunal Eclesiástico, é possível anular um casamento, mas a tramitação do processo leva anos. A juíza Kenarik Boujikian Felippe,  da 16ª

Cristianismo é a religião que mais perseguiu o conhecimento científico

Cristãos foram os inventores da queima de livros LUÍS CARLOS BALREIRA / opinião As epidemias e pandemias durante milhares de anos antes do cristianismo tiveram as mais estapafúrdias explicações dos deuses. Algumas mentes brilhantes da antiguidade, tais como Imhotep (2686-2613 a.C.) e Hipócrates (460-377 a.C.) tentaram passar explicações científicas para as massas de fanáticos religiosos, ignorantes, bestas humanas. Com a chegada ao mundo das feras cristãs, mergulhamos numa era de 2000 anos de trevas e ignorância. Os cristãos foram os inventores da queima de livros e bibliotecas. O cristianismo foi a religião que mais perseguiu o conhecimento científico e os cientistas. O Serapeu foi destruído em 342 d.C. por ordem de um bispo cristão de Alexandria, sob a proteção de Teodósio I.  Morte de Hipatia de Alexandrina em ilustração de um livro do século 19 A grande cientista Hipátia de Alexandria (351/370) foi despida em praça pública e dilacerada viva pelas feras e bestas imundas cristãs. So

Estudante expulsa acusa escola adventista de homofobia

Arianne disse ter pedido outra com chance, mas a escola negou com atualização Arianne Pacheco Rodrigues (foto), 19, está acusando o Instituto Adventista Brasil Central — uma escola interna em Planalmira (GO) — de tê-la expulsada em novembro de 2010 por motivo homofóbico. Marilda Pacheco, a mãe da estudante, está processando a escola com o pedido de indenização de R$ 50 mil por danos morais. A primeira audiência na Justiça ocorreu na semana passada. A jovem contou que a punição foi decidida por uma comissão disciplinar que analisou a troca de cartas entre ela e outra garota, sua namorada na época. Na ata da reunião da comissão consta que a causa da expulsão das duas alunas foi “postura homossexual reincidente”. O pastor  Weslei Zukowski (na foto abaixo), diretor da escola, negou ter havido homofobia e disse que a expulsão ocorreu em consequência de “intimidade sexual” (contato físico), o que, disse, é expressamente proibido pelo regulamento do estabelecimento. Consel

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Seleção de vôlei sequestrou palco olímpico para expor crença cristã

Título original: Oração da vitória por Daniel Sottomaior (foto) para Folha de S.Paulo Um hipotético sujeito poderoso o suficiente para fraudar uma competição olímpica merece ser enaltecido publicamente? A se julgar pela ostensiva prece de agradecimento da seleção brasileira de vôlei pela medalha de ouro nas Olimpíadas, a resposta é um entusiástico sim! Sagrado é o direito de se crer em qualquer mitologia e dá-la como verdadeira. Professar uma religião em público também não é crime nenhum, embora costume ser desagradável para quem está em volta. Os problemas começam quando a prática religiosa se torna coercitiva, como é a tradição das religiões abraâmicas. Os membros da seleção de vôlei poderiam ter realizado seus rituais em local mais apropriado. É de se imaginar que uma entidade infinita e onibenevolente não se importaria em esperar 15 minutos até que o time saísse da quadra. Mas uma crescente parcela dos cristãos brasileiros não se contenta com a prática privada: para

Com 44% de ateus, Holanda usa igrejas como livrarias e cafés

Livraria Selexyz, em Maastricht Café Olivier, em Utrecht As igrejas e templos da Holanda estão cada vez mais vazios e as ordens religiosas não têm recursos para mantê-los. Por isso esses edifícios estão sendo utilizados por livrarias, cafés, salão de cabeleireiro, pistas de dança, restaurantes, casas de show e por aí vai. De acordo com pesquisa de 2007, a mais recente, os ateus compõem 44% da população holandesa; os católicos, 28%; os protestantes, 19%; os muçulmanos, 5%, e os fiéis das demais religiões, 4%. A maioria da população ainda acredita em alguma crença, mas, como ocorre em outros países, nem todos são assíduos frequentadores de celebrações e cultos religiosos. Algumas adaptações de igrejas têm sido elogiadas, como a de Maastricht, onde hoje funciona a livraria Selexyz (primeira foto acima). A arquitetura realmente impressiona. O Café Olivier (a segunda foto), em Utrecht, também ficou bonito e agradável. Ao fundo, em um mezanino, se destaca o órgão da antiga ig

Drauzio Varella afirma por que ateus despertam a ira de religiosos

Malafaia diz que Feliciano é vítima do PT, gays e ateus

Para pastor Malafaia,  há um  complô  contra seu colega Silas Malafaia (foto) afirmou que são os petistas, gays e ateus que estão movendo uma campanha de descrédito contra o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Em uma nota de alerta aos pastores para que não assinem uma carta pedindo o afastamento de Feliciano da presidência da Comissão dos Direitos Humanos e Minorias, Malafaia disse estar em jogo, nesse caso, o interesse dos petistas que querem desviar a atenção da opinião pública para a posse de dois de seus integrantes condenados pelo crime do mensalão em uma das mais importantes comissões da Câmara. Trata-se dos deputados José Genoíno e João Paulo Cunha, que agora fazem parte da Comissão de Constituição e Justiça. “Eles [os petistas] precisavam desviar da sociedade o foco deste fato”, afirmou Malafaia. Outro motivo, segundo ele, é que Feliciano é “um ferrenho opositor dos privilégios” defendidos pelos ativistas gays, além de combater, por exemplo, a legaliza

Xuxa pede mobilização contra o 'monstro' Marco Feliciano

Pela primeira vez a apresentadora se envolve em uma polêmica A apresentadora da Rede Globo Xuxa (foto) afirmou em sua página no Facebook que o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP), o novo presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara, não é “um religioso, é um monstro”. Sem citar o nome de Feliciano, ela ficou indignada ao ler que “esse deputado disse que negros, aidéticos e homossexuais não têm alma”. “Vamos fazer alguma coisa! Em nome de Deus, ele não pode ter poder.” É a primeira vez que Xuxa pede mobilização de seus fãs em uma questão polêmica. Amiga do padre Marcelo Rossi, ela é católica praticante. No Facebook, em seu desabafo, escreveu sete vezes a palavra "Deus" e argumentou que todos sabem que ela respeita todas as religiões. A apresentadora também se mostrou abalada ao saber que Feliciano, durante uma pregação, pediu a senha do cartão bancário de um fiel. “O que é isso, meu povo?” “Essa pessoa não pode ser presidente da C