Médico não tem
demonstrado nenhum
interesse em participar
da política-partidária
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[texto opinativo] Intensificou-se na internet uma campanha para convencer o médico e divulgador científico Drauzio Varella a se candidatar a Presidente da República nas eleições de 2022, por uma coligação de centro-direita.
É pouco provável que Varella venha aceitar tal convite porque ele sempre se mantém distante da política-partidária.
Os posicionamentos de Varella o colocam à esquerda dos bolsonaristas (o que não é difícil para alguém que tem o mínimo de sensatez) e de partidos tidos atualmente como de centro, como o PSDB, mas, é de se supor, dificilmente ele daria aval aos antecedentes trilionários da corrupção do petismo.
O nome de Varella tem sido cogitado pela esquerda porque o PT e nem mesmo o centro têm até o momento alguém que possa enfrentar Jair Bolsonaro, em sua recandidatura.
Ainda mais porque o desemprego começa a ceder e a taxa de criminalidade do país teve uma significativa queda no primeiro ano do governo.
A percepção que se tem é que uma única pessoa, de centro-direita, poderia bater em Bolsonaro em 2022. É o ex-juiz e ministro Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, cuja popularidade supera a de qualquer político, embora ele continue a dizer que não faz política.
Mas Moro, ao que parece, vai ser contentar com uma vaga no STF (Supremo Tribunal Federal), em vez de se arriscar politicamente, se opondo, além do mais, a Bolsonaro, com o qual tem um relacionamento cada vez melhor.
De qualquer forma, considerar uma possível candidatura de Drauzio Varella a presidência permite imaginar que haveria no país um debate inédito que questionaria a ascensão do fundamentalismo religioso ao poder e a fragilidade do Estado laico brasileiro.
Varella é assumidamente ateu (dá para imaginar que ele seria acusado de estar mancomunado com Satanás), critica com firmeza a interferência de líderes religiosos no estabelecimento de políticas públicas de saúde e é defensor da ciência, em contraposição às crendices, incluindo as religiosas.
Pela popularidade que tem, Varella teria muitos votos, mas talvez insuficientes para elegê-lo.
Forças poderosíssimas se levantariam contra ele, entre as quais a CNBB, bolsonaristas e líderes evangélicos, como Edir Macedo, chefe da Igreja Universal e dono da TV Record e de dezenas de emissoras de rádio no país.
O médico seria achincalhado e massacrado pelas milícias da extrema-direita que sequestraram redes sociais, como o Twitter e o Facebook. Haveria fake news em profusão.
Drauzio sabe disso, e, como sensato que é, não vai querer se expor a tal desgaste, porque o seu grande interesse é divulgar a ciência médica, não fazer política, como tem demonstrado até agora.
No mais, é curioso que a esquerda esteja aventando ter como candidato à Presidência uma personalidade que tem grande apreço pelo Estado laico.
Nos 14 anos que ficou no poder, o petismo não demonstrou nenhum interesse em fortalecer a laicidade de Estado.
Pior: o petismo facilitou a introdução do fanatismo evangélico no jogo político-partidário, parindo uma nova espécie de espertalhões preocupados com seus próprios interesses, em nome de Deus, e não com bem-estar da coletividade.
Quando o barco do petismo começou a afundar, os líderes evangélicos foram os primeiros a pular, nadando para a terra firme, onde encontraram Jair Messias Bolsonaro, que propõe que Deus está acima de todos.
Drauzio Varella não tem nada a ver com a coleção de erros históricos do petismo e ele faz muito bem em se distanciar desses esquerdistas que querem usá-lo como bucha de canhão nas eleições.
Esquerdistas que entre os quais há, inclusive, pessoas que se igualam aos fanáticos religiosos, porque elas se recusam a fazer uma autocrítica, como se fossem donas de uma verdade contida em algum livro sagrado, cuja divindade é a estupidez.
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Comentários
que bosta de esquerda é essa??
Seus textos, Paulo Lopes, são sempre tão bons, o que houve aqui???
Você cita ema coligação de centro-direita mas na manchete coloca como 'esquerda'??? Foi você mesmo responsável por isso????
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