Ao responder uma pergunta sobre a campanha da ministra evangélica Damares Alves, dos Direitos Humanos, promovendo a abstinência sexual contra a gravidez precoce, o médico e divulgador de ciência Drauzio Varella disse que religiosos não deveriam interferir na política pública de saúde.
“Acho que toda vez que a religião interfere em programas de saúde, atrapalha", disse. "
Acho que tem direito de se manifestar, mas não definir estratégia, isso é coisa para técnicos fazerem”, afirmou ele ao ser entrevistado no dia 10 de fevereiro de 2020 pelo programa Roda Vida, da TV Cultura, de São Paulo.
Ele comentou que, nesses tipos de campanha, os homens ficam “esquecidos”.
“A gravidez na adolescência é uma realidade que a sociedade fecha os olhos, finge que não existe. [No total] 20% dos partos do SUS são de adolescentes, não é um número pequeno.”
“Vejo na cadeia, menina que com 14 anos teve o primeiro filho, com 16 o segundo, com 17 o terceiro […] Você vê que toda discussão de campanhas para gravidez na adolescência não fala dos homens. Os homens engravidam as mulheres e não tem nenhuma responsabilidade”, disse.
Drauzio Varella elogiou o SUS (Sistema Único de Saúde) e defendeu que o sistema não pode deixar de ser financiado. Ele analisou ainda como a sociedade aprendeu sobre a epidemia da AIDS.
“Na época da epidemia de AIDS [nos anos 80], o papa da época se manifestou claramente contra o uso de preservativo. Um crime que a Igreja Católica cometeu. Uma doença sexualmente transmissível, uma epidemia mundial, que se transmite por sexo e que a camisinha protege, você ir contra o uso é um crime, não tem outro nome.”
Com informação da TV Cultura.
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