Uma professora de religião de uma escola estadual de Região Metropolitana do Rio disse ter sido obrigada a declarar ter uma crença para poder dar aula de ensino religioso.
Embora não siga nenhuma religião, ela teve de obter da Igreja Católica um atestado de fé assinado por um bispo.
Isso significa, na prática, que professores sem religião ou ateus não podem dar aula de religião nas escolas estaduais do Rio. Nos Estados Unidos, uma pesquisa apurou que quem mais sabe sobre religiões são os ateus.
Ao dar entrevista à jornalista Fernanda Baldioti, do Projeto #Colabora, a professora pediu que seu nome não fosse publicado, para não correr o risco de retaliações.
A professora disse que os seus coordenadores lhe impõem projetos de proselitismo cristão.
Ela citou como exemplo a Páscoa. A proposta dela é ensinar a importância dessa data como manifestação cultural no Brasil e quais são suas origens e significados para o judaísmo e cristianismo.
Mas, pela orientação da escola, ela teria de apresentar a Páscoa a partir de uma perspectiva cristã e festiva.
Houve um ano em que ela foi chamada para cortar um bolo para comemorar a Páscoa.
“Não fiz e não farei isso.”
Concursada, ela dá aula de religião desde 2013 e não lhe tem sido fácil apresentar a disciplina de um ponto de vista amplo, sem proselitismo, em um ambiente fértil em discriminações.
Da direção da escola ela sofre pressão e dos estudantes, na maioria evangélicos, tem sido alvo de bullying.
Com frequência ela tem de engolir comentários como este: ‘Já viu o cabelo dela? Vai ensinar macumba pra gente! Essa professora não gosta de Jesus’.
Como as aulas de religião são facultativas, o interesse dos alunos tem diminuído.
Em 2019, houve inscrição de alunos que formavam sete turmas, mas apenas três resistiram até o final do ano.
Ela acredita que os alunos estão mais preocupados em se preparem para o Enem do que ter aula de religião.
A professora lamenta que, na maioria das escolas, as aulas de religião têm servido de púlpito para proselitismo. O que, segundo ela, tende a piorar, não só pela exigência de o professor ter declaradamente uma fé, mas porque o conservadorismo religioso está se expandindo no Brasil.
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Com frequência ela tem de engolir comentários como este: ‘Já viu o cabelo dela? Vai ensinar macumba pra gente! Essa professora não gosta de Jesus’.
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Ela acredita que os alunos estão mais preocupados em se preparem para o Enem do que ter aula de religião.
A professora lamenta que, na maioria das escolas, as aulas de religião têm servido de púlpito para proselitismo. O que, segundo ela, tende a piorar, não só pela exigência de o professor ter declaradamente uma fé, mas porque o conservadorismo religioso está se expandindo no Brasil.
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Comentários
Por outro lado Professor de Ensino Religioso não precisa nem ter uma religião oficial. O que ele precisa ter é a Graduação em Ciências da Religião ou Filosofia em alguns casos. As pessoas e muitas autoridades confundem ENSINO RELIGIOSO com AULAS DE RELIGIÃO .
Há uma grande diferença. Aulas de Religião era pura catequese da Igreja Católica Apostólica Romana .
Hoje não. Hoje temos aulas de Ensino Religioso, uma verdadeira aula de Ciências da Religião ou Ciências do Diálogo.
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