Mila reagiu a um muçulmano que a chamou de 'lésbica suja' |
O presidente Emmanuel Macron entrou na polêmica que catalisou a opinião pública francesa nas últimas semanas. Ele defendeu a estudante Mila (foto), 16, que reagiu a um muçulmano que a chamou de "lésbica suja" e "'puta suja", após ela ter feito pelo Instagram uma transmissão ao vivo falando de sua homossexualidade.
Em outro vídeo, Mila respondeu que o Corão está cheio de ódio.
"Sua religião é uma merda, e eu colocou o dedo no ânus do seu deus", disse.
Macron afirmou que a jovem não cometeu nenhum crime porque 'temos o direito de blasfemar".
'A lei é clara — temos o direito de blasfemar, criticar e de caricaturar religiões. A ordem republicana não é uma ordem moral. O que é proibido é incitar o ódio e atacar a dignidade humana.'
Desde sua resposta ao muçulmano, Mila tem sofrido ameaças de morte e de estupro e teve de mudar de escola em sua cidade, Lyon.
A uma emissora de TV, a jovem afirmou não ter se arrependido nada do que dissera e reafirmou sua opinião sobre o Islã.
Afirmou não ser racista porque não se pode ter racismo em relação a uma religião e que ela tem a liberdade de dizer o que quiser, o que inclui blasfemar.
"Eu queria falar sobre uma religião e dizer o que pensava e isso é tudo.".
A ministra Nicole Belloubet, da Justiça, já tinha afirmado que as ameaças a Mila são "inaceitáveis".
Macron disse que o debate perdeu de vista o fato de a Mila ser uma adolescente.
"O Estado precisa proteger os jovens das novas formas de ódio e assédio online que podem ser destrutivas."
Antes da manifestação de Macron, Abdallah Zekri, diretor-geral do Conselho Francês para a Fé Muçulmana, deu uma entrevista dizendo que Mila cometeu insultou contra o Islã, o que, segundo ele, não tem o respaldo da liberdade de expressão.
Já Mohammed Moussaoui, outro integrante da Conselho, reconheceu que nada justifica as ameaças de morte.
"Temos de aceitar todos os debates e recusar toda a violência."
O caso Mila mostra como às vezes tem sido tensa a convivência entre integrantes da comunidade muçulmana e os franceses em relação à cultura de comportamento, em uma sociedade que preza a sua laicidade de Estado.
Com informação do The Guardian, Daily Mail e de outras fontes e foto e vídeo das redes sociais.
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Comentários
Foi-se o tempo onde todo tipo de atitude odiosa e intolerante poderia ser justificada em nome de religião.
Pelo direito de blasfemar!
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