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Record danifica arte rupestre de 4 mil anos na gravação da minissérie Rei Davi

Perícia detectou que
desenho de povos antigos
foi coberto por tinta
branca vinílica

A produção da Rede Record danificou uma arte rupestre de Diamantina (MG) de pelo menos 4 mil anos para servir de cenário à minissérie bíblica Rei Davi, exibida de janeiro a maio de 2012 em 30 capítulos. 

Laudo químico de uma perícia apontou que uma rocha na Serra do Pasmar foi pintada com tinta branca vinílica sobre um desenho de povos antigos.

Trata-se do mesmo lugar onde foram gravadas cenas da minissérie, cuja produção teve investimento de R$ 30 milhões, elevando a audiência da emissora.

Na região, no Vale do Jequitinhonha, há arte rupestre de até 11 mil anos.


A TV Record foi condenada em primeira instância e agora em segunda, pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais, a pagar indenização de R$ 2 milhões.

A emissora pode recorrer da decisão.

Nos autos, em sua defesa, a Record argumenta que a perícia foi feita dezenove meses após a gravação, não servindo, portanto, de prova confiável.

Ela nega ter pintado a arte rupestre e que, além disso, não havia no local nenhuma indicação de que se trata de um sítio arqueológico.

Desde a década de 30, a cidade colonial de Diamantina é conhecida mundialmente como uma referência de povos antigos.

Em 1999, a Unesco reconheceu a região como Patrimônio Cultura da Humanidade.

O professor Andrei Isnardis, da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), disse que a produção da minissérie demonstrou “um profundo desconhecimento do valor das pinturas rupestres e do patrimônio arqueológico do Brasil”.




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