"Alguns vão morrer, vão morrer, lamento, é a vida. Não pode parar uma fábrica de automóveis porque tem mortes no trânsito", disse Bolsonaro em entrevista à TV Bandeirantes. “O Brasil tem que voltar à normalidade imediatamente”.
PRESIDENTE CONTINUA CHAMANDO A PANDEMIA COMO 'GRIPEZINHA' |
Bolsonaro vem defendendo uma abordagem mais limitada para conter o coronavírus, o “isolamento vertical” ou “parcial”, que só incluiria grupos de risco, como idosos e pessoas com doenças crônicas, o que, na sua opinião, permitiria que outros grupos voltem ao trabalho sem restrições.
No entanto, esse plano já foi abandonado por países como o Reino Unido e vai na contramão das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e de quase toda a estratégia global para conter a doença. Várias das recomendações de Bolsonaro também vêm entrando em choque com o próprio Ministério da Saúde.
Bolsonaro também voltou a atacar os governadores que vêm adotando a estratégia de outros países e chamou a doença mais uma vez de “gripezinha”. Ele também voltou a chamar a pandemia, que já deixou 24 mil mortos pelo mundo, de “alarmismo”.
"O maior remédio para a doença é o trabalho. Quem pode trabalhar, tem que voltar a trabalhar. Não pode se esconder, ficar de quarentena não sei quantos dias em casa e está tudo bem. Não é assim", disse. “Tá faltando bom senso por parte de algumas autoridades do Executivo estaduais e municipais. O Brasil não pode quebrar por causa de um vírus. Tentam quebrar o Brasil com esse alarmismo".
Bolsonaro ainda pôs em dúvida, sem apresentar qualquer prova, o número de casos do novo coronavírus no estado de São Paulo.
Dados do governo paulista indicam que o estado tem 1.223 casos confirmados da doença e 68 mortes. “Não tô acreditando nesses números de São Paulo”, disse.
"Para nós, aqui no Brasil, pode ser que não seja tudo isso que aconteceu em alguns países"
Nos últimos dias, Bolsonaro vem protagonizando um embate com o governo de São Paulo, Joao Doria, sobre a estratégia de lidar com o coronavírus, criticando furiosamente a abordagem mais ampla do mandatário paulista.
Também sem apresentar provas ou qualquer estudo, o presidente disse que a maioria das mortes na Itália, um dos países mais atingidos pelo coronavírus no mundo, “não tiveram nada a ver com o vírus”. Nesta sexta-feira, a Itália contabilizava mais de 9 mil mortes causadas pela Covid-19.
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