Deutsche Welle Uma advogada de Heidelberg que se tornou uma espécie de heroína dos negacionistas da pandemia de coronavírus na Alemanha foi detida no último domingo (12) após agir de maneira confusa na rua e agredir um policial. Ela foi posteriormente internada em uma clínica psiquiátrica.
Nas últimas semanas, Beate Bahner, de 54 anos, vinha defendendo por meio de textos em seu site que a Covid-19 era uma mera "gripe" e que as medidas de distanciamento social impostas pelo governo federal e autoridades estaduais alemãs eram "flagrantemente inconstitucionais" e violariam os direitos fundamentais dos cidadãos em um "nível sem precedentes".
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Nas últimas semanas, Beate Bahner, de 54 anos, vinha defendendo por meio de textos em seu site que a Covid-19 era uma mera "gripe" e que as medidas de distanciamento social impostas pelo governo federal e autoridades estaduais alemãs eram "flagrantemente inconstitucionais" e violariam os direitos fundamentais dos cidadãos em um "nível sem precedentes".
TEXTOS DE BEATE BAHNER EM SEU BLOG ESTAVAM CADA VEZ MAIS DESCONEXOS |
Ela também ganhou alguma notoriedade no estado de Baden-Württemberg após apresentar uma ação judicial contra as regulamentações impostas pelo governo local para evitar a disseminação do novo coronavírus.
Na semana passada, Bahner levou o caso também ao Tribunal Constitucional da Alemanha (BVerfG, na sigla em alemão), a instância jurídica mais alta do país.
A ação apresentada ao BVerfG, que visava suspender as regulamentações referentes ao controle da pandemia em todos os estados do país, foi rejeitada. Já a ação no tribunal estadual ainda não foi analisada.
Bahner também elaborou um manifesto de 19 páginas que circulou entre os negacionistas alemães, argumentando que jamais "uma população inteira" teria sido "incapacitada e trancafiada de tal forma", e que as medidas impostas pelo governo eram "tirânicas"
Em uma das ações apresentadas à Justiça, ela argumentou ainda que as medidas de quarentena eram comparáveis "à perseguição e assassinato de judeus" no Terceiro Reich.
Na semana passada, ela ainda convocou um protesto nacional contra a quarentena, batizado de "Coronoia 2020. Nunca mais conosco. Nós resistimos".
A convocação rendeu a abertura de uma investigação criminal pela promotoria de Heidelberg por instigação de "ato ilegal" – as medidas de isolamento em vigor proíbem aglomerações com mais de duas pessoas em toda a Alemanha. A pandemia já provocou a morte de cerca de 3 mil pessoas no país.
Após ter sua queixa rejeitada pelo BVerfG, Bahner declarou que iria devolver sua licença para advogar, por ter fracassado em "salvar a ordem básica liberal-democrata na Alemanha do mais grave ataque global e do estabelecimento extremamente rápido da tirania mais desumana que o mundo já viu".
Nos últimos dias, segundo o jornal Die Tageszeitung, os textos de Bahner em seu site pareciam cada vez mais desconexos e paranoicos. Ela escreveu que estava sendo seguida por um helicóptero da polícia e publicou uma carta aberta a uma conhecida escritora alemã que recentemente recebeu críticas por minimizar a pandemia.
"Você não quer assumir [meu papel] agora e dizer às pessoas na Alemanha que todas devem sair imediatamente?! [...] Afinal, não posso salvar o mundo sozinha", disse no texto, acrescentando que precisava de mais tempo para se dedicar ao "seu cachorrinho".
No sábado, ela publicou um "decreto de ressurreição" em seu site, declarando por conta própria o fim das medidas de isolamento em toda a Alemanha.
E finalmente no domingo, a advogada aparentemente teve um surto psicótico em público. O jornal Rhein-Neckar-Zeitung aponta que ela deixou uma mensagem de voz para a sua irmã na segunda-feira, após sua prisão, contando que no domingo teria se sentido ameaçada por "dois assassinos" que estariam em um carro à frente do seu.
Na semana passada, Bahner levou o caso também ao Tribunal Constitucional da Alemanha (BVerfG, na sigla em alemão), a instância jurídica mais alta do país.
A ação apresentada ao BVerfG, que visava suspender as regulamentações referentes ao controle da pandemia em todos os estados do país, foi rejeitada. Já a ação no tribunal estadual ainda não foi analisada.
Bahner também elaborou um manifesto de 19 páginas que circulou entre os negacionistas alemães, argumentando que jamais "uma população inteira" teria sido "incapacitada e trancafiada de tal forma", e que as medidas impostas pelo governo eram "tirânicas"
Em uma das ações apresentadas à Justiça, ela argumentou ainda que as medidas de quarentena eram comparáveis "à perseguição e assassinato de judeus" no Terceiro Reich.
Na semana passada, ela ainda convocou um protesto nacional contra a quarentena, batizado de "Coronoia 2020. Nunca mais conosco. Nós resistimos".
A convocação rendeu a abertura de uma investigação criminal pela promotoria de Heidelberg por instigação de "ato ilegal" – as medidas de isolamento em vigor proíbem aglomerações com mais de duas pessoas em toda a Alemanha. A pandemia já provocou a morte de cerca de 3 mil pessoas no país.
Após ter sua queixa rejeitada pelo BVerfG, Bahner declarou que iria devolver sua licença para advogar, por ter fracassado em "salvar a ordem básica liberal-democrata na Alemanha do mais grave ataque global e do estabelecimento extremamente rápido da tirania mais desumana que o mundo já viu".
Nos últimos dias, segundo o jornal Die Tageszeitung, os textos de Bahner em seu site pareciam cada vez mais desconexos e paranoicos. Ela escreveu que estava sendo seguida por um helicóptero da polícia e publicou uma carta aberta a uma conhecida escritora alemã que recentemente recebeu críticas por minimizar a pandemia.
"Você não quer assumir [meu papel] agora e dizer às pessoas na Alemanha que todas devem sair imediatamente?! [...] Afinal, não posso salvar o mundo sozinha", disse no texto, acrescentando que precisava de mais tempo para se dedicar ao "seu cachorrinho".
No sábado, ela publicou um "decreto de ressurreição" em seu site, declarando por conta própria o fim das medidas de isolamento em toda a Alemanha.
E finalmente no domingo, a advogada aparentemente teve um surto psicótico em público. O jornal Rhein-Neckar-Zeitung aponta que ela deixou uma mensagem de voz para a sua irmã na segunda-feira, após sua prisão, contando que no domingo teria se sentido ameaçada por "dois assassinos" que estariam em um carro à frente do seu.
Ela deixou o veículo e correu, parando nas proximidades de outro carro com dois ocupantes, que chamaram a polícia.
Após a chegada dos policiais, Bahner pediu aos dois ocupantes que a deixassem entrar no veículo. "Sou a maior inimiga do Estado nesse momento", gritou Bahner, segundo o Rhein-Neckar-Zeitung. Ela tentou resistir à prisão e agrediu um dos policiais.
Uma porta-voz da polícia contou que, durante a prisão, Bahner "passou a impressão de estar bastante confusa", o que fez com que fosse levada para uma clínica psiquiátrica da região de Heidelberg.
Nesta terça-feira, ela permanecia internada. Seu site estava fora do ar, a pedido da polícia, como forma de impedir um "crime continuado", ou seja, a convocação da manifestação ilegal.
Contas negacionistas que vêm minimizando a pandemia aproveitaram o episódio para acusar o governo alemão de "calar" a advogada. Alguns compararam a situação toda aos métodos da ditadura comunista da Alemanha Oriental.
A polícia de Heidelberg, no entanto, afirma que a prisão não teve relação com o ativismo da advogada ou com a investigação em andamento sobre a convocação ilegal da manifestação contra a quarentena.
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Após a chegada dos policiais, Bahner pediu aos dois ocupantes que a deixassem entrar no veículo. "Sou a maior inimiga do Estado nesse momento", gritou Bahner, segundo o Rhein-Neckar-Zeitung. Ela tentou resistir à prisão e agrediu um dos policiais.
Uma porta-voz da polícia contou que, durante a prisão, Bahner "passou a impressão de estar bastante confusa", o que fez com que fosse levada para uma clínica psiquiátrica da região de Heidelberg.
Nesta terça-feira, ela permanecia internada. Seu site estava fora do ar, a pedido da polícia, como forma de impedir um "crime continuado", ou seja, a convocação da manifestação ilegal.
Contas negacionistas que vêm minimizando a pandemia aproveitaram o episódio para acusar o governo alemão de "calar" a advogada. Alguns compararam a situação toda aos métodos da ditadura comunista da Alemanha Oriental.
A polícia de Heidelberg, no entanto, afirma que a prisão não teve relação com o ativismo da advogada ou com a investigação em andamento sobre a convocação ilegal da manifestação contra a quarentena.
A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas.
Pastor americano tentou esconder de fiéis que seu assistente está com Covid-19
Americano amigo de Malafaia adia inauguração de centro de cura por causa do coronavírus
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