Ao assumir Ministério da Justiça, pastor Mendonça chama Bolsonaro de ‘profeta’

Paulo Lopes / Opinião Sou do tempo em que as pessoas que compunham um governo tinham um pouco de dignidade, que é, entre outras coisas, o que se espera de alguém que ocupa um cargo público.

Essa dignidade está cada vez mais escassa nestes tempos de Bolsonaro, conforme mostrou a cerimônia de posse de André Mendonça no Ministério da Justiça, em substituição a Sergio Moro.

Mendonça é advogado, fez curso de especialização em direito público e mestrado na Espanha.

Mas ele fez um discurso de posse com a retórica de pastor, que é também.

Sem constrangimento, ele chamou o presidente Bolsonaro de “profeta no combate à criminalidade”.

“Profeta”?

O doutor Mendonça poderia ter usado uma palavra mais adequada para a ocasião, porque, afinal, ele não estava pregando em seu templo para fiéis.

O novo ministro disse que Bolsonaro vem combatente a criminalidade há 30 anos.

O pastor não sabe que mentir é pecado?

UM SERVO OU UM SERVIL?

Bolsonaro e seus filhos atuam dentro do esquema de milicianos, que são bandidos violentos tanto como quaisquer outros das comunidades do Rio.

A família Bolsonaro é criminosa, e a expectativa é que isso fique provado na Justiça.

Já escolhido, Mendonça, que disse ser um “servo”, poderia ter feito um discurso decente, sem glorificar Bolsonaro, mas o novo ministro está lambendo os pés do “profeta” para garantir uma cadeira no Supremo Tribunal Federal.

É esse tipo de gente que está a caminho do STF, como se já não bastassem alguns estrambóticos que lá têm assento.

Está circulando nas redes sociais um vídeo [ver abaixo] que mostra fanáticos religiosos se arrastado diante do Palácio da Alvorada, em reverência ao ‘profeta’ Bolsonaro. É vergonhoso.

O pastor André Mendonça poderia estar nesse grupo, porque também é um rastejante de Bolsonaro.

Com foto de Marcelo Casal Jr / Agência Brasil.

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