Uma igreja católica da cidade de São Paulo
diz que cura a Covid-19 em dois dias e outras doenças com um composto milagroso, o MMS, que é a sigla em inglês de Miracle Mineral Supplement.Trata-se de dióxido de cloro, que é usado em produtos de limpeza. Ingerido, faz mal à saúde.
A igreja é a São Francisco de Assis, que fica na periferia de São Paulo, no bairro Ermelino Matarazzo, Zona Leste. O seu responsável é Antônio Luiz Marchioni, o padre Ticão.
Ele é defensor de tratamentos alternativos, incluindo substâncias à base de cannabis, e acredita que a indústria farmacêutica se opõe à erradicação de doenças para continuar faturando com os remédios.
"A maconha é uma santa erva", diz ele em um vídeo, referindo-se a tratamentos de crianças autistas.
Por ter dado curso sobre a cannabis medicinal e autorizado na igreja palestras de católicos progressistas, como as representantes da ong Católicas pelo Direito de Decidir, padre Ticão é atacado por conservadores, que pedem sua expulsão da igreja, e já foi ameaçado de morte.
Carismático, ele tem prestígio na comunidade por seu trabalho social.
Artur Rodrigues, da Folha de S.Paulo, informa que o padre
Ticão tem falado, às vezes sem máscara, aos
fiéis sobre o MMS no combate ao novo coronavírus.
“Há mais de quatro anos que trabalhamos com MMS, dióxido de cloro, e posso lhe apresentar cem pessoas que tomaram e venceram o vírus”, disse o padre.
“Se o mundo usasse o dióxido de cloro, já teria resolvido o problema [da Covid-19].”
A infectologista Raquel Stucchi, da Unicamp, alertou: “Não há milagre. Quem passa a informação de benefício do dióxido de cloro engana outros que querem crer que haja tratamento milagroso”.
Padre Ticão acredita no poder de cura do dióxido de cloro |
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