Paulo Lopes O papa Francisco citou na homilia "Todos Irmãos" um trecho do “Samba da Benção” [áudio abaixo], de Vinicius de Moraes (letra) e Baden Powell (música).
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", é a citação.
A ala conservadora da Igreja com certeza se sentiu incomodada porque a música de 1967 é tocada até hoje em terreiros de candomblé. Ao final da letra, o poeta pede bênção aos grandes sambistas “branco, preto, mulato”, de “pele macia de Oxum”.
Oxum é a orixá das águas doces, da sensibilidade e do poder feminino.
A música reflete a identificação de Vinicius de Moraes (1913-1980), branco, com a cultura dos afrodescentes. Ateu, ele frequentava os terreiros, cujos cantos lhe serviam de inspiração.
O mesmo não se pode dizer do também genial artista Baden Powell (1937-2000), negro. Em 1999, ele deu uma entrevista dizendo que tinha se tornado evangélico, passando a renegar todas as suas músicas que fazem referência ao candomblé, muitas delas belíssimas, como “Yamanjá”.
“Não gravo mais essas músicas”, disse.
“O ‘Samba da Bênção’, por exemplo. Não digo mais ‘saravá’. Posso tocar o ‘Samba da Bênção’, mas não falo ‘saravá’ porque é um louvor a Satanás”.
Na homilia deste domingo (4 de outubro de 2020), em seu esforço para desacelerar a decadência da Igreja Católica, Francisco reforçou sua pregação de inclusão social, criticando a falta de empatia com os imigrantes.
Falou de outros temas, como a tirania da propriedade privada e o controle da informação por empresas de tecnologia.
Ele também poderia criticar um grande mal da atualidade, o fanatismo religioso, do qual no Brasil Baden Powell foi um precursor, apesar da grandiosidade de sua poesia.
"A vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida", é a citação.
A ala conservadora da Igreja com certeza se sentiu incomodada porque a música de 1967 é tocada até hoje em terreiros de candomblé. Ao final da letra, o poeta pede bênção aos grandes sambistas “branco, preto, mulato”, de “pele macia de Oxum”.
Oxum é a orixá das águas doces, da sensibilidade e do poder feminino.
A música reflete a identificação de Vinicius de Moraes (1913-1980), branco, com a cultura dos afrodescentes. Ateu, ele frequentava os terreiros, cujos cantos lhe serviam de inspiração.
O mesmo não se pode dizer do também genial artista Baden Powell (1937-2000), negro. Em 1999, ele deu uma entrevista dizendo que tinha se tornado evangélico, passando a renegar todas as suas músicas que fazem referência ao candomblé, muitas delas belíssimas, como “Yamanjá”.
“Não gravo mais essas músicas”, disse.
“O ‘Samba da Bênção’, por exemplo. Não digo mais ‘saravá’. Posso tocar o ‘Samba da Bênção’, mas não falo ‘saravá’ porque é um louvor a Satanás”.
Na homilia deste domingo (4 de outubro de 2020), em seu esforço para desacelerar a decadência da Igreja Católica, Francisco reforçou sua pregação de inclusão social, criticando a falta de empatia com os imigrantes.
Falou de outros temas, como a tirania da propriedade privada e o controle da informação por empresas de tecnologia.
Ele também poderia criticar um grande mal da atualidade, o fanatismo religioso, do qual no Brasil Baden Powell foi um precursor, apesar da grandiosidade de sua poesia.
Com informação das agências.
Comentários
Postar um comentário