Pular para o conteúdo principal

Aprovação da CoronaVac significa duro golpe no bolsonarismo

PAULO LOPES      Como subproduto de uma onda mundial de obscurantismo, o bolsonarismo não vai se exaurir tão já, mas a aprovação da vacina CoronaVac representa um forte golpe nessa corrente de saudosos da Idade das Trevas, com repercussão nas eleições de 2022. Qualquer que seja o adversário de Bolsonaro, ele vai lembrar o pacto que o presidente fez com a morte de brasileiros.

Por burrice política, incompetência técnica e negaciosismo científico, Bolsonaro tem agora de engolir "a vacina chinesa" que ele vinha depreciando, enquanto se acelerava o total de mortos pela doença, politizando com o governador João Doria um assunto de extrema importância para a vida de todos.

Bolsonaro e sua turma de malucos sofreram uma grande derrota porque a partir de agora não vai pegar bem ele manter a defesa do uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid-10, como a cloroquina.

A contragosto, o presidente terá de se curvar à ciência, passando a se empenhar em adquirir todo a produção da vacina CoronaVac, que já está incorporada à campanha presidencial de Doria, e a da AstraZeneca/Oxford, as duas aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para uso emergencial.

Havia um temor de que a Anvisa se deixasse contaminar pelo bolsonarismo em sua avaliação da CoronaVac, mas o colegiado do órgão apresentou uma abordagem técnica impecável, com obsrvações críticas e necessárias, sem deixar de levar em consideração a gravidade das consequências da doença no país.

Ao aprovarem por unanimidade as vacinas, os diretores e técnicos da Anvisa criticaram, ainda que indiretamente, a pregação de Bolsonaro a favor de medicamentos comprovadamente ineficazes contra a Covid-19.

Merluze Freitas, a relatora dos processos de apreciação das vacinas, por exemplo, afirmou, em seu voto, que "até o momento não contamos com alternativa terapêutica aprovada e disponível para prevenir ou tratar a doença causada pelo novo coronavírus".

Foi um tapa de pelica na boca de Bolsonaro, que tem defendido "tratamento precoce" (leia-se cloroquina, etc.) para reduzir os óbitos pela doença.

Até o diretor-presidente da Anvisa, o bolsonarista Antonio Barra Torres, destacando que a vacina vai demorar para chegar a todos, defendeu o uso de máscara, o distanciamento social e a higienização das mãos — tudo o que o presidente não faz e procura desestimular.

Se Bolsonaro tivesse um pouco de empatia, compaixão e vergonha na cara, pediria desculpas à nação, deixando de iludir a população com a pregação de remédios milagrosos, a exemplo do que o picareta Valdemiro Santiago fez com seu "feijão ungido".

A enfermeira Mônica Calazans foi a primeira brasileira a ser vacinada contra a Covid-19. Ela é do grupo de risco. Tem 54 anos, é obesa, diabética e representa a maioria dos brasileiros, que são os que sofrem e morrem com a doença.

Além do símbolo que possa ser Mônica, Doria é muito bom em marketing, a luta pela vacinação apenas está começando porque é preciso produzir e aplicar o imunizante com rapidamente, para minimizar as estatísticas de óbitos.

A luta será dura porque o coronavírus, o inimigo, tem como aliado Bolsonaro, que jamais deixará de ser o que é, um crápula.

Comentários

Emerson Santos disse…
Não vou defender o bozo ... Como posso criticar qdo as galinhas elegem o lobo pra cuidar do galinheiro ? Mas confesso que se tivesse o governo de oposição no comando ... Era a mesma coisa ... Pois se o povo eh ignorante.. sem disciplina ... E mal sabe interpretar texto como 90% dos brasileiros ... Não importa qual o governo teríamos o mesmo resultado

Post mais lidos nos últimos 7 dias

Estado laico coloca a religião na esfera privada e impede que ela seja usada pelo governo

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Pai de vocalista dos Mamonas processa Feliciano por dizer que morte foi por ordem de Deus

Padre acusa ateus de defenderem com 'beligerância' a teoria da evolução

O que houve com as entidades de defesa do Estado laico? Evaporou pelo Bule de Russell?

Malafaia diz ter só R$ 6 milhões e que vai ‘ferrar’ a Forbes

Revista avaliou o patrimônio do pastor em R$ 300 milhões O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, disse ter um patrimônio avaliado em R$ 6 milhões e que, por isso, vai “ferrar” a revista Forbes por ter publicado que a fortuna dele está avaliada em R$ 300 milhões (US$ 150 milhões). "Vou ferrar esses caras (da Forbes)", disse ele à Folha de S.Paulo, referindo-se a sua intenção de mover uma ação contra a revista americana. "Vivo de renda voluntária, e eles me prejudicaram. [O fiel] vê aquilo e pensa, 'ih, não vou [dar o dízimo], tá me roubando." A revista estimou que Malafaia é o terceiro mais rico pastor do Brasil, ficando abaixo de Edir Macedo (com fortuna de R$ 1,9 bilhão), da Universal, e Valdemiro Santiago (R$ 440 milhões), da Mundial. Em quarto lugar está R.R. Soares (R$ 250 milhões), da Igreja Internacional da Graça, e em quinto, Estevam Hernandes Filho (R$ 130 milhões), da Renascer. Forbes informou que sua estima...

Liminar derruba pai-nosso em escolas de Rio Preto. Vitória do Estado laico

Estudo aponta que homofóbicos são homossexuais enrustidos

Malafaia rejeita guerra contra PT porque é 'a favor do Estado laico'

Malafaia disse que evangélicos não  aceitam o 'lixo moral' defendido pelo PT O pastor Silas Malafaia (foto), da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, publicou nota em seu site onde diz que os evangélicos não estão em "guerra" com nenhum partido. Isto porque “somos a favor do Estado laico, das garantias individuais e de ampla liberdade de imprensa.” Afirmou que não estava falando em nome de todos os evangélicos, mas interpretando a opinião da maioria deles. A nota foi uma resposta ao ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência), que no dia 17 disse que o partido tem de disputar com os líderes evangélicos a influência nas classes emergentes. “Não demonizo partido político nenhum”, disse o pastor. “Já votei em Fernando Henrique, Lula e Serra. Voto em pessoas e não em partidos, porque todos eles possuem ideologias que, ao serem confrontadas com a nossa fé, ficam devendo.” O problema, segundo ele, é que os “ideólogos” do PT, entre ...

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores