ROBERT SHINE | NEW WAYS MINISTRY Um bispo na Bélgica afirmou que um membro do seu episcopado expressou discordância com o Vaticano sobre a bênção a casais homossexuais – proibida por Roma na segunda-feira.
Dom Johan Bonny, da Diocese de Antuérpia, escreveu uma carta aberta sobre a proibição da Congregação para a Doutrina da Fé, publicada no jornal De Standaard:
“Eu me sinto envergonhado pela minha Igreja. Eu principalmente sinto uma incompreensão moral e intelectual”, disse Bonny.
“Eu queria pedir desculpas a todos aqueles que sentem esse responsum [decisão escrita] como doloroso e incompreensível. Suas dores com a Igreja são as minhas hoje”, escreveu.
“O documento carece de base científica, nuances teológicos e cuidados éticos, em particular na passagem que afirma, ‘no plano de Deus não é remotamente possível semelhança ou mesmo analogia entre casamento heterossexuais e homossexuais”, ele escreveu.
“Eu conheço casais gays, em casamentos civis, com filhos, que formam uma família estável e harmônica, e que também participam ativamente da vida paroquial”, escreveu.
“Alguns deles são empregados ativos da igreja. Eu sou muito grato a eles. Quem está interessado em negar que não é possível semelhança ou analogia com um casamento heterossexual aqui?”, continuou.
“O pecado é uma das mais categorias morais e teológicas mais difíceis de definir, e, portanto, uma das últimas é separar os indivíduos e a sua maneira de viver juntos”, disse Bonny
Bonny fez história em 2014 ao se tornar o primeiro bispo católico a pedir explicitamente que a igreja abençoasse casais do mesmo sexo.
Participante do Sínodo sobre a Família de 2015, ele disse que era melhor que as questões LGBTQ não fossem levantadas no documento final desse evento com muito destaque, mas que ele iria pessoalmente abordar essas questões.
De acordo com o National Catholic Reporter, neste último artigo, Bonny sugeriu que o documento responsum do Vaticano “não chega nem ao nível do ensino médio” intelectualmente e “você vê percebe” pelos argumentos e lógica do documento.
Bonny acrescentou que a forma como a Igreja trata da igualdade no casamento “só pode ocorrer no contexto mais amplo da Ordem de Serviço para o Casamento, como uma eventual variação do tema do casamento e da vida familiar, com um reconhecimento honesto das semelhanças e diferenças reais”.
Notavelmente, devido à sua formulação contundente, Bonny aparentemente recebeu o apoio da Conferência Episcopal da Bélgica. Em um comunicado, a Conferência disse que os bispos do país “tomaram nota” da proibição da Congregação para a Doutrina da Fé:
“[Os bispos] percebem que isso é particularmente doloroso para muitos fiéis gays, seus pais e avós, suas famílias e amigos”.
> Com tradução de Wagner Fernandes de Azevedo para IHU Online. Originalmente, o texto foi publicado com o título "Bispo belga está 'envergonhado' pela Igreja e pede desculpas pela proibição do Vaticano às bençãos a casais homossexuais".
Dom Johan Bonny, da Diocese de Antuérpia, escreveu uma carta aberta sobre a proibição da Congregação para a Doutrina da Fé, publicada no jornal De Standaard:
“Eu me sinto envergonhado pela minha Igreja. Eu principalmente sinto uma incompreensão moral e intelectual”, disse Bonny.
“Eu queria pedir desculpas a todos aqueles que sentem esse responsum [decisão escrita] como doloroso e incompreensível. Suas dores com a Igreja são as minhas hoje”, escreveu.
“O documento carece de base científica, nuances teológicos e cuidados éticos, em particular na passagem que afirma, ‘no plano de Deus não é remotamente possível semelhança ou mesmo analogia entre casamento heterossexuais e homossexuais”, ele escreveu.
“Eu conheço casais gays, em casamentos civis, com filhos, que formam uma família estável e harmônica, e que também participam ativamente da vida paroquial”, escreveu.
“Alguns deles são empregados ativos da igreja. Eu sou muito grato a eles. Quem está interessado em negar que não é possível semelhança ou analogia com um casamento heterossexual aqui?”, continuou.
“O pecado é uma das mais categorias morais e teológicas mais difíceis de definir, e, portanto, uma das últimas é separar os indivíduos e a sua maneira de viver juntos”, disse Bonny
Bonny fez história em 2014 ao se tornar o primeiro bispo católico a pedir explicitamente que a igreja abençoasse casais do mesmo sexo.
Participante do Sínodo sobre a Família de 2015, ele disse que era melhor que as questões LGBTQ não fossem levantadas no documento final desse evento com muito destaque, mas que ele iria pessoalmente abordar essas questões.
De acordo com o National Catholic Reporter, neste último artigo, Bonny sugeriu que o documento responsum do Vaticano “não chega nem ao nível do ensino médio” intelectualmente e “você vê percebe” pelos argumentos e lógica do documento.
Bonny acrescentou que a forma como a Igreja trata da igualdade no casamento “só pode ocorrer no contexto mais amplo da Ordem de Serviço para o Casamento, como uma eventual variação do tema do casamento e da vida familiar, com um reconhecimento honesto das semelhanças e diferenças reais”.
Notavelmente, devido à sua formulação contundente, Bonny aparentemente recebeu o apoio da Conferência Episcopal da Bélgica. Em um comunicado, a Conferência disse que os bispos do país “tomaram nota” da proibição da Congregação para a Doutrina da Fé:
“[Os bispos] percebem que isso é particularmente doloroso para muitos fiéis gays, seus pais e avós, suas famílias e amigos”.
> Com tradução de Wagner Fernandes de Azevedo para IHU Online. Originalmente, o texto foi publicado com o título "Bispo belga está 'envergonhado' pela Igreja e pede desculpas pela proibição do Vaticano às bençãos a casais homossexuais".
Comentários
O PROBLEMA é INTERFERIR FORA da igreja, não apenas no Estado, Educação, até na Ciência, como em outras denominações religiosas. Direta ou indiretamente interferir. Como dizer "errado", "natural ou não", "cura", "tratamento", "correto e errado"... Igreja alguma tem moral para dizer dessas coisas no absoluto. Só quando coincide em ideais corretos em Direitos Humanos e racionalidade elas (deveriam) defender.
Exigir delas no geral seria cumprir a questão LAICA, e não de casamento religioso, cargos.... SE o Papa fosse de fato bom, ele diria: fora da Igreja, o que vale são a Ciência, os Direitos Humanos Seculares, a Lei etc. Dentro da Igreja, não violando os anteriores, os valores religiosos. E nem vir com essa "aquela outra igreja não é cristã escocesa, digo, verdadeira".
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