Professor afirmam que ateus precisam sair de sua bolha
jornalista
A radicalização política é a causa, entre outras, do declínio do movimento ateísta do Brasil a partir 2014, quando se formou um bloco de conservadores de diferentes matizes para se opor a forças progressistas.
Essa observação é de Ricardo de Oliveira da Silva, professor de história, estudioso do ateísmo no Brasil e colaborador deste site.
Ele diz que em um momento de forte tensão política houve ateus que, para se colocarem contra a esquerda, aproximaram-se do então candidato a presidente Jair Bolsonaro, apesar de ele representar ultraconservadores, entre os quais religiosos com propósito de aparelhar o Estado brasileiro.
No vídeo "O ativismo ateísta está morto?" [abaixo], onde faz uma reflexão a partir do artigo "Nem os desvairos de Bolsonaro conseguem despertar o movimento ateísta", publicado neste site, Silva manifesta a expectativa de que surja um movimento ateísta em bases amplas, deixando para trás a batalha retórica contra as religiões e o refrão "Deus não existe".
A exemplo do que ocorre com entidades ateístas dos Estados Unidos — onde, aliás, também há radicalização política —, o professor sugere a existência de um movimento ateísta brasileiro que apresente uma visão alternativa de mundo, com pautas e valores próprios, de modo a atrair parcelas da população para as quais a questão da crença/descrença não tem grande importância.
Além disso, de acordo com ele, a crítica sistemática às crenças religiosas em nada abala o pacto histórico entre igrejas e sociedade.
Ao concordar com o referido artigo, assinado por Paulo Lopes, o professor Silva diz que os remanescentes do movimento ateísta não chegarão a lugar algum falando apenas uns com outros, sem levar em conta as parcelas da sociedade que seriam mais receptíveis aos valores do secularismo, por exemplo.
"Temos de ir além, porque o ateísmo não pode se prender à questão crer ou não crer em Deus", diz.
"O ateísmo tem de se conectar com outros grupos sociais, mas sem querer impor um ativismo contra as religiões, que vão continuar prosperando por conta de um pacto social."
Bolsonaro diz que Estado é laico, mas ele é cristão e quer evangélico no STF
Essa observação é de Ricardo de Oliveira da Silva, professor de história, estudioso do ateísmo no Brasil e colaborador deste site.
Ele diz que em um momento de forte tensão política houve ateus que, para se colocarem contra a esquerda, aproximaram-se do então candidato a presidente Jair Bolsonaro, apesar de ele representar ultraconservadores, entre os quais religiosos com propósito de aparelhar o Estado brasileiro.
No vídeo "O ativismo ateísta está morto?" [abaixo], onde faz uma reflexão a partir do artigo "Nem os desvairos de Bolsonaro conseguem despertar o movimento ateísta", publicado neste site, Silva manifesta a expectativa de que surja um movimento ateísta em bases amplas, deixando para trás a batalha retórica contra as religiões e o refrão "Deus não existe".
A exemplo do que ocorre com entidades ateístas dos Estados Unidos — onde, aliás, também há radicalização política —, o professor sugere a existência de um movimento ateísta brasileiro que apresente uma visão alternativa de mundo, com pautas e valores próprios, de modo a atrair parcelas da população para as quais a questão da crença/descrença não tem grande importância.
Além disso, de acordo com ele, a crítica sistemática às crenças religiosas em nada abala o pacto histórico entre igrejas e sociedade.
Ao concordar com o referido artigo, assinado por Paulo Lopes, o professor Silva diz que os remanescentes do movimento ateísta não chegarão a lugar algum falando apenas uns com outros, sem levar em conta as parcelas da sociedade que seriam mais receptíveis aos valores do secularismo, por exemplo.
"Temos de ir além, porque o ateísmo não pode se prender à questão crer ou não crer em Deus", diz.
"O ateísmo tem de se conectar com outros grupos sociais, mas sem querer impor um ativismo contra as religiões, que vão continuar prosperando por conta de um pacto social."
> Maria Fernanda Guimarães é jornalista. Trabalhou em revistas e jornais de São Paulo.
Comentários
Independente disso, um erro (GRAVE) nunca exclui outro grave, e aqui perto por parte dos evanjas. O foco maior deve ser sempre na questão LAICA, lógico. Inclusive facilita união de todos pelos Direitos Humanos, pois violar a laicidade SEMPRE GERAM problemas graves nessa área, em particular LGBTs, gẽnero, mulheres e religiões muito diferentes das cristãs, como Umbanda e Wicca.
Engana-se que a ICAR é "boazinha", ela age de outra forma. Quando convém, sempre se manifesta explicitamente e se une com evanjas. P. ex. as questões de divulgação de prevenção de ISTs e métodos contraceptivos a ICAR TEMBÉM está no contra, agindo no Governo...
Dá para citar INÚMEROS problemas que religiões institucionalizadas causam. E aos incautos, nunca cair nessa da "ajuda" de igrejas / religiosos. Apena marketing basicamente, e um "tiquitinho" perante os enormes problemas que causam, salvo excessões de PESSOAS que fazem o bem, apesar de Deus e afins da religião.
A velha falácia da ênfase. Enaltecer seu minúsculo lado bom e suprimir ou reduzir o colossal lado ruim, fora culpar os outros pelo ruim. Lógica crédula.
Ateus deveriam se unir mais, mas também com religiosos de bem, daqueles que sabem e defendem o laicismo, e tantos outros grupos pelo Estado de Direito e democracia, onde sem serem laicos, IMPOSSÍVEL dignidade humana.
Ocoreu o Efeito Ferradura, e Bolsonaro acabou ganhando.
É sempre útil ajudar a libertar as pessoas das crenças. Ou ao menos, fazê-las não fanáticas. Continuarem em suas crenças "na boa", sem preconceitos de outas pessoas e no que são (LGBTs, gênero...), e SEM defender institucionalização de crenças. Admitir que crença é algo pessoal e de direito. E como um ideal, é legítimo ser alvo de críticas. Igrejas e afins institucionalizados são outras coisas, devendo ser tratadas com extremo rigor, e até extintas em muitos casos. Compreender que Estado, Educação etc laicos (rigorosamente) é a base para a Democracia e Estado de Direito.
Como ateu na maioria é bem mais inteligente que estes dois grupos (aliás, quem não é mais inteligente que feminista né?) e farejam qualquer tipo de doutrinação, seja ela religiosa ou POLÍTICA, de longe, o tal "movimento" ruiu.
Não saímos de uma doutrinação religiosa pra entrar numa doutrinação política.
Quase ninguém mais quis defender a "causa ateia" quando a ATEA - que, na época, era o grande representante dos ateus no brasil - e seus seguidores começaram com a palhaçada falando de comunismo, maconha, apoiar candidato do PSOL, até Che Guevara etc. quando deveria se abster a apenas impedir a imposição religiosa nos ambientes públicos e lutar contra o preconceito sobre nós.
Na época que eu seguia essa página, parecia que eu tava seguindo um quebrando o tabu que falava mal de deus. Aliás, nem mais falando mal de deus tava, era esquerdismo 24 horas por dia kkkkk
Eu nunca entendia que "diabos" tinha a ver uma frase daquela tal de Simone Beavouir com ateísmo.
O mais engraçado era que quando você discordava de qualquer ideia de esquerda, automaticamente você tinha o seu ateísmo questionado, afinal ateu (na cabeça daquele bando de zumbi) não era mais quem não acreditava em deus, ateu era quem votava na Luciana Genro kkkkkk
Eu pensei, se pra defender o estado laico, eu tenho que defender aquelas porcarias todas, então eu defendo p* nenhuma. E foi assim que muitos pensaram e o "movimento ateu" morreu.
Ah, e essa tbm foi uma razão para o Bolsonaro ter recebido apoio de tantos ateus, mesmo ele dizendo que o Brasil é um país cristão, estado laico é o cara*** etc.
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