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Vídeo: pastor zomba do deus Tupã. E índios derrubam templo em construção da Assembleia de Deus

 Irritado com a resistência de indígenas Trukás da comunidade em Pernambuco de Cabrobó em aceitarem em seu território a construção de um templo, um pastor zombou do deus Tupã.

“O espírito de luz [deles] não está mais descendo”, disse o pastor identificado apenas por Jabson, da Assembleia de Deus, de acordo com vídeo que circula na internet.

“[O deus] maior é o que está conosco. Eles deviam perceber isso, né?”

Os indígenas ficaram indignados com o pastor, e, no dia 24 de abril, sábado, destruíram o templo em construção da Assembleia de Deus.

Na rede social, as opiniões estão divididas entre aqueles que criticam os indígenas por derrubar a construção do templo e os que afirmam que o pastor não deveria debochar do deus alheio.

A comunidade dos Trukás fica na Ilha de Assunção, no rio São Francisco, onde se estabeleceu nos anos 1.700, de acordo com historiadores. 

Trata-se, atualmente, de uma região violenta. Há disputa de terras e a atuação de narcotraficantes.  Igrejas evangélicas estão se disseminando, e a reação, como a de lideranças dos Trukás, é exceção.

Um líder Truká reuniu integrantes da comunidade para mandar um recado ao pastor Jabson: a luz de Tupã não se apaga porque vem da natureza sagrada.

Acrescentou que o pastor deveria respeitar a Constituição, que garante aos índios o usufruto de suas terras, crenças e tradição.

Outro líder chamou o pastor Jabson de “covarde” porque ele deveria dizer o que disse pessoalmente, diante dos Trukás. Observou que o interesse dos pastores é de se fixarem na comunidade para arrecadar dízimo.

Esse líder afirmou que um pastor ganha até nove salários mínimos por mês, tem casa e comida pagas pela congregação, ganha energia, enquanto o trabalho do cacique é voluntário.

Em nota emitida no dia 26, o cacique Bertinho disse que o pastor Jabson não consultou as lideranças indígenas para saber se eles aceitam ou não o templo, diferentemente do que o evangélico afirmou durante um culto.

De qualquer forma, se tivesse havido a consulta, a resposta seria “não”, porque “não iremos permitir que um grupo religioso desrespeite, difame ou interfira no modo de vida da nossa comunidade”.

“Lutaremos para que nossos costumes, crenças, tradições e espiritualidade sejam preservados [...] Que Tupã e nossos Encantados de Luz continuem nos dando força para lutar.”



> Com informação de nota do cacique Betinho e de outras fontes. Este site não conseguiu contato com o pastor Jabson, para o qual há espaço garantido para apresentar a sua versão dos fatos, caso queira.

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Comentários

Leandro Bueno disse…
Todos devem respeitar a fé dos outros. Por outro lado, eu defendo a liberdade religiosa, ou seja, não sou contra a evangelização de índios, caso estes queiram participar de cultos. Por outro lado, uma coisa que me espantou certa vez de ouvir da boca de um índio foi de que os índios precisavam uma área grande (muito maior do que o necessário para acomodar a população indígena), porque eles acreditam que seus ancestrais estão ali. Com esse tipo de pensamento, no Brasil, temos situações absurdas onde pequenos grupos de índios ocupam áreas totalmente desproporcionais, principalmente na Amazônia, causando o eterno atraso da região, que possui 20 milhões de miseráveis. Um exemplo é uma tribo de Roraima de pouco mais de 10.000 pessoas que ocupam uma área maior do que o estado do Rio de Janeiro. Ou seja, algo totalmente IRRACIONAL, ainda mais quando sabemos que a Amazônia Legal ocupa 42% do nosso território nacional. Imagine deixar uma área desta sem desenvolvimento, como governos anteriores endossaram?
Paul Muadib disse…
E por acaso desenvolvimento é derrubar floresta para fazer prédios e igrejas ?
Em relação ao tamanho das terras é algo irracional mesmo, mas nao significa que devem ser ocupadas desodernadamente, trampouco destruídas etc de ruim.
Agora essa de ficar evangelizando não é direito. Se os índios (ou outros) quiserem essa "evangelização", que o façam por que querem e não por apologia, muitas vezes até pela violência.
Como agem dessa forma, foram rechaçados, pois é claro que é coisa ruim, ao menos na ação. Mas os piores são os ardilosos. Vão corrompendo aos poucos, fazem "caridade", que não passa da consagrada "filantropia marketeira". Quando se percebe, o Deus cristão da vertente que estiver ocupado terá substituído Tupã ou outro conforme a etnia indígena.
Essa de "serviço missionário" deveria ter controle ferrenho. Não passam, quase sempre, de bandidagem de igreja.

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