Pular para o conteúdo principal

Relatório denuncia a Igreja Católica pelos 'cruéis e falsos ensinamentos' sobre a homossexualidade

> ROBERT SHINE
New Ways Ministry

Um novo e exaustivo relatório de teólogos católicos e outros acadêmicos denunciam a doutrina negativa da Igreja Católica sobre a homossexualidade com o objetivo de ajudar “a colocar fim nesses cruéis e falsos ensinamentos”.

O Instituto para Pesquisa Católica Wijngaards, britânico, publicou o relatório, em forma de livro, “Christian objections to same-sex relationship: An academic Assessment” (“Objeções cristãs às relações homossexuais: uma avaliação acadêmica”, em tradução livre), depois de dois anos de pesquisas e preparação.

O prefácio, intitulado “Declaração acadêmica sobre a Ética nas relações homossexuais livres e fiéis”, oferece um resumo do documento, uma iniciativa interdisciplinar:

“Neste novo relatório, os teólogos uniram forças para provar que não há licença para a difamação oficial da Igreja Católica das uniões do mesmo sexo [...] o Vaticano, bem como a maioria das outras igrejas cristãs, é responsável por continuar com a discriminação contra pessoas em relacionamentos homossexuais, afirmando fundamentos bíblicos para justificar sua condenação. Nosso relatório pretende ajudar a acabar com este cruel e falso ensinamento”.

“Esse relatório de pesquisa é uma avaliação crítica do atual ensinamento papal que condena atos e relações homossexuais. Nós queremos chamar a atenção das autoridades vaticanas e bispos de todo o mundo para desconexão entre o ensinamento papal e a produção acadêmica, e os compelir a revisar e mudar os ensinamentos cruéis e ultrapassados", diz.

"Nós também queremos ajudar todas as comunidades cristãs oferecendo apoio acadêmico robusto para suas iniciativas para resolver as divisões e fazer as Igrejas incluírem totalmente as pessoas em relações homossexuais. Nós queremos acabar com essa discriminação vestida de doutrina”.

Com as conclusões definitivas, o relatório pretende “servir como o último prego no caixão dos argumentos bíblicos que justificam a homofobia”. 

Embora estudos anteriores tenham desmascarado algumas das razões bíblicas e teológicas pelas quais a homossexualidade é reprovada no ensino católico, a declaração de imprensa continuou:

“Este é o primeiro relatório a reunir e avaliar a pesquisa mais recente revisada por pares sobre as passagens bíblicas usadas para condenar relacionamentos entre pessoas do mesmo sexo. Muitas dessas pesquisas cruciais só foram publicadas recentemente, em março de 2020 e, portanto, ainda são conhecidas apenas nos círculos acadêmicos”.

Liderados por Luca Badini Confalonieri, do Wijngaards Institute, 19 outros acadêmicos estão listados como autores contribuintes. 

O prefácio do livro, que resume as principais conclusões das pesquisas, foi escrito por Krzysztof Charamsa, um teólogo gay que anteriormente trabalhou para a Congregação para a Doutrina da Fé do Vaticano, em 2014, antes do Sínodo sobre a Família. 

Em seu texto, diz:

“Uma mensagem de esperança em uma hora de certezas vacilantes: esta Declaração Acadêmica é um presente e um compromisso para a Igreja. Os teólogos, conscientes da sua responsabilidade científica e cristã, empenham-se em ajudar a amadurecer o julgamento da Igreja… Apresentando o progresso das humanidades e das ciências bíblicas, os signatários realizam um ato de honestidade intelectual e de confiança na Igreja”.

Em março, o Vaticano causou um estrago tremendo ao proibir as uniões entre pessoas do mesmo sexo. O raciocínio dessa decisão foi exemplar em mostrar o quão cruel e quão falsos os ensinamentos da Igreja sobre a homossexualidade podem ser. 

Agora, apoiado por pesquisas contemporâneas de vários estudiosos, a iniciativa do Instituto Wijngaards oferece uma poderosa refutação a esses ensinamentos negativos da Igreja sobre as pessoas LGBTQ. O relatório deixa claro que não há base bíblica para tais ensinos e, em sua abordagem interdisciplinar, também deixa claro que também não há base nas ciências contemporâneas.

> Com tradução de Wagner Fernandes de Azevedo para o IHU Online. O título original do texto é Novo livro de pesquisadores busca acabar com “os cruéis e falsos ensinamentos” sobre a homossexualidade.







Comentários

Já passou da hora de rever essas injustiças, baseada num livro retrógrado que manda perseguir e matar homossexuais.
Anônimo disse…
Não adianta tentar deixar a merda mais cheirosa, continuará sendo bosta. Religião fede.
O problema MESMO é a intromissão fora da religião / igreja, como dizer de ser "errado", "ruim" etc e quando "pecado", é apenas nas questões religiosas, e mesmo assim da igreja que profere. Pior ainda é quando dizem "doença" ou "antinatural", já que isso é atrubuto da Ciência e confirma ao contrário.

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Onde Deus estava quando houve o massacre nos EUA?

Deixe a sua opinião aí embaixo, no espaço de comentários.

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Papa afirma que casamento gay ameaça o futuro da humanidade

Bento 16 disse que as crianças precisam de "ambiente adequado" O papa Bento 16 (na caricatura) disse que o casamento homossexual ameaça “o futuro da humanidade” porque as crianças precisam viver em "ambientes" adequados”, que são a “família baseada no casamento de um homem com uma mulher". Trata-se da manifestação mais contundente de Bento 16 contra a união homossexual. Ela foi feita ontem (9) durante um pronunciamento de ano novo a diplomatas no Vaticano. "Essa não é uma simples convenção social", disse o papa. "[Porque] as políticas que afetam a família ameaçam a dignidade humana.” O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) ficou indignado com a declaração de Bento 16, que é, segundo ele, suspeito de ser simpático ao nazismo. "Ameaça ao futuro da humanidade são o fascismo, as guerras religiosas, a pedofilia e o abusos sexuais praticados por membros da Igreja e acobertados por ele mesmo", disse. Tweet Com informação

Pastor mirim canta que gay vai para o inferno; fiéis aplaudem

Garoto tem 4 anos Caiu na internet dos Estados Unidos um vídeo onde, durante um culto, um menino de quatro anos canta aos fiéis mais ou menos assim: “Eu sei bem a Bíblia,/Há algo de errado em alguém,/Nenhum gay vai para o céu”. Até mais surpreendente do que a pregação homofóbica do garotinho foi a reação dos fiéis, que aplaudiram de pé, em delírio. Em uma versão mais longa do vídeo, o pai, orgulhoso, disse algo como: “Esse é o meu garoto”. A igreja é a Apostólica do Tabernáculo, do pastor Jeff Sangl, de Greensburg, Indiana. Fanático religioso de amanhã Íntegra do vídeo. Com informação da CBS . Pais não deveriam impor uma religião aos filhos, afirma Dawkins. julho de 2009 Intolerância religiosa no Brasil

Cristãos xingam aluna que obteve decisão contra oração

Jessica sofre hostilidades desde meados de 2011 Uma jovem mandou pelo Twitter uma mensagem para Jessica Ahlquist (foto): “Qual é a sensação de ser a pessoa mais odiada do Estado? Você é uma desgraça para a raça humana.”  Outra pessoa escreveu: “Espero que haja muitos banners [de oração] no inferno quando você lá estiver apodrecendo, ateia filha da puta!” Jessica, 16, uma americana de Cranston, cidade de 80 mil habitantes de maioria católica do Estado de Rhode Island, tem recebido esse tipo de mensagem desde meados de 2011, quando recorreu à Justiça para que a escola pública onde estuda retirasse uma oração de um mural bem visível, por onde passam os alunos. Ela é uma ateia determinada e leva a sério a Constituição americana, que estabelece a separação entre o Estado e a religião. Os ataques e ameaças a Jessica aumentaram de tom quando um juiz lhe deu ganho de causa e determinou a retirada da oração. Nos momentos mais tensos, ela teve de ir à escola sob a proteção da

Anglicano apoia união gay e diz que Davi gostava de Jônatas

Dom Lima citou   trechos da Bíblia Dom Ricardo Loriete de Lima (foto), arcebispo da Igreja Anglicana do Brasil, disse que apoia a união entre casais do mesmo sexo e lembrou que textos bíblicos citam que o rei Davi dizia preferir o amor do filho do rei Saul ao amor das mulheres. A data de nascimento de Davi teria sido 1.040 a.C. Ele foi o escolhido por Deus para ser o segundo monarca de Israel, de acordo com os livros sagrados hebraicos. Apaixonado por Jônatas, ele é tido como o único personagem homossexual da Bíblia. Um dos trechos os quais dom Lima se referiu é I Samuel 18:1: “E sucedeu que, acabando ele de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a alma de Davi; e Jônatas o amou, como a sua própria alma”. Outro trecho, em Samuel 20:41: “E, indo-se o moço, levantou-se Davi do lado do sul, e lançou-se sobre o seu rosto em terra, e inclinou-se três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, mas Davi chorou muito mais”. Em II Samuel 1:26, fica claro p

Adventista obtém direito de faltar às aulas na sexta e sábado

Quielze já estava faltando e poderia ser reprovada Quielze Apolinario Miranda (foto), 19, obteve do juiz Marcelo Zandavali, da 3ª Vara Federal de Bauru (SP), o direito de faltar às aulas às sextas-feiras à noite e aos sábados. Ela é fiel da Igreja Adventista do Sétimo Dia, religião que prega o recolhimento nesses períodos. A estudante faz o 1º ano do curso de relações internacionais da USC (Universidade Sagrado Coração), que é uma instituição fundada por freiras na década de 50. Quielze corria o risco de ser reprovada porque já não vinha comparecendo às aulas naqueles dias. Ela se prontificou com a direção da universidade em apresentar trabalhos escolares para compensar a sua ausência. A USC, contudo, não aceitou com a alegação de que não existe base legal para isso. Pela decisão do juiz, a base legal está expressa nos artigos 5º e 9º da Constituição Federal e na lei paulista nº 12.142/2005, que asseguram aos cidadãos a liberdade de religião. Zandavali determinou

Na última entrevista, Hitchens falou da relação Igreja-nazismo

Hitchens (direita) concedeu  a última entrevista de  sua vida a Dawkins da  New Statesman Em sua edição deste mês [dezembro de 2011], a revista britânica "New Statesman" traz a última entrevista do jornalista, escritor e crítico literário inglês Christopher Hitchens, morto no dia 15 [de dezembro de 2011] em decorrência de um câncer no esôfago.