Vítima de violência sexual procura hospital para interromper gravidez. E recebe Bíblia de 'pró-vida'
A lei permite que mulheres engravidadas por estupro se submetam a aborto, e foi por isso que L., 26, procurou o hospital público paulista Pérola Byington, para o procedimento.
Na fila do ultrassom, a moça foi abordada por uma voluntária, que lhe entregou uma caixa de absorvente e uma Bíblia, como quem diz que o "aborto é pecado, condenado por Deus".
O assédio religioso em um hospital de referência em atendimento a mulheres é perversidade que agrava o sofrimento de vítimas de violência sexual. Pérola Byington deveria ficar mais atento para isso.
A estudante L. contou que se sentiu constrangida, mas aceitou a Bíblia, acompanhando as mulheres da fila. Ocorreu no dia 18, quarta-feira. No mesmo dia e hora, ela informou sobre essa militância pró-vida" em local indevido ao projeto Milhas pelas Vidas das Mulheres, que a monitorava.
Juliana Reis, do projeto Milhas, comentou: "Outra mulher poderia ter se sentido pressionada, saído de lá e feito um procedimento (o aborto) clandestino".
Questionado pelo site Universa, o diretor do hospital, Luiz Henrique Gebrim, admitiu a ilegalidade, até porque, disse, só é permitida a presença de líder religioso no Pérola Byington a pedido de um paciente em estágio terminal e com a autorização da administração.
Ele não soube informar há quanto tempo a "pró-vida" estava distribuindo o Novo Testamento no hospital. Disse que, após a denúncia, as voluntárias foram orientadas a não distribuírem textos de proselitismo religioso. Elas já deveriam saber disso.
Rosângela Talib, psicóloga e ativista do Católicas pelo Direito de Decidir, grupo que defende a laicidade do Estado, afirmou que se, se houver a distribuição de um símbolo religioso, o hospital teria de aceitar o de outras crenças.
O pior, acrescentou ela, é que "estamos falando de vidas, principalmente de mulheres negras e pobres que são as maiores vítimas de violência e da falta de acesso aos serviços. A gente tem um serviço de excelência no Pérola, e questões como essas atrapalham o andamento do serviço e os professionais".
> Com informação do Universa é de outras fontes e foto de arquivo pessoal.
Negras são as principais vítimas de morte por aborto inseguro, diz especialista
Na fila do ultrassom, a moça foi abordada por uma voluntária, que lhe entregou uma caixa de absorvente e uma Bíblia, como quem diz que o "aborto é pecado, condenado por Deus".
O assédio religioso em um hospital de referência em atendimento a mulheres é perversidade que agrava o sofrimento de vítimas de violência sexual. Pérola Byington deveria ficar mais atento para isso.
A estudante L. contou que se sentiu constrangida, mas aceitou a Bíblia, acompanhando as mulheres da fila. Ocorreu no dia 18, quarta-feira. No mesmo dia e hora, ela informou sobre essa militância pró-vida" em local indevido ao projeto Milhas pelas Vidas das Mulheres, que a monitorava.
Juliana Reis, do projeto Milhas, comentou: "Outra mulher poderia ter se sentido pressionada, saído de lá e feito um procedimento (o aborto) clandestino".
Questionado pelo site Universa, o diretor do hospital, Luiz Henrique Gebrim, admitiu a ilegalidade, até porque, disse, só é permitida a presença de líder religioso no Pérola Byington a pedido de um paciente em estágio terminal e com a autorização da administração.
Ele não soube informar há quanto tempo a "pró-vida" estava distribuindo o Novo Testamento no hospital. Disse que, após a denúncia, as voluntárias foram orientadas a não distribuírem textos de proselitismo religioso. Elas já deveriam saber disso.
Rosângela Talib, psicóloga e ativista do Católicas pelo Direito de Decidir, grupo que defende a laicidade do Estado, afirmou que se, se houver a distribuição de um símbolo religioso, o hospital teria de aceitar o de outras crenças.
O pior, acrescentou ela, é que "estamos falando de vidas, principalmente de mulheres negras e pobres que são as maiores vítimas de violência e da falta de acesso aos serviços. A gente tem um serviço de excelência no Pérola, e questões como essas atrapalham o andamento do serviço e os professionais".
> Com informação do Universa é de outras fontes e foto de arquivo pessoal.
Comentários
Esse povinho diz ser "pró-vida", mas é totalmente contra as mulheres. Típico de crédulo. Dissonância cognitiva, hipocrisia etc.
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