Pular para o conteúdo principal

Vítimas do próprio negacionismo: 44% das mortes de líderes religiosos são por Covid

Igrejas se opuseram às medidas de precaução ao contágio do vírus

PAULO LOPES
jornalista

Do total de líderes religiosos que morreram em 2020, 44% deles foram por Covid-19, de acordo com estudo que a Rede de Pesquisa Solidária fez a partir do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

Trata-se de percentual que mostra a devastação que a doença está fazendo entre os líderes religiosos, que estão em primeiro lugar no ranking dos óbitos da Covid em uma listagem de 29 profissionais. 

Em segundo lugar, estão os profissionais de segurança: do total das mortes entre eles, 25,4% se devem ao novo coronavírus.

Os médicos só veem em terceiro lugar, com 24%, embora uma parcela significativa deles esteja em contato direto com pessoas infectadas pelo vírus.

O estudo não explica o fato de os líderes religiosos morrerem mais de Covid, em relação a outras doenças, mas é possível apontar, como causas, o negacionismo à ciência e o alinhamento ao bolsonarismo.

Em 2020, mesmo diante da rápida ascensão da taxa de mortes pela Covid, líderes religiosos se opuseram firmemente a medidas de prefeitos e governadores para dificultar a transmissão do vírus, como a restrição à aglomeração. Promoveram cultos e missas.

Eles também endossaram o discurso criminoso de Bolsonaro pelo uso de medicamentos sem comprovação científica contra a Covid, como a cloroquina.

Agentes de segurança tiveram de se expor às pessoas para manter a ordem pública. Médicos, para tratar de doentes, incluindo os infectados pelo coronavírus -- se eles não estão em primeiro lugar nesse ranking macabro é porque tomaram as precauções contra o vírus.

Mas os líderes religiosos (ou grande parte deles), além de eventualmente dar conforto espiritual aos aflitos, ajudaram a disseminar os vírus, em nome de Deus e principalmente do dízimo. Até agora, 600 mil brasileiros morreram de Covid.  

> Com informação da revista Piauí.

Cantora gospel incentiva uso de cloroquina: 'Eu tomei'. E morre de Covid-19 



Comentários

Anônimo disse…
A ideologia bolsoburrista dominou as igrejas, fui em igreja evangélica para um casamento e o pastor começou a falar do nada contra homossexuais e trans, os chamando de aberrações assim do nada e o povo ainda aplaudia.
Anônimo disse…
Isso se chama justiça divina
Siulfe disse…
Saudações, petralhada! Como vão? E as pessoas que estão morrendo de morte súbita após as vacinações? Uma professora petralhuda morreu de infarto após receber a picada, souberam? Vocês torcem pela desgraça total? E o Lula Louco? Viram Cristina Segui, uma das mais conhecidas jornalistas da Espanha, denunciando o PT em financiamento do crime internacional? E vocês comemorando a morte de religiosos....
Vai vendo, Brasil!!!!!
K disse…
Todas as mortes são de lamentar. Mas, neste caso, é a seleção natural a funcionar.
Anônimo disse…
Já estou em festa com a eleição de Lula em 2022 e a ida de Bostanaro pra prisão
Unknown disse…
Enquanto existir pascacio, existiram os irresponsáveis da fé e da política.
No mínimo processá-los, afinal, não foi dito "pecado" e sim "aberrações" e coisas nada com religião, extrapolando os preceitos religiosos.
K disse…
Lamento, mas não concordo. Acho que não vale a pena processar. As pessoas têm o direito de ser burras. É o preço da liberdade.
Anônimo disse…
Falar mal do PT até papagaio fala, mas nunca conseguiram provar nada contra Lula.
cultfriend disse…
O mais inacreditável é que os lunáticos vão concluir que a morte desse pastores foi a "vontade de Deus".

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Líder religioso confirma que atirador foi da Testemunhas de Jeová

O superintendente do Circuito Rio de Janeiro-07 da Testemunhas de Jeová, Antônio Marcos Oliveira, confirmou ao UOL que Wellington Menezes de Oliveira, o atirador do Realengo, frequentou um templo da religião na Zona Oeste da cidade. Casa do atirador tinha publicações da TJs O líder religioso procurou minimizar esse fato ao ressaltar que Wellington foi seguidor da crença apenas no início de sua adolescência. Ele não disse até que ano Wellington foi um devoto. Na casa do atirador, a polícia encontrou várias publicações editadas pela religião. (foto) Essa foi a primeira manifestação da TJs desde que Wellington invadiu no dia 7 de abril uma escola e matou 12 estudantes e ferindo outros. Oliveira fez as declarações em resposta a um ex-TJ (e suposto amigo do atirador) ouvido pelo UOL. Segundo esse ex-fiel, Wellington se manteve na religião até 2008. Por essa versão, Wellington, que estava com 23 anos, permaneceu na crença até os 20 anos. Ou seja, já era adulto, e não um pré-ad

Valdemiro pede 10% do salário que os fiéis gostariam de ter

Maioria jamais será ateia nem fiel da Iurd, diz padre Marcelo

Para Rossi, Deus não reconhece casal de gays como família O jornal Correio da Manhã, de Portugal, perguntou ao padre Marcelo Rossi (foto): - O que o assustaria mais: um Brasil que deixasse de crer em Deus ou um Brasil crente em que a Iurd fosse maioritária? A resposta foi enfática: - Não acredito que isso possa acontecer. Nunca. O Brasil não vai deixar que isso aconteça. Rossi foi evasivo ao responder se está ou não preocupado com o avanço no Brasil dos evangélicos protestantes. “Há igrejas e igrejas”, disse. “Uma coisa são as igrejas tradicionais evangélicas e outra são as seitas.” O padre foi entrevistado por Leonardo Ralha a propósito do lançamento em Portugal do seu livro 'Ágape'. Ele disse ter ficado surpreso com das vendas do livro no Brasil – mais de sete milhões de exemplares, contra a expectativa dele de um milhão. Atribuiu o sucesso do livro à sua tentativa de mostrar às pessoas um resumo dos dez mandamentos: “amar a Deus sobre todas as

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Tibetanos continuam se matando. E Dalai Lama não os detém

O Prêmio Nobel da Paz é "neutro" em relação às autoimolações Stephen Prothero, especialista em religião da Universidade de Boston (EUA), escreveu um artigo manifestando estranhamento com o fato de o Dalai Lama (foto) se manter neutro em relação às autoimolações de tibetanos em protesto pela ocupação chinesa do Tibete. Desde 16 de março de 2011, mais de 40 tibetanos se sacrificaram dessa dessa forma, e o Prêmio Nobel da Paz Dalai Lama nada fez para deter essa epidemia de autoimolações. A neutralidade, nesse caso, não é uma forma de conivência, uma aquiescência descompromissada? Covardia, até? A própria opinião internacional parece não se comover mais com esse festival de suicídios, esse desprezo incandescente pela vida. Nem sempre foi assim, lembrou Prothero. Em 1963, o mundo se comoveu com a foto do jornalista americano Malcolm Wilde Browne que mostra o monge vietnamita Thich Quang Duc colocando fogo em seu corpo em protesto contra a perseguição aos budistas pelo

Presidente do STJ nega que tenha proibido enfeites de Natal

Pargendler disse que a notícia foi veiculada sem que ele fosse ouvido Com atualização em 14/12/2011  Ari Pargendler (foto), presidente do STJ (Superior Tribunal de Justiça), emitiu nota hoje (14/12) negando que tenha proibido a colocação de enfeites de Natal nas dependências desta Corte. A notícia, que agora se revela falsa, foi divulgada no dia 11 pelo jornalista Claudio Humberto, do Jornal do Brasil, com a explicação de que a decisão de Pargendler tinha sido para cumprir a Constituição, que estabelece a laicidade do Estado. Pargendler também desmentiu informação publicada na Folha de S.Paulo segundo a qual ninguém mais poderia usar no STJ “sandálias tipos gladiador” e “calças jeans”. Na verdade, de acordo com a nota do presidente do STJ, a proibição só vale para o uso de chinelos “tipo havaianas”. Com informação do STJ . Liga de Lésbicas do Sul pede a retirada de crucifixos de prédios públicos. outubro de 2011 Religião no Estado laico.

Jornalista defende liberdade de expressão de clérigo e skinhead

Título original: Uma questão de hombridade por Hélio Schwartsman para Folha "Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos"  Disputas eleitorais parecem roubar a hombridade dos candidatos. Se Fernando Haddad e José Serra fossem um pouco mais destemidos e não tivessem transformado a busca por munição contra o adversário em prioridade absoluta de suas campanhas, estariam ambos defendendo a necessidade do kit anti-homofobia, como aliás fizeram quando estavam longe dos holofotes sufragísticos, desempenhando funções executivas. Não é preciso ter o dom de ler pensamentos para concluir que, nessa matéria, ambos os candidatos e seus respectivos partidos têm posições muito mais próximas um do outro do que da do pastor Silas Malafaia ou qualquer outra liderança religiosa. Não digo isso por ter aderido à onda do politicamente correto. Oponho-me a qualquer tentativa de criminalizar discursos homofóbicos. Acredito que clérigos e skinheads devem ser l

Igreja Católica muda ou acaba, afirma teólogo Mário França

Igreja está desgastada por ser centralizada, disse França Se a Igreja Católica não mudar, se, por exemplo, continuar a condenar a homossexualidade, a camisinha e os contraceptivos e impedir o casamento de padres, ela vai acabar. Essa é a opinião do teólogo Mário França, 76, professor da PUC-Rio e ex-integrante da Comissão Teológica do Vaticano, onde permaneceu por 11 anos. Em entrevista ao jornal “O Globo”, França defendeu o surgimento de uma nova Igreja que esteja sob o controle dos laicos, e não tanto como é hoje, dominada pela hierarquia e ortodoxias de Roma — uma estrutura que representa uma “traição” à Igreja primitiva. “A Igreja não pode excluir, tem de atender a todo mundo”, afirmou. “Todos são iguais, não tem homem, mulher, judeu, gentio ou escravo e senhor”. Ele afirmou que o laicado perdeu importância quando a Igreja adotou uma estrutura monárquica, copiando um pouco o império romano. “Foi consequência da chegada dos príncipes, que começaram a nomear parentes