Bispos assumem a 'responsabilidade institucional'
RADIO FRANÇA INTERNACIONAL
Os bispos católicos franceses decidiram criar um sistema de indenização para as vítimas de pedofilia na Igreja, comprometendo-se, em particular, a "financiar essas indenizações com alienação de bens imóveis se for preciso".
Os 120 bispos anunciaram medidas concretas, depois de terem reconhecido a “responsabilidade institucional” da Igreja nos atos de pedofilia e sua “dimensão sistêmica”.
Um "organismo nacional independente de reconhecimento e reparação", chefiado por um advogado, será constituído para investigar os pedidos das vítimas de violência sexual, disse à imprensa o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), dom Eric de Moulins-Beaufort.
Ele será presidido por Marie Derain de Vaucresson, ex-defensora das crianças, que constituirá "a sua equipe no modelo da comissão de Sauvé", afirmou.
Esta iniciativa do Ministério da Justiça, cuja missão começa imediatamente, "vai determinar as regras de funcionamento desta comissão", disse ele. “A reparação financeira fará parte da resposta, mas não automaticamente”, disse Derain de Vaucresson ao jornal La Croix, enfatizando que “realmente dependerá de cada vítima”.
“Algumas vítimas expressaram a simples necessidade de saber se o seu agressor ainda estava vivo, outros de encontrar uma pessoa preocupada com a sua situação — o próprio agressor ou o bispo da época”, disse o advogado, acrescentando: “Devemos imaginar todos os modalidades para responder a esta necessidade de reparação".
A segunda medida propõe que os bispos alimentem um fundo de indenização às vítimas “cedendo bens da CEF e das dioceses”. E, se necessário, "pode-se fazer um empréstimo para antecipar necessidades", declarou o bispo de Moulins-Beaufort.
Outro anúncio: os bispos pediram ao papa Francisco que envie uma equipe de visitantes para avaliá-los e "dar, se necessário, o acompanhamento necessário no final da visita". “Estamos prontos para tirar todas as consequências, se necessário”, sublinhou Olivier Leborgne, bispo de Arras. Uma forma de dizer que em um caso extremo o bispo renunciaria ao cargo.
Além disso, nove "grupos de trabalho" são responsáveis por refletir sobre o "governo" da Igreja, estando sob a responsabilidade de leigos. Uma resposta aos coletivos de fiéis que têm exigido veementemente nas últimas semanas mais espaço para os leigos, inclusive as mulheres.
Os bispos prometeram "gestos" e um "cronograma" de medidas, uma resposta que é a "tradução concreta" das 45 recomendações da Comissão Independente sobre Abuso Sexual na Igreja (Ciase), chefiada por Jean-Marc Sauvé.
Este relatório, publicado há um mês, abalou toda a instituição ao estimar em 330.000 o número de pessoas com mais de 18 anos que foram alvo de violência sexual desde 1950 na França, quando eram menores de idade, agressões feitas por clérigos, religiosos ou pessoas em conexão com a Igreja.
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Os bispos católicos franceses decidiram criar um sistema de indenização para as vítimas de pedofilia na Igreja, comprometendo-se, em particular, a "financiar essas indenizações com alienação de bens imóveis se for preciso".
Os 120 bispos anunciaram medidas concretas, depois de terem reconhecido a “responsabilidade institucional” da Igreja nos atos de pedofilia e sua “dimensão sistêmica”.
Um "organismo nacional independente de reconhecimento e reparação", chefiado por um advogado, será constituído para investigar os pedidos das vítimas de violência sexual, disse à imprensa o presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), dom Eric de Moulins-Beaufort.
Ele será presidido por Marie Derain de Vaucresson, ex-defensora das crianças, que constituirá "a sua equipe no modelo da comissão de Sauvé", afirmou.
Esta iniciativa do Ministério da Justiça, cuja missão começa imediatamente, "vai determinar as regras de funcionamento desta comissão", disse ele. “A reparação financeira fará parte da resposta, mas não automaticamente”, disse Derain de Vaucresson ao jornal La Croix, enfatizando que “realmente dependerá de cada vítima”.
“Algumas vítimas expressaram a simples necessidade de saber se o seu agressor ainda estava vivo, outros de encontrar uma pessoa preocupada com a sua situação — o próprio agressor ou o bispo da época”, disse o advogado, acrescentando: “Devemos imaginar todos os modalidades para responder a esta necessidade de reparação".
A segunda medida propõe que os bispos alimentem um fundo de indenização às vítimas “cedendo bens da CEF e das dioceses”. E, se necessário, "pode-se fazer um empréstimo para antecipar necessidades", declarou o bispo de Moulins-Beaufort.
Outro anúncio: os bispos pediram ao papa Francisco que envie uma equipe de visitantes para avaliá-los e "dar, se necessário, o acompanhamento necessário no final da visita". “Estamos prontos para tirar todas as consequências, se necessário”, sublinhou Olivier Leborgne, bispo de Arras. Uma forma de dizer que em um caso extremo o bispo renunciaria ao cargo.
Pedofilia clerical sistêmica |
Além disso, nove "grupos de trabalho" são responsáveis por refletir sobre o "governo" da Igreja, estando sob a responsabilidade de leigos. Uma resposta aos coletivos de fiéis que têm exigido veementemente nas últimas semanas mais espaço para os leigos, inclusive as mulheres.
Os bispos prometeram "gestos" e um "cronograma" de medidas, uma resposta que é a "tradução concreta" das 45 recomendações da Comissão Independente sobre Abuso Sexual na Igreja (Ciase), chefiada por Jean-Marc Sauvé.
Este relatório, publicado há um mês, abalou toda a instituição ao estimar em 330.000 o número de pessoas com mais de 18 anos que foram alvo de violência sexual desde 1950 na França, quando eram menores de idade, agressões feitas por clérigos, religiosos ou pessoas em conexão com a Igreja.
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