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Faculdade de medicina tem curso religioso. Para ensinar a fazer milagre?

Na UFRN há um puxadinho para o reino de Deus

PAULO LOPES
jornalista  

Qual é a justificativa de a faculdade de medicina da Universidade Federal do Rio Grande do Norte ter o curso de extensão 'Construção do Reino de Deus'?

Como o site da UFRN não explica, pergunta-se: será que é para ensinar aos futuros médicos como fazer milagre?

Como todo o respeito a quem acredita em milagre, a universidade é lugar de ciência. O curso deveria estar sendo oferecido em uma igreja.

Há ainda a laicidade de Estado — está na Constituição. O uso das instalações de uma escola federal para proselitismo religioso é vergonhoso.

O professor do curso é o médico Francisco das Chagas Rodrigues, que, ao que consta, é o chefe do Departamento de Medicina do Centro de Ciências da Saúde. Sim, Centro de Ciência.

Outra pergunta que se impõe: se Rodrigues não tivesse posto de chefia, a UFRN autorizaria o tal curso?

Se foi o próprio chefe de departamento que deu autorização para o seu curso de religião, ele precisa responder porque tomou uma decisão para propagar a sua crença cristã. Isso é desvio de função.

Cabe um esclarecimento público, para que outros funcionários da universidade não se coloquem como "donos" da instituição pública.

Até porque o curso 'Construção do Reino de Deus' está nas manchetes de jornais e sites e virou deboche de leitores.

Neste momento de propagação no país de negacionismo científico e de pseudociências, a UFRN deveria ter um mínimo de zelo com a seriedade que se espera de um instituto de ensino superior.

Médico: 'Jesus não 
contamine o paciente'

Notas de um ateu: eu precisava de sangue, não de oração






Comentários

Pseudomedicinas diversas validadas, como Reiki, Homeopatia e tantas outras meRdicinas. Agora há a "Construção do Reino de Deus"! Essa é algo bem de PODER, até o nome sugere. Deus sempre tem os ditos "porta-vozes" e na prática, o real, o dito "Reino" nada mais é que o desejo dos déspotas "representantes de Deus". E esse ser é tão "único", que é comum os tais "representantes de Deus" divergirem entre si...

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