'Há uma percepção de que as religiões são contos de fada impróprias para pessoas inteligentes; há um despertar para o ateísmo'
JAMES HAUGHT
Jornalista, escritor e colaborador da
Jornalista, escritor e colaborador da
Freedom From Religion Foundation
org americana sem fins lucrativos
Na década de 1960, o programa de TV “Essa foi a semana que foi” encantou os espectadores cínicos. Um episódio mostrou membros do Partido Democrata escolhendo um companheiro de chapa para o presidente Lyndon Johnson. A discussão foi assim:
“Precisamos de um bilhete equilibrado. O sr. Johnson é sulista, então precisamos de um nortista para veep [referência a uma comédia na televisão]. E Johnson é conservador, então precisamos de alguém mais progressista. E Johnson é religioso, então precisamos de alguém menos. E Johnson está sóbrio, então precisamos de alguém um pouco mais solto.
“Então, o que precisamos é: um bêbado do Norte, liberal e ateu.
“Agora a pergunta é: qual?”
A esquete era engraçada porque continha uma pepita de verdade: os norte-americanos progressistas estavam perdendo a crença em deuses e demônios sobrenaturais e ignorando as restrições da igreja contra o álcool e outros tabus puritanos.
A história cultural da América é fascinante. Houve um Grande Despertar evangélico em meados de 1700 que atraiu multidões de crentes para as igrejas. Então, um Segundo Grande Despertar no início de 1800 fez o mesmo. Em seguida, um Terceiro Grande Despertar no final de 1800, idem.
Bem, acho que a América está desfrutando de um Quarto Grande Despertar — uma mudança racional da religião, uma percepção crescente de que deuses e demônios, céus e infernos, milagres e profecias, são apenas contos de fadas, impróprios para pessoas inteligentes e educadas. Estamos vivendo um Despertar Final, um despertar para o ateísmo.
Despertar da consciência |
Uma nova Era Secular está se formando em torno de nós. Milhares de relatórios foram escritos sobre o colapso notavelmente rápido da religião nas democracias ocidentais.
Os pesquisadores geralmente citam três causas:
— A transformação de evangélicos brancos em uma ala tacanha de um partido partidário é tão repulsiva que aliena os jovens modernos.
— Os padrões de vida tornaram-se tão confortáveis e seguros que menos pessoas precisam de deuses sobrenaturais para implorar por ajuda.
— O declínio de jovens casais com filhos reduz o segmento básico da membresia da igreja.
Todas essas explicações certamente oferecem partes da verdade. Mas proponho uma quarta causa:
— A crescente inteligência, educação e visão científica alteraram a cultura até que mais pessoas duvidem das alegações mágicas das igrejas.
As pessoas mais inteligentes veem que a religião simplesmente não é verdade. Nenhum deus invisível criou o universo e câncer, terremotos, furacões, etc.
Nenhum deus invisível engravidou uma virgem para fazer um filho meio humano, meio divino. As pessoas não vivem depois que morrem, indo para um céu feliz ou um inferno horrível. Isso é tudo não tem sentido.
Estamos em uma era científica, quando histórias sobrenaturais não podem ser engolidas sem evidências.
Durante séculos, os pensadores mais brilhantes viram essa realidade. Na Grécia Antiga, Pródico disse: “Os deuses da crença popular não existem.” Desde então, alguns escritores e líderes importantes viram essa verdade.
Farei 90 no próximo mês. Estou triste por não testemunhar por muito mais tempo a evolução da cultura ocidental. Mas espero que o Quarto e Final Grande Despertar continue rolando até que a religião seja geralmente considerada um mito bobo.
> James A. Haught foié jornalista e membro da FFRF (Freedom From Religion Foundation), organização sem fins lucrativos que se dedica à defesa da separação entre o Estado e a Igreja. Mais sobre o autor.
Comentários
Pseudociencias diversas, Vegan, Nacionalismos etc. Logicamente Teorias de Conspiração entram nisso. Muitas dessas crenças podem ter nenhum apelo ao sobrenatural.
Nunca subestimemos a fé, com os ateus do tipo: modinha, mamão com açúcar, Nutella, leite com pêra... Façam upgrade ara Ceticismo, mas de forma ampla. Esmigalhando até ideologias políticas, instituições além das religiosas...
Pródico disse: “Os deuses da crença popular não existem.
Mentir é feio. Pouco se sabe da obra de Pródico. Isso foi dito por Filomeno, sem qualquer referência ou contexto.
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