Pular para o conteúdo principal

Megafone de Bolsonaro, o pastor das trevas divulga fake news e continua impune



Silas Malafaia diz que vacina vai causar um "verdadeiro infanticídio"


PAULO LOPES
jornalista e ateu

Um regime democrático garante a liberdade de expressão, mas não a liberdade de disseminar fakes news, semeando o pânico e colocando em risco a vida de pessoas. As instituições do sistema democrático não podem permitir isso.

O pastor bolsonarista Silas Malafaia é um proeminente divulgador de mentiras como método do jogo político, e até agora nada ocorreu contra ele. Parece que instituições como o Ministério Público têm medo da gritaria insana do pastor.

A mais recente fake news de Malafaia, divulgada em toda sua rede social, é a afirmação sem qualquer prova científica de que a vacinação contra a Covid em crianças de 5 a 11 anos é um "verdadeiro infanticídio".

O pastor deveria ao menos ser intimado pelas autoridades para apresentar os estudos científicos de que a vacina mata crianças. 

Trata-se de muita irresponsabilidade para que tal fake news passe incólume porque, em atenção ao pastor transloucado, alguns pais poderão deixar de vacinar seus filhos.

 Qualquer tonto bolsonarista diz o que o pastor prega, mas, no caso de Malafaia, ele tem grande influência, inclusive em pessoas insuficientemente informadas sobre a Covid. 

A retórica do ódio

Dezenas de países estão vacinando crianças porque a cepa ômicron do coronavírus ataca mais os jovens e não há infanticídio algum. O pastor finge não saber disso. É astucioso como o Satanás descrito pela Bíblia

Eventualmente, uma ou outra criança morre, mas não por causa da vacina, e sim por doenças pré-existentes, e os negacionistas usam esse tipo de informação para atribuir ao imunizante.

[Twitter obriga Malafaia a deletar fake news sobre 'infanticídio' por vacina]  

Trata-se de um mau-caratismo nojento para uso político, de causar vômito, porque não poupa sequer as crianças. E Malafaia, veja só, é de uma religião que professa o amor ao próximo.

Conselheiro do presidente Bolsonaro, o boçal, Malafaia mente, mente e mente.

Falou, por exemplo, não haver risco grave de a Covid matar crianças, mas dados do Ministério da Saúde provam que desde o começo da pandemia 311 crianças morreram por causa do coronavírus.

Talvez ele ache que seja pouca quantidade, e certamente porque entre as vítimas não há um parente dele. De qualquer forma, crianças são fatores de transmissão do vírus, mesmo que elas não apresentem sintomas.

Malafaia deveria ser chamado pelo Ministério Público para justificar essas e outras afirmações, no mínimo, como se ele estivesse recebendo um cartão amarelo de aviso de que a democracia não é o regime do vale tudo. O cartão vermelho representaria consequências mais graves.

O pastor é formando em psicologia, mas não entende nada de virologia. Ele não passa de um megafone do negacionismo criminoso de Bolsonaro 

 O pastor das trevas tem de assumir a responsabilidade pela que diz. Já passou da hora.




Comentários

Post mais lidos nos últimos 7 dias

90 trechos da Bíblia que são exemplos de ódio e atrocidade

Veja 14 proibições das Testemunhas de Jeová a seus seguidores

Dawkins é criticado por ter 'esperança' de que Musk não seja tão estúpido como Trump

Seleção de vôlei sequestrou palco olímpico para expor crença cristã

Título original: Oração da vitória por Daniel Sottomaior (foto) para Folha de S.Paulo Um hipotético sujeito poderoso o suficiente para fraudar uma competição olímpica merece ser enaltecido publicamente? A se julgar pela ostensiva prece de agradecimento da seleção brasileira de vôlei pela medalha de ouro nas Olimpíadas, a resposta é um entusiástico sim! Sagrado é o direito de se crer em qualquer mitologia e dá-la como verdadeira. Professar uma religião em público também não é crime nenhum, embora costume ser desagradável para quem está em volta. Os problemas começam quando a prática religiosa se torna coercitiva, como é a tradição das religiões abraâmicas. Os membros da seleção de vôlei poderiam ter realizado seus rituais em local mais apropriado. É de se imaginar que uma entidade infinita e onibenevolente não se importaria em esperar 15 minutos até que o time saísse da quadra. Mas uma crescente parcela dos cristãos brasileiros não se contenta com a prática privada: para

TJs perdem subsídios na Noruega por ostracismo a ex-fiéis. Duro golpe na intolerância religiosa

Veja os 10 trechos mais cruéis da Bíblia

Condenado por estupro, pastor Sardinha diz estar feliz na cadeia

Pastor foi condenado  a 21 anos de prisão “Estou vivendo o melhor momento de minha vida”, diz José Leonardo Sardinha (foto) no site da Igreja Assembleia de Deus Ministério Plenitude, seita evangélica da qual é o fundador. Em novembro de 2008 ele foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado por estupro e atentado violento ao pudor. Sua vítima foi uma adolescente que, com a família, frequentava os cultos da Plenitude. A jovem gostava de um dos filhos do pastor, mas o rapaz não queria saber dela. Sardinha então disse à adolescente que tinha tido um sonho divino: ela deveria ter relações sexuais com ele para conseguir o amor do filho, e a levou para o motel várias vezes. Mas a ‘profecia’ não se realizou. O Sardinha Jr. continuou não gostando da ingênua adolescente. No texto publicado no site, Sardinha se diz injustiçado pela justiça dos homens, mas em contrapartida, afirma, Deus lhe deu a oportunidade de levar a palavra Dele à prisão. Diz estar batizando muita gen

Proibido o livro do padre que liga a umbanda ao demônio

Padre Jonas Abib foi  acusado da prática de  intolerância religiosa O Ministério Público pediu e a Justiça da Bahia atendeu: o livro “Sim, Sim! Não, Não! Reflexões de Cura e Libertação”, do padre Jonas Abib (foto), terá de ser recolhido das livrarias por, nas palavras do promotor Almiro Sena, conter “afirmações inverídicas e preconceituosas à religião espírita e às religiões de matriz africana, como a umbanda e o candomblé, além de flagrante incitação à destruição e ao desrespeito aos seus objetos de culto”. O padre Abib é ligado à Renovação Carismática, uma das alas mais conservadoras da Igreja Católica. Ele é o fundador da comunidade Canção Nova, cuja editora publicou o livro “Sim, Sim!...”, que em 2007 vendeu cerca de 400 mil exemplares, ao preço de R$ 12,00 cada um, em média. Manuela Martinez, da Folha, reproduz um trecho do livro: "O demônio, dizem muitos, "não é nada criativo". (...) Ele, que no passado se escondia por trás dos ídolos, hoje se esconde no

Santuário Nossa Senhora Aparecida fatura R$ 100 milhões por ano

Basílica atrai 10 milhões de fiéis anualmente O Santuário de Nossa Senhora de Aparecida é uma empresa da Igreja Católica – tem CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) – que fatura R$ 100 milhões por ano. Tudo começou em 1717, quando três pescadores acharam uma imagem de Nossa Senhora no rio Paraíba do Sul, formando-se no local uma vila que se tornou na cidade de Aparecida, a 168 km de São Paulo. Em 1984, a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) concedeu à nova basílica de Aparecida o status de santuário, que hoje é uma empresa em franca expansão, beneficiando-se do embalo da economia e do fortalecimento do poder aquisitivo da população dos extratos B e C. O produto dessa empresa é o “acolhimento”, disse o padre Darci José Nicioli, reitor do santuário, ao repórter Carlos Prieto, do jornal Valor Econômico. Para acolher cerca de 10 milhões de fiéis por ano, a empresa está investindo R$ 60 milhões na construção da Cidade do Romeiro, que será constituída por trê

Psicóloga defende Feliciano e afirma que monstro é a Xuxa

Marisa Lobo fez referência ao filme de Xuxa com garoto de 12 anos A “psicóloga cristã” Marisa Lobo (foto) gravou um vídeo [ver abaixo] de 2 minutos para defender o pastor e deputado Marco Feliciano (PSC-SP) da crítica da Xuxa segundo a qual ele é um “monstro” por propagar que a África é amaldiçoada e a Aids é uma “doença gay”. A apresentadora, em sua página no Facebook, pediu mobilização de seus fãs para que Feliciano seja destituído da presidência da Comissão de Direitos Humanos e das Minorias da Câmara. Lobo disse que “monstro é quem faz filme pornô com criança de 12 anos”. Foi uma referência ao filme “Amor Estranho Amor”, lançado em 1982, no qual Xuxa faz o papel de uma prostituta. Há uma cena em que a personagem, nua, seduz um garoto, filho de outra mulher do bordel. A psicóloga evangélica disse ter ficado “a-pa-vo-ra-da” por ter visto nas redes sociais que Xuxa, uma personalidade, ter incitado ódio contra um pastor. Ela disse que as filhas (adolescentes) do pastor são fãs