Papa emérito mentiu a investigadores sobre caso de padre predador
Em uma carta que marca o lado podre da Igreja Católica, o papa emérito Bento 16 pediu perdão por negligenciar os casos de pedofilia na época em que foi arcebispo em Munique, Alemanha, e durante o seu pontificado.
"É grande a minha dor pelos abusos e erros que ocorreram em diferentes lugares durante o meu mandato."
A carta de Bento é uma resposta a um relatório de uma investigação onde fica confirmado que a Arquidiocese de Munique, nos anos 1980, acolheu o padre Peter Hullermann, embora ele já fosse acusado de abusar de crianças. Na arquidiocese do então arcebispo Joseph Ratzinger, o padre deu continuidade aos seus crimes.
Contratada pela arquidiocese para apurar as suspeitas de padres predadores, uma agência independente de consultores perguntou a Bento 16 se ele esteve presente em uma reunião em que foi discutido os antecedentes de Hullermann.
O papa emérito disse que não, mas na ata da reunião de janeiro de 1980 da arquidiocese consta a presença dele. Ou seja, ou ata está errada ou o papa mentiu.
O próprio Bento elucidou essa questão, porque, após a publicação de uma preliminar do relatório dos consultores, ele admitiu que esteve na reunião.
Ele colocou a culpa em suas afirmações "factualmente incorretas" e ao erro "resultado de uma omissão na edição" do documento, mas que não houve "má-fé" de sua parte.
Em resumo: Bento 16 tinha mentido.
Na carta de agora, Bento 16, que está com 94 anos, disse: "Em breve, estarei diante do juiz final da minha vida [...] e Deus será o juiz final".
Ele agradeceu a confiança expressa pessoalmente pelo papa Francisco.
Somente entre 1973 e 1996, o padre Hullermann violentou de pelo menos 23 meninos de 8 a 16 anos.
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