Slogan hoje teria de 'Satanás Bolsonaro acima de todos'
PAULO LOPES
jornalista
Jair Bolsonaro se elegeu presidente do Brasil com o slogan "Brasil acima de tudo, Deus acima de todos". O apelo religioso lhe garantiu muitos de votos.
Neste ano, o último do presidente Bolsonaro — no atual mandato e, quiça, o único —, cabem algumas perguntas, ainda que retóricas.
Onde está ou esteve o "Deus acima de todos" que permitiu a morte por Covid de mais de 600 mil brasileiros. Onde está a divindade bolsonarista que jogou minha gente no desemprego e promoveu o retorno da inflação?
Do ponto de vista de crentes, por tudo que Bolsonaro fez ou deixou de fazer, pelas desgraças que promoveu ou ajudou a patrocinar, o slogan que faz sentido agora seria este: "Brasil acima de tudo, Satanás acima de todos".
Para um ateu como eu, que não acredita no sobrenatural, o Satanás, no caso, é uma metáfora do próprio Bolsonaro. E, assim, o inferno seria o Brasil. Exagero? Para quem passa fome, não.
Bolsonaro continua o beócio de sempre, um negacionista da ciência e da democracia, mas parou de repetir que Deus está acima de tudo, intuindo que desta vez não haverá grande eleitorado que cairá em sua lábia. A rejeição a ele dos eleitores está em torno de 60%, de acordo com pesquisas.
Todos os pré-candidatos às eleições majoritárias de 2022, à direita e à esquerda, agradam os evangélicos, na pesca de votos, como se a eleição de um novo presidente ou a reeleição de Bolsonaro dependesse tão somente desse segmento da religiosos.
Até parece que o Brasil adotou um regime de governo inédito no mundo: uma teocracia democrática evangélica, algo que não faz sentido algum.
O evangelismo (principalmente o neopentecostal) contaminou a política e vice-versa. Cada vez mais políticos se apresentam como pastores, e os pastores, como políticos. Claro, isso demonstra enorme corrosão na laicidade de Estado. Mas quem está preocupado com isso? Aparentemente, ninguém.
O curioso é não haver campanha ostensiva para obter votos dos católicos, que ainda compõem a maioria da população.
Pode-se alegar que os católicos não votam em bloco, mas os evangélicos também não, de acordo com pesquisas. Bolsonaro e Lula teriam parcelas praticamente iguais desse leitorado.
Por que então tanta enfase dos candidatos em cortejar os evangélicos?
Essa não é uma questão nova, está aí posta nos últimos anos e a cada eleição se acentua.
As consequência do protagonismo evangélico nas eleições são enormes, e a resposta à questão não é fácil e não deve se circunscrever ao mundo religioso. Por um simples motivo: os evangélicos fazem parte de um grupo muito maior, o dos pobres e miseráveis — as vítimas da histórica desigualdade da distribuição de renda do Brasil.
Neste ano, o último do presidente Bolsonaro — no atual mandato e, quiça, o único —, cabem algumas perguntas, ainda que retóricas.
Onde está ou esteve o "Deus acima de todos" que permitiu a morte por Covid de mais de 600 mil brasileiros. Onde está a divindade bolsonarista que jogou minha gente no desemprego e promoveu o retorno da inflação?
Do ponto de vista de crentes, por tudo que Bolsonaro fez ou deixou de fazer, pelas desgraças que promoveu ou ajudou a patrocinar, o slogan que faz sentido agora seria este: "Brasil acima de tudo, Satanás acima de todos".
Para um ateu como eu, que não acredita no sobrenatural, o Satanás, no caso, é uma metáfora do próprio Bolsonaro. E, assim, o inferno seria o Brasil. Exagero? Para quem passa fome, não.
Bolsonaro continua o beócio de sempre, um negacionista da ciência e da democracia, mas parou de repetir que Deus está acima de tudo, intuindo que desta vez não haverá grande eleitorado que cairá em sua lábia. A rejeição a ele dos eleitores está em torno de 60%, de acordo com pesquisas.
Todos os pré-candidatos às eleições majoritárias de 2022, à direita e à esquerda, agradam os evangélicos, na pesca de votos, como se a eleição de um novo presidente ou a reeleição de Bolsonaro dependesse tão somente desse segmento da religiosos.
Até parece que o Brasil adotou um regime de governo inédito no mundo: uma teocracia democrática evangélica, algo que não faz sentido algum.
O evangelismo (principalmente o neopentecostal) contaminou a política e vice-versa. Cada vez mais políticos se apresentam como pastores, e os pastores, como políticos. Claro, isso demonstra enorme corrosão na laicidade de Estado. Mas quem está preocupado com isso? Aparentemente, ninguém.
O curioso é não haver campanha ostensiva para obter votos dos católicos, que ainda compõem a maioria da população.
Pode-se alegar que os católicos não votam em bloco, mas os evangélicos também não, de acordo com pesquisas. Bolsonaro e Lula teriam parcelas praticamente iguais desse leitorado.
Por que então tanta enfase dos candidatos em cortejar os evangélicos?
Essa não é uma questão nova, está aí posta nos últimos anos e a cada eleição se acentua.
As consequência do protagonismo evangélico nas eleições são enormes, e a resposta à questão não é fácil e não deve se circunscrever ao mundo religioso. Por um simples motivo: os evangélicos fazem parte de um grupo muito maior, o dos pobres e miseráveis — as vítimas da histórica desigualdade da distribuição de renda do Brasil.
Comentários
Essa cria é do pt que achou que poderia criar escorpiões e não ser picado. Deu nisso aí. Um néscio na presidência e a educação na lata de lixo.
Espero que o Lula volte e corrija os graves erros cometidos. Imagino que essa esperança é vã, mas qual outra opção ?
Faça besteiras e esta tende a crescer. Estragar é muito fácil. Agora temos esse terrível desgoverno Federal.
E NUNCA esquecer dos LEGISLATIVOS. Votam em pastores e outros religiosos. Tiririca, e uns outros, é a velha tática da "cortina de fumaça".
Religião monoteísta foi deliberadamente desenvolvida para o PODER. Só ver a História.
Agpora achar que Lula vai "corrigir"? Hmmm, capaz de apenas menos piorar. O que deve haver é união ampla pela Educação Básica DECENTE, RIGOR no fator SECULAR (ou LAICO), em vez de tosqueiras de sempre.
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"Onde está ou esteve o 'Deus acima de todos' que permitiu a morte por Covid de mais de 600 mil brasileiros. Onde está a divindade bolsonarista que jogou minha gente no desemprego e promoveu o retorno da inflação?
Do ponto de vista de crentes, por tudo que Bolsonaro fez ou deixou de fazer, pelas desgraças que promoveu ou ajudou a patrocinar, o slogan que faz sentido agora seria este: 'Brasil acima de tudo, Satanás acima de todos'."
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Mas é exatamente *** DE *** Deus ele o é! Erro grave no artigo aí!
Quem leu "1984", vai fazer um belo paralelo com o "Grande Irmão" e "Deus". Fora a própria Bíblia (focando apenas em nosso mundo Ocidental), ótimos artigos aqui e em outros sáites etc.
O "duplipensar", a dissonância cognitiva, típica dos crédulos (de QUALQUER tipo) fora a hipocrisia. Bolsonaro e tantos outros crédulos, inclui os adeptos de Teorias de Conspiração, p.ex., seguem isso.
Já explanei a respeito da lógica de PODER e DOMINAÇÃO de Deus, por meios dos tais "representantes", como...
Aos religiosos (das monoteístas, linhagem Abraâmica), e outras pessoas de plantão, a respeito de certos personagens:
-- A começar que o monoteísmo foi deliberadamente deselvolvido para o manipulação e controle social, e evoluiu em inúmeras vertentes...
-- Deus, é "O" DITADOR. Ter SERVOS, gado, ovelhinhas, cordeirinhos, camelinhos (qdo no Islã 😁 ) para ficar cultuando, adorando, louvando o ser de ego mais do que inflado. O povo não pensar por si mesmo. E Deus só age por meio de ditos "porta-vozes" ou "representantes", apesar de sem nenhuma procuração etc. 😁
Aí quem vem libertar o povo...
-- Demônio, do grego "daimon", conhecimento, inteligência. Para ser capaz de discernir e se libertar da ditadura divina. Sistemas Unix e Unix-like (Linux, *BSD...) tem diversos "daimons". 😱
-- Lúcifer, do latin "lucem ferre", portador da luz, claridade. Iluminar as mentes contra as TREVAS de Deus.
-- Satan ou Satanás, do hebreu "ha-shatán", questionador, acusador, opositor. Para enfrentar a tirania divina.
-- Herege, do grego "alretikós", aquele capaz de escolher. Coisa que ditador detesta.
-- Árvore do Conhecimento, uma metáfora dos diversos ramos do conhecimento. Não se adquire sabedoria com fé, e sim conhecimento, capacidade de pensar. "Comer o fruto dela" seria "saborear" o conhecer e saber. Paralelo com o Fogo de Prometeus.
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Lógico que tudo isso são meras simbologias, IDEAIS. Existem apenas nessa forma. E são poderosos meios de manipular o povo, via os ditos "representantes" e o pior, o esquema organizado e até a INSTITUCIONALIZAÇÃO ou igrejas. Logicamente há complementos, como no Cristianismo com o personagem principal Jesus Cristo, e invariavelmente acaba em "n" versões conforme a vertente do "Deus único e verdadeiro com Jesus Cristo autêntico, com a unção do Espírito Santo que é só um".
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Desses "únicos" Deus, focando apenas no Cristianismo, as divergências geraram enormes conflitos e até guerras.
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